muitos reclamam que os RPG andam se afastando de suas origens mitológicas, virando cada vez mais videogame onde o que vale é o acúmulo de poder e a possibilidade de se fazer o impossível...
... mas, bem, as mitologias na verdade não são muito diferente disso:
"(...) Um aspirante ao Fianna Eirin [grupo de guerreiros literados pelo rei Fin, também conhecidos como Fenianos], dizem-nos, tinha de primeiro ficar de joelhos num buraco cavado para ele, tendo apenas os braços como escudo e uma vara de aveleira, enquanto nove guerreiros, cada um com uma espada, situados à distância de nove palmos de terra, arremessavam-lhe suas armas, todos ao mesmo tempo; se ele não conseguisse repelí-las, era rejeitado. Se tivesse êxito nesse primeiro teste, davam-lhe a distância de partida do comprimento de uma árvore, e era perseguido através de uma floresta por homens armados; se algum o pegasse e ferisse, ele não pode fazer parte dos Fenianos. Se escapasse ileso, mas com uma única madeixa de seus cabelos presos numa trança solta, ou se partisse um único galho na fuga, ou se, no final da corrida, suas armas tremessem nas mãos, era recusado. (...), além desses testes, ele ainda era obrigado a saltar um galho da altura de sua testa, passar por baixo de um da altura de seu joelho, correndo a toda a velocidade, e arrancar um espinho do calcanhar sem retardar a corrida (...)"
Fonte: SQUIRE, Charles. Mitos e lendas celtas: Rei Artur, deuses britânicos, deuses gaélicos e toda a tradição dos druidas. Rio de Janeiro: Nova Era, 2005.