Seu_Madrüga escreveu:Já até banalizou um pouco o assunto. O interessante é que, como 99% de tudo que é acadêmico, isso não chega nem perto das pessoas que deveriam se informar mais, fica tudo na mesma e vira só massagem intelectual.
Sabe
Felipe, o quadro é difícil, a situação é complicada e mudanças demandam tempo. Mas precisam começar por algum lugar, né?
Claro, não negarei que tenho um otimismo em relação a isso, mas mesmo por um prisma mais idôneo, analisando o que tem sido feito por outras pessoas e o interesse das mesmas com essas novas propostas, dá para ter uma perspectiva melhor, uma expectativa para o médio e longo prazo.
São tantos trabalhos que são colocados efetivamente em prática, tantos educadores, mesmo os que nunca jogaram RPG, que participam de eventos e atividades nesse sentido mais lúdico que não vejo mais uma perspectiva tão obscura assim.
E graças a Deus vejo movimentos táteis saindo da academia. Alguns buscando e conseguindo até atenção da iniciativa privada.
Essa semana, por exemplo, um amigo meu aplicou um TCG que criamos, chamado BioMagic, no EJA e foi um enorme sucesso. A professora simplesmente amou o potencial da ferramenta e os resultados obtidos. DO ponto de vista da aprendizagem, os alunos foram até além daquilo que estava previsto, conseguiram fomentar até certas relações que deixaria muito aluno ensino superior pra trás.
Uma coisa que o
Gun citou é uma verdade muito recorrente: há aplicações didáticas que gozam de diversos aspectos do RPG que o professor mal imagina que isso possui um nome, que poderia achar um apoio em materias já criados ao longo desses 35 anos de RPG.
E isso eu vejo em diversos momentos, em diversos níveis de ensino e por diversos professores. É animador, apesar de serem reformas pontuais e de entender que mudanças demandam muito mais que pontualismo, ainda é animador se pensarmos que está começando, que está engatinhando.
O primeiro Simpósio de RPG & Educação, por exemplo, data de 7 anos. É algo super recente em um contexto histórico.
Batousai, acredite, os alunos não só levam a sério como conseguem aprender muito mais significativamente um determinado conteúdo do que pela abordagem tradicional de ensino. Claro, demanda muito mais tempo, é bem mais complexo de se organizar uma aula assim e etc. Mas contempla muitos aspectos importantes que uma aula convencional normalmente deixa a desejar.
Um grande diferencial aqui, que inclusive o
Raposa comentou, é a forma de aplicação. Algumas são absolutamente sofríveis. É uma aula convencional travestida, ou uma aventura engessada em que nada, absolutamente nada pode sair daquele roteiro que o DM preparou. Aí perde a função.
Como eu disse, é bem complicado porque demanda muita reflexão por parte do professor, muito jogo de cintura e um papel de mediação, tem de ser um professor mediador, que admita outras concepções de educação que não o amplamente disseminado.
Parte da dificuldade tanto de fomentação, quanto de aplicação, quanto de acepção do RPG como instrumento didático/pedagógico (e aí é uma via de mão dupla, tanto por parte do docente como por parte do discente) é que implicaria em aceitar mudanças nos paradigmas e dogmas da educação. E se por vezes inovar já é complicado, mudar, então, é algo bem mais distante.
Mas volto em um dos meus primeiros pontos: por algum lugar, em alguma instância é preciso começar.
Dahak Out