O Brasil produziu coisas interessantes?
Sem dúvidas que sim. Temos o sistema Opera, um sistema com muito potencial de concorrência com sistemas fortes (faltou investimento) e RPGQuest, que foi uma das melhores idéias nacionais nos últimos tempos. E temos, sim, capacidade de criar cenários interessantes, como Tagmar ou 1884.
O problema é: só investimos em lixo. Não queremos saber de material original, material novo. Queremos uma reciclagem de um vômito produzido por outras culturas. Pegamos o que elas têm de mais clichê (Shonen Jump, cenários-medievais-padrão, cenários-de-horror-padrão) e construímos nossa "identidade" com base nisso.
Por quê?
O Brasil não tem identidade cultural. Não temos uma filosofia própria. Não temos um sistema sociológico próprio. Tudo o que temos é pegado e adaptado de outros países. Somos, por mais que não gostemos disso, colonizados culturalmente.
Como resolver isso? Só se pudéssemos mudar a mentalidade de vários jogadores, que ainda têm a impressão de que "jogadores de Vampiro usam preto", "monge eh apelaum", "personagem tem que ser poderoso", etc.
Os RPGistas brasileiros GOSTAM do clichê. Estão acomodados. Gostam da repetição, da reciclagem, de ver o que já foi visto antes, e isso implica em cenários copiados dos cenários estrangeiros. Mudar essa mentalidade não seria fácil.