[Vila/Terras Sagradas] Yenjalvung

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[Vila/Terras Sagradas] Yenjalvung

Mensagempor Youkai X em 27 Mar 2009, 16:56

Após a desonrosa expulsão do reino de Shian-Hu, o povo humano conhecido como manhul [Leia-se mán-hul], característico por uma delicadeza e beleza muito acima dos outros povos humanos, migrou para o gélido continente do norte, marcado por tundras e geleiras e um frio implacável. Muitos manhul morreram durante a migração e os poucos grupos sobreviventes usaram de rituais divinos arriscados para se integrarem melhor ao frio, tornando-se bem resistentes a ele, de modo que nenhum povo humano nativo da região tenha sido. Infelizmente os manhul estavam sendo agora perseguidos por povos bárbaros do norte, que mataram muitos deles e tomaram muitas de suas mulheres como esposas. Tal necessidade de buscar um refúgio de difícil acesso para esses povos sem a proteção contra o frio que fez o belo povo escolher ambientes como geleiras escarpadas e túneis dentro de icebergs e geleiras como seus novos lares.
História: Uma das vilas mais proeminentes e icônicas desse povo é a de Yenjalvung, construída na fenda de uma geleira bem sólida e com acesso direto ao mar e aos seus vastos recursos. Foi fundada a mais de 600 anos atrás por um grupo de manhul recém abençoados pelo grande ritual da Graça de Wáravangjai, enquanto fugiam de guerreiros humanos Ghahur. O fundador da vila, Sungdzotai Latsajenchul, era um exímio mergulhador e descobriu próximo a uma fenda de uma geleira adentrando ao mar um campo de algas e concentrações de mariscos e alguns grandes crustáceos, considerando um território próspero assim que viu aves mergulhadoras caçando sua comida pelos arredores. Assim que fundou a vila, ele ensinou a seus filhos e à sua tripulação de refugiados a mergulhar em águas tão frias e a assim obter a sua alimentação tão importante.
Durante séculos a vila prosperou quase isolada, a não ser por poucos peregrinos manhul, que buscavam manter a união de seu povo e espalhar sobre o grande Mosteiro da Garça Azul, onde a integração dos manhul com o gelo é aprimorada a ponto de incorporarem um estilo de luta inspirado as ferozes nevascas e tempestades que assolam o continente e tanto temor trazem aos outros humanos e até mesmo ao belo povo. Imediatamente a família líder da aldeia, os Latsajenchul, enviam metade dos membros mais fortes da vila para o Mosteiro, como mostra do desejo dela de se re-conectar às cidades e templos capitais desse povo e assim reaprender sua cultura verdadeira, que estava começando a ficar estática e com várias lacunas incompletas, sendo algumas preenchidas mesmo indiretamente com os ocasionais contatos com outros povos humanos pescadores da região, assemelhados a esquimós caçadores de focas, morsas, baleias e tubarões.
Com o aumento do contato com esses povos esquimós, também vieram outro povo em busca de contato e comércio. Um povo altivo e orgulhoso, de grandes seres que parecem o cruzamento de iaques com homens – o povo Hachmashut. A aldeia de Yenjalvung imediatamente começou a ter relações mais estreitas com esse povo, a ponto de se tornar uma relação de respeito e até mesmo uma certa amizade, a ponto de tal relação ter se extendido ao resto dos manhul.
Infelizmente a 130 anos atrás esse povo teve que voltar para suas terras natais, devido a um chamado urgente. Ao longo das décadas poucos hachmashut foram vistos. Até que a 15 anos atrás alguns começam a reaparecer em números maiores que outrora – mas como refugiados desesperados por abrigo e fuga. Sendo caçados por um povo belicoso e cruel, mais do que os bárbaros que tanto perseguiram os manhul. Por sorte o povo shusk’o ainda não chegou a aparecer pelas proximidades da isolada vila, mas alguns dos navios esquimós vistos atualmente já não são mais parceiros de trocas comerciais, e sim mercenários e soldados-escravos desesperados em cumprir as cruéis missões impostas pelos shusk’o de caçar o povo iaque e conquistar o máximo de territórios para seus novos senhores. A agitação vinda dessas guerras também anda trazendo alguns monstros marinhos estranhos pela região, em busca de comida escassa em seus territórios originais.

Geofrafia: A vila encontra-se escavada nos paredões de um desfiladeiro da grande geleira Nofsoyén, já de encontro ao mar. Nesse mar, graças às correntes marítimas que fluem pela região, há muita diversidade de mariscos e frutos do mar de grande porte, incluindo carangueijos do tamanho de um tronco humano ou lagostas do tamanho de braços, além de algumas grandes florestas de algas pelos arredores, habitadas por cardumes de peixes variados.
A vila de Yenjalvung em si é uma visão fascinante aos incautos. Na fenda podem-se ver algumas janelas e portas esculpidas no gelo e bem ornamentadas com conchas e algumas penas extraídas de papagaios-do-mar, garças e demais aves nativas da região. Tais portas levam ao interior escavado da vila, onde encontram-se vários alojamentos para as famílias e alguns câmaras centrais focadas para a socialização e reuniões da aldeia. No outro lado da fenda ficam as câmaras destinadas à recepção de estrangeiros não-manhul, também esculpida de forma a impressioná-los. Na fenda em si ficam as docas para os barcos dos aldeões e dos visitantes.
Pela vila a iluminação é provida por algas e organismos bioluminescentes, sendo o fogo usado, e raramente, apenas nas cozinhas e a única forja de Yenjalvung. Pelo teto também pendem alguns incensos, para espalhar melhor os aromas mesmo com o frio intenso atrapalhando a difusão deles. Atualmente a vila é habitada por 268 habitantes e 9 refugiados hacmashut, que temem sempre a perseguição implacável dos shusk’o.

Economia: Baseia-se na pesca e extrativismo dos recursos próximos. Também inclui a pesca e até mesmo criação de algas. Negociam com povos humanos esquimós a pele de focas e tubarões, assim como as presas de narvais e morsas. Trocavam raramente com os hachmashut por verduras e frutas, além de peles muito macias de animais desconhecidos e objetos decorativos. Com os demais manhul os principais produtos eram a troca de conhecimentos marciais e artísticos. Essa aldeia exporta para o resto alguns de seus principais grandes frutos do mar e algas obtidos com mergulhos.
A vila tem uma grande tradição de mergulhadores do frio, a base da economia do local. Os homens dedicam-se a caçar os crustáceos e moluscos ferozes e as mulheres dedicam-se ao cultivo e coleta de algas e mariscos, embora seja possível a inversão de papéis sem grandes dificuldades sociais.

Religião: Como todos os manhul, o povo de Yenjalvung crê fervorosamente em Wáravangjai, a deusa garça azul. A série de rituais realizados para agraciar o belo povo com a resistência ao frio do norte foi proferida em nome dessa deusa. Ainda assim eles mantêm reverência ou ao menos respeito com outras divindades de seu panteão de aspecto avícola. Com o contato ocasional dos esquimós os manhul da vila começaram também a prestar pequenos tributos a várias divindade menores e espíritos naturais relacionados aos animais que caçam. Geralmente os cultos e festivais religiosos são realizados no topo da geleira, em altares esculpidos graciosamente, durante dias de fortes ventos e com as belas visões da aurora boreal. Muitos dos rituais envolvem danças elaboradas ou a manifestação de técnicas marciais e magia relacionada ao frio, sendo tudo bem acompanhado pelo sacerdote e pela madre superior.

Sociedade: Além do Líder da vila, sempre do clã Latsajenchul, também há os outros membros dessa família, a sacerdotiza-chefe e seu pequeno clero, os monges que voltam do Mosteiro da Garça Azul e por fim os mergulhadores. Esses são os cargos mais importantes do local. Os comerciantes e artesões também são respeitados e queridos, mas não com a mesma intensidade que os outros cargos, embora muitos deles também tentem exercer um pouco da função de mergulhadores. O respeito aos mais vividos (a velhice dos manhul é muito lenta e pára no equivalente de uma pessoa de 35 anos, nunca mais envelhecendo). São uma sociedade liberal e onde não há uma rígida divisão de papéis entre os sexos. Como outros manhul, eles prezam muito a beleza e se sentem bem desconfortáveis ao lidar com gente aquém de seus padrões estéticos, resultando em um trato no mínimo mal-educado, embora não com a mesma intensidade que nas cidades manhul capitais.

Pessoas importantes: Hietsag Latsajenchul, o atual líder da vila. Generoso e de traços muito delicados, até mesmo para os padrões de seu povo. É um grande músico e contador de histórias, além de simpatizante do povo-iaque, deixando alguns se refugiarem no local.
Gsonloshur Sutserahe: A sacerdotiza chefe da aldeia e fiel seguidora de Wáravangjai. Mais rigorosa com os visitantes, especialmente humanos.
Drevneedrash Kiirtäzh: Um sábio hachmashut. Carrega muitos livros e pergaminhos com ele, sempe copiando e passando cartas para outros de sua raça assim que ouve notícias sobre eles.
Hofengshae Woradenzu: Um jovem que voltou do treino do Mosteiro. Ainda de 23 anos, mas dominando muitas técnicas marciais poderosas. Já ajudou a vila a expulsar muitos invasores, desde tubarões hostis a soldados-escravos humanos enviados pelos shusk’o.
Nidzelti Hatsorai: A mergulhadora e caçadora mais ambiciosa e forte da aldeia, uma mestra no uso de arpões e exímia armadilheira. A chefe das defesas da vila também. Sua roupa é feita com couro de tubarões.

Locais importantes: Docas: onde ficam agrupados os 47 barcos da aldeia, com espaço para 20 barcos destinados aos visitantes.
Câmara das 12 asas: É a praça principal da cidade, onde os manhul se reúnem, fazem suas trocas comerciais internas, praticam exercícios e onde o líder da vila faz seus pronunciamentos. É geralmente destinada apenas aos manhul, embora os hachmashut também tenham acesso a essa área;
Altar dos Ventos: na superfície da geleira fica esse altar, destinado a cerimônias religiosas para Wáravangjai.
Fenda Escura: Local próximo ao mar e próximo da vila, onde ocasionalmente apareceram perigosos vermes gigantes, entre outros monstros estranhos. São a maior preocupação e ameaça aos mergulhadores.
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Youkai X
 
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