Jogos de Tabuleiro Importados

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Mensagempor Wykthor em 22 Jan 2008, 17:56

Bem, depois de ler os tópicos de War e Monopólio e ler as respostas, achei que seria legal postar uma perspectiva diferente. Mas antes disso, um disclaimer, especialmente para vocês dois, Dahak e Madruga:

BFG 9000 Disclaimer: Essa mensagem não nega a diversão que já foi proporcionada por War e Banco imobiliário, tanto para mim ou para qualquer um dos presentes. Esta mensagem também não visa ser esnobe nem tenta tripudiar os jogadores que ainda se divertem com estes jogos nacionais. As críticas inseridas nesta mensagem são direcionadas à pobreza de regras e mecânica do jogo dos produtos nacionais mais conhecidos, à falta de visão das empresas brasieliras (Estrela e Grow, estou olhando para vocês) e sua produção porca e mutilada das versões originais. Acima de tudo, as críticas mais veementes são direcionadas a péssima situação dos boardgames no Brasil e ao atoleiro na qual a maioria dos jogadores deste hobby se encontram e não sabem. Este atoleiro se refere aos elogios que os jogos clássicos brasileiros recebem por serem as ÚNICAS OPÇÕES CONHECIDAS no mercado. Restritos a poucos jogos, acaba-se valorizando eles bem mais do que merecem (situação familiar?), quando há uma variedade de jogos de *incrível qualidade* lá fora, que põe no chinelo qualquer Jogo da Vida, não importa quão divertido/nostálgico ele tenha sido. Mas uma vez que você conhece os jogos mais consagrados do exterior, há uma boa chance de dar às costas para War e nunca mais olhar para trás.

Dito isto, começo com uma frase polêmica mas verdadeira de um amigo:

"Há vida inteligente após banco imobiliário e war."

Isto não é um insulto aos aficionados destes jogos, mas um apelo para que as pessoas tentem procurar além deles, pois há uma riqueza IMENSA de jogos lá fora que infelizmente não aparecem por aqui. Quando não se há nada para jogar além do oferecido, não é difícil superestimar sua qualidade. Infelizmente, falta critério e exigência no mercado nacional de tabuleiro. Quer um wargame demorado, estratégico e rico? Procure pelo Twight Imperium 3rd Edition. Jogo econômico? Power Grid e Puerto Rico. Jogos de Leilão? Ra é uma pedida fácil para iniciar um jogador. Construção de cidades? Phoenicia, Princes of Florence e La Citta. (generalização amarga ON) Mas é claro, para a Grow e Estrela, jogo de tabuleiro tem que ser simples e fácil, voltado para o público infanto-juvenil, de preferência usando dados e com a mecânica de um débil mental (generalização amarga OFF).

Exemplificando, sabiam que o WAR é uma versão alterada das regras do jogo importado RISK (que não é lá essas coisas), sendo que a Grow fez o favor de mutilar ainda mais as regras apenas para torná-lo diferente do Risk e evitar o pagamento de royalties ? Eu não sabia disto até ser informado pela comunidade gamer no ano passado. E o Banco Imobiliário, que também é uma forma tosca do Monopoly ? A diferença é que o fabricante nacional tirou a regra de leilão dentro do jogo. E estas mudanças PIORARAM os jogos. O WAR tem tanto fator de sorte que não posso considerá-lo propriamente um jogo de estratégia.

Entretanto, nem tudo está perdido. Primeiro tem a opção de importar jogos, embora sejam caros. A faixa de preço varia bastante. Há jogos de 15 dólares, há jogos de 60 dólares. O que encarece o preço em relação aos livros de RPG são o frete (geralmente os jogos são mais pesados) e a taxa alfandegária extorsiva de até 60% (livros são isentos). Ainda assim, eu não me arrependo de ter comprado por esta via. Há sites de venda muito bons como a Boards & Bits, o Troll & Toad e o thoughthammer. A segunda opção é a busca das antiguidades brasileiras. Alguns são jogos antigos de qualidade melhor e que ficaram à sombra da profana trindade :) (war, banco imobiliário, jogo da vida). Alguns jogos que são considerados bons pelo público gamer: Contatos Cósmicos (excelente), Cartel (Não joguei), alerta Vermelho (idem), Alaska (joguei mas me esqueci totalmente). A terceira opção é a tradução dos jogos mais modernos. Por exemplo, há o Descobridores de Catan, o Arte Moderna e Samurai. Todos são jogos muito bons que estão disponibilizados em português (nenhum deles editado pelas "visionárias" empresas Grow e Estrela).

Finalizando, abaixo segue uma coletânea de links para aqueles que desejam saber mais sobre jogos de tabuleiro:

- Ilha do Tabuleiro: Considero o melhor site *brasileiro* de boardgames. Eu costumo frequentá-lo e recomendo aqueles que quiserem conhecer mais sobre jogos de tabuleiro aparecerem por lá. O pessoal é muito legal e atencioso, além de ter um belo arquivo sobre jogos de tabuleiro importados.

http://www.ilhadotabuleiro.com.br/

- Boardgamegeek.com : A mãe de todos os sites de jogos de tabuleiro. De conteúdo vasto e sempre atualizado, eu não compro nenhum boardgame sem checar suas resenhas e comentários. Eu não tenho como deixar de recomendar este site.

http://www.boardgamegeek.com/

- Ludus Luderia: Praticamente ao lado da loja de RPG Moonshadows na cidade de São Paulo, a luderia é um bar e cafeteria especializado em jogos de tabuleiro. Conheci seus representantes na última EIRPG (e tornarei a vê-los esse ano em seu stand; quem sabe trago algum jogo de tabuleiro também ?) e são muito incentivadores e camaradas na difusão deste hobby. Recomendo!

http://www.luderia.com.br/

- Calabouço e Castelo das Peças: No bairro da tijuca no Rio de Janeiro rola toda 5a-feira à noite o Calabouço das Peças, que promove jogatinas com diversos boardgames. Eu não me incomodo de pagar 5 reais (refrigerante grátis) e me divertir a noite toda, uma pena que tenho trabalho na sexta. No site do Calabouço costuma aparecer divertidos session reports (relatos dos jogos) que ocorreram nos eventos. Já o Castelo das Peças é organizado por alguns jogadores que aparecem no Calabouço das Peças e promovem 1 sábado por mês um mega encontro no prédio do Bob's ao lado do Shopping Tijuca. Apareço religiosamente nestes encontros,saindo apenas às 06:00. Vale lembrar que o evento deste mês ocorrerá neste sábado dia 26/01 (se alguém quiser mais detalhes, MP).

http://calaboucodaspecas.blogspot.com/
http://www.castelodaspecas.com.br/

- Um dos organizadores do Castelo das Peças, Antônio Marcelo, deixou na RedeRpg uma série de artigos bem ilustrativos para aqueles que desejam conhecer mais sobre os tipos de jogos de tabuleiros. Altamente recomendável para quem quiser saber mais sobre os tipos de jogos de tabuleiro.

http://www.rederpg.com.br/portal/module ... oryid=4983
http://www.rederpg.com.br/portal/module ... oryid=5014
http://www.rederpg.com.br/portal/module ... oryid=5040
http://www.rederpg.com.br/portal/module ... oryid=5064
http://www.rederpg.com.br/portal/module ... oryid=5101
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Mensagempor Dahak em 26 Jan 2008, 02:57

Bom dia, Wykthor. Tudo bem contigo?
Espero que sim.

Quero pedir desculpas pela demora em responder, mas esses dias estive um pouco ocupado.

Olha, achei muito legal esse disclaimer. Confesso nunca ter pensado por essa perspectiva.
Aliás, quantos por cento de tudo isso que está escrito é de sua autoria? Pergunto isso porque achei o texto e as opiniões de excelente qualidade, bem argumentadas e explanadas.

Reitero, nunca ponderei a respeito, porém, pensando agora, não é de causar espanto que os jogos de tabuleiro brasileiros são meras cópias mal feitas de jogos bem sucedidos.

Vejo quatro fatores importantes nesse tipo de situação:
- Royalties. Aumentaria muito o preço e o poder aquisitivo médio do brasileiro não é dos mais altos.
- Falta de confiança na produção nacional. É complicado para empresas do porte das nossas se arriscarem no mercado. Por mais que eventualmente surjam boas idéias nacionais, trocar o certo pelo incerto é bem complicado.
- Feedback. Supondo que essas versões mais elaboradas fossem bem sucedidas por aqui, não seria estranho se as empresas que os produzem abrissem os olhos pra um país com quase 200 milhões de habitantes, onde o público infatil, infanto-juvenil gasta, consome muito. E assim sendo, poderia despertar o interesse de se instalarem aqui, o que seria fatal pras empresas brasileiras.
- Cultura. Vamos combinar que explicar War é um suplício, um tormento que se repete muitas vezes. Apesar da mecânica "facilitada", quase todas as pessoas penam para aprender. E considerando que boa parte da população do país não tem acesso a um programa de ensino decente, fica difícil você introduzir uma atividade, com fins de entretenimento, em que o indivíduo tenha de fazer amplo esforço e uso de suas faculdades mentais.

Tudo isso que eu disse não justifica, nem tão quanto que apoio essas decisões, mas talvez explique a situação e as opções de empresas como a Grow e a Estrela.
Hoje, com o acesso a web mais facilitado, as informações correm soltas e acabamos tomando conhecimento desses outros jogos e tal. Mas a dez, quinze ou vinte e poucos anos atrás, como um brasileiro poderia discernir a respeito? Já seria um mérito se ele soubesse da existência desses outros jogos, mesmo que não conhecesse a mecânica.

P.S.:Quando for a MoonShadows vou procurar a Ludus Luderia \o/


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Mensagempor Wykthor em 26 Jan 2008, 10:36

Salve, Dahak, tudo certo. Sem problemas quanto à demora. O texto é de minha autoria (e obrigado pelos elogios), mas eu pensei por dois dias para saber qual a melhor abordagem para colocar uma nova perspectiva sem que a contestação dos jogos de tabuleiro conhecidos não soasse como um esnobismo pretensioso. Sobre a sua argumentação, vamos lá:

a) Royalties: Sim, encarece o preço do produto, mas não sei em quanto o custo seria repassado para o preço final. Mas como você colocou, este fator pode influir mas não justificar a postura das empresas.

b) Falta de confiança na produção nacional: Esse argumento eu contesto em parte. Eu concordo que pode haver a desconfiança como um "ranço" tradicional de inferioridade, mas essa é uma mentalidade que está bem menor do que era nos anos 80. O que eu discordo é colocar a falta de desconfiança como um fator em si; eu vejo mais como um pretexto da estratégia da empresa (que eu considero uma causa propriamente): "estamos felizes como o mercado se conforma, vamos manter nossa visão medíocre atual". Eu penso que essa estratégia é fruto da acomodação dos anos de proteção às empresas nacionais. Afinal, se a concorrência é limitada, a disposição em inovar, em realizar experiências com o mercado, é pequena. Ok,a Grow e a Estrela seriam suicidas em mudar *toda* a estratégia de boardgames da noite para o dia, mas será que não poderiam *evoluir*, ao invés de manter esse padrão medíocre?

c) Feedback: Entendo o que quer dizer. Se desde a década de 70 o Brasil tem sido ofertado com jogos "lixosos" voltados para o público infanto-juvenil e outros potenciais consumidores são alienados de outras opções, é difícil criar um nicho alternativo e que é coberto por empresas estrangeiras. Mas esta é uma tendência mesquinha e que pode sair pela culatra. Por exemplo, ouvi boatos da Hasbro se instalar no Brasil em 2008-2009. Sinceramente? Eu torço por sua vinda. Gostaria mais ainda que criassem uma concorrência tamanha com as empresas nacionais, forçando-as a se adaptarem a um padrão de qualidade mais elevado ou falirem.

d) Cultura: Eu discordo neste ponto porque jogos mais sofisticados não significam regras mais complexas ou que precisem de maior estudo. Há jogos altamente conceituados lá fora e que tem regras muito mais leves do que por exemplo, o Supremacia. Não é necessário que haja um alto conhecimento cultural para aprender a jogar RA ou Saint Petersburg, por exemplo (pena que também haja muita porcaria lá fora; fiquei decepcionado quando comprei o Order of the Stick boardgame). O que é preciso mudar é a concepção viciada de que jogo de tabuleiro joga-se dados e avança-se casas ou territórios :) . Quanto ao que colocou sobre a desinformação do brasileiro no passado, eu concordo, mas me refiro ao quadro atual e de até 7-8 anos atrás (o suficiente para a internet estar bem assentada no Brasil e mais que as empresas nacionais pensassem em rever suas posições).
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Mensagempor Dahak em 27 Jan 2008, 04:54

Poxa, gostei muito do texto.
Se você estiver disposto e topar, gostaria até que fizesse um artigo a respeito, para postarmos na home. Seria muito interessante.

Antes de dar continuidade ao debate, quero dizer que eu também não acho corretos aqueles quatro pontos que eu citei. Mas acho que foi/é mais ou menos assim que as empresas brasileiras pensam.

a) Royalties: Não sei também quanto custaria para as empresas. Mas acho que se eles já cobram uma fortuna pelos jogos, imagine se eles tivessem mais tributos? Ficaria ainda mais complicado para as classes C, D e E terem acesso ao jogo; hoje a classe C, por exemplo, pode ser vista como o motor da economia.
Eu, no entanto, acredito que as empresas teriam bons resultados se "ousassem" e trouxessem bons jogos para cá, arriscando em lucrar mais pela quantidade de produtos vendidos do que por unidade.

b) Falta de confiança na produção nacional: Concordo contigo que manter a mesma estratégia de mercado de 20 ou 30 anos atrás é besteira, é loucura. Mas infelizmente é o que ocorre com alguns setores da nossa economia. Além do despreparo para uma iminente corrida com empresas estrangeiras, é uma política que em momento algum visa um crescimento substancial dos negócios, deixando a ampliação do mercado por conta da taxa de natalidade. Pífio..

c) Feedback: Também acho que essa estratégia, se um dia ajudou a fundar e firmar as empresas, agora conspirará contra elas próprias. É preciso evoluir, expandir, inovar e reiventar. E por mais que não apostar nesses jogos importados tenha "mascarado" o mercado daqui, mais dia menos dia a máscara cai.

Torço para que essa notícia que você ouviu se confirme. E se ocorrer, creio que veremos um fenômeno peculiar: um incremento de faixa etária no consumo de produtos tidos como "de crianças".

Vamos combinar que infelizmente essa é a idéia que as empresas brasileiras perpetuam: jogar é igual a brincar que é igual a coisa de criança. Acho que os próprios empresários emplacam esse preconceito inexplicavel, porque só eles mesmos deixam de ganhar dinheiro com isso.

Quem sabe com entrada de empresas fortes e visionárias, de repente, as nossas acordam e resolvem licenciar outros produtos similares aos recém chegados para disputar mercado.

d) Eu também acho o fator cultural não é justificativa. Mas taxar nosso povo de ignorante é quase um costume, é automatizado. Soma-se as péssimas traduções que costumamos ver por aqui e palhaçada tá feita XD

Não acho, reitero, que isso seja razão para não investir em novas fatias do mercado, em novas idéias. Mas acho, sim, que esse tipo de argumento poderia ser usado como parte do comodismo dos empresários.

(mas ainda acho que explicar War pra algumas pessoas é muito difícil :cool: :ops: )

Falando do quadro atual, eu acho que é questão de tempo até que as baixas opções condenem um pouco as empresas. Principalmente havendo competição e com o acesso a web. Fora que seguindo a tendência de jogos eletrônicos, por exemplo, o interesse dos "adultos" por esse tipo de entretenimento é crescente. E quais produtos temos aqui que suprem essa necessidade? :cool:

Até breve!

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Mensagempor Wykthor em 27 Jan 2008, 13:01

*Acordando após 15 horas de jogatina de tabuleiro no encontro*

Salve, Dahak. Primeiro, sobre o artigo propriamente, eu tenho estado enrolado e até em dívida com a ilhadotabuleiro.com, sequer podendo contribuir com eles. Então, desculpe se não posso me comprometer com mais uma obrigação, ok :) . Caso lhe interesse como artigo, a primeira mensagem deste tópico pode ser usada, pedindo apenas que retire as seguintes partes desnecessárias:

"Bem, depois de ler os tópicos de War e Monopólio e ler as respostas, achei que seria legal postar uma perspectiva diferente. Mas antes disso, um disclaimer, especialmente para vocês dois, Dahak e Madruga:"

"Vale lembrar que o evento deste mês ocorrerá neste sábado dia 26/01 (se alguém quiser mais detalhes, MP)."


Continuando agora com o resto de sua mensagem:

Eu, no entanto, acredito que as empresas teriam bons resultados se "ousassem" e trouxessem bons jogos para cá, arriscando em lucrar mais pela quantidade de produtos vendidos do que por unidade.


Sim, e vale notar que há jogos baratos lá fora, especialmente os card games não colecionáveis, cujo preço tende a ser bem mais acessível (Citadels, Caylus Magna Carta, até o Bang!)

Além do despreparo para uma iminente corrida com empresas estrangeiras, é uma política que em momento algum visa um crescimento substancial dos negócios, deixando a ampliação do mercado por conta da taxa de natalidade. Pífio.

Feedback: Também acho que essa estratégia, se um dia ajudou a fundar e firmar as empresas, agora conspirará contra elas próprias. É preciso evoluir, expandir, inovar e reiventar. E por mais que não apostar nesses jogos importados tenha "mascarado" o mercado daqui, mais dia menos dia a máscara cai.


É por essas e outras que não tenho a menor pena dessas indústrias nacionais e gargalharei se estiverem em apuros pela concorrência externa :twisted:

Torço para que essa notícia que você ouviu se confirme. E se ocorrer, creio que veremos um fenômeno peculiar: um incremento de faixa etária no consumo de produtos tidos como "de crianças".


Como coloquei antes, ainda não tive confirmação oficial da vinda deles e mesmo que venham é possível que disputem apenas nichos específicos, por exemplo trading card games de Pokemon e Magic.

Vamos combinar que infelizmente essa é a idéia que as empresas brasileiras perpetuam: jogar é igual a brincar que é igual a coisa de criança. Acho que os próprios empresários emplacam esse preconceito inexplicavel, porque só eles mesmos deixam de ganhar dinheiro com isso.


Reações comuns à frase "Sairei para jogar jogos de tabuleiro"

1) Ignorância viciada pela exposição limitada do mercado: "Ah, vocês irão jogar war? E que jogo é esse, é banco imobiliário ?"

2) Ignorância pelo preconceito ao ser indagado de forma um pouco cética e até condescendente : "Você combinou jogo de tabuleiro?"

Mas taxar nosso povo de ignorante é quase um costume, é automatizado. Soma-se as péssimas traduções que costumamos ver por aqui e palhaçada tá feita XD


QFT.

(mas ainda acho que explicar War pra algumas pessoas é muito difícil :cool: :ops: )


Sim, ele pode ser. War apesar da mecânica tosca não é um bom jogo introdutório para o público, especialmente pela sua duração.

Falando do quadro atual, eu acho que é questão de tempo até que as baixas opções condenem um pouco as empresas. Principalmente havendo competição e com o acesso a web. Fora que seguindo a tendência de jogos eletrônicos, por exemplo, o interesse dos "adultos" por esse tipo de entretenimento é crescente. E quais produtos temos aqui que suprem essa necessidade? :cool:


Isto pode acontecer e espero, mas temo que sem umesforço na divulgação pela parte dos boardgamers, esta "conscientização" pode demorar beeem mais.
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Mensagempor Dahak em 29 Jan 2008, 02:50

Wykthor escreveu:*Acordando após 15 horas de jogatina de tabuleiro no encontro*

Salve, Dahak. Primeiro, sobre o artigo propriamente, eu tenho estado enrolado e até em dívida com a ilhadotabuleiro.com, sequer podendo contribuir com eles. Então, desculpe se não posso me comprometer com mais uma obrigação, ok :) . Caso lhe interesse como artigo, a primeira mensagem deste tópico pode ser usada, pedindo apenas que retire as seguintes partes desnecessárias:

"Bem, depois de ler os tópicos de War e Monopólio e ler as respostas, achei que seria legal postar uma perspectiva diferente. Mas antes disso, um disclaimer, especialmente para vocês dois, Dahak e Madruga:"

"Vale lembrar que o evento deste mês ocorrerá neste sábado dia 26/01 (se alguém quiser mais detalhes, MP)."


Uma pena. Mas se algum dia estiver disposto, só me dar um toque =)

Wykthor escreveu:Sim, e vale notar que há jogos baratos lá fora, especialmente os card games não colecionáveis, cujo preço tende a ser bem mais acessível (Citadels, Caylus Magna Carta, até o Bang!)

Não conheço esses cards :ops:
Pode falar um pouco sobre?

Wykthor escreveu:É por essas e outras que não tenho a menor pena dessas indústrias nacionais e gargalharei se estiverem em apuros pela concorrência externa :twisted:

LOL!

Wykthor escreveu:Como coloquei antes, ainda não tive confirmação oficial da vinda deles e mesmo que venham é possível que disputem apenas nichos específicos, por exemplo trading card games de Pokemon e Magic.

Ok, desses e entendo =P
Essas empresas fazem jogos semelhantes?

Wykthor escreveu:1) Ignorância viciada pela exposição limitada do mercado: "Ah, vocês irão jogar war? E que jogo é esse, é banco imobiliário ?"

LOL! Já ouvi muito disso.

Wykthor escreveu:2) Ignorância pelo preconceito ao ser indagado de forma um pouco cética e até condescendente : "Você combinou jogo de tabuleiro?"

LOL! E disso também.

Wykthor escreveu:Sim, ele pode ser. War apesar da mecânica tosca não é um bom jogo introdutório para o público, especialmente pela sua duração.

Tenho histórias engraçadíssimas sobre a iniciação de gente no War. :rolando:

Wykthor escreveu:Isto pode acontecer e espero, mas temo que sem umesforço na divulgação pela parte dos boardgamers, esta "conscientização" pode demorar beeem mais.

Verdade, bem verdade.

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Mensagempor Wykthor em 29 Jan 2008, 17:08

Uma pena. Mas se algum dia estiver disposto, só me dar um toque =)


Pode deixar :cool:

Não conheço esses cards :ops: Pode falar um pouco sobre?


Desses eu só não conheço o Caylus Magna Carta, que é uma versão encurtada do Caylus, um jogo denso e celebrado sobre a construção de um castelo. O Bang! e o Citadels são jogos divertidos para muitos mas também odiados por outros (eu, por exemplo, prefiro não jogar Bang! porque há jogos melhores com duração de jogo semelhante). O Bang! É um jogo de faroeste onde controla-se um xerife, 1+ ajudantes do xerife, 1+ bandidos e 1 traidor, sem que se saiba quem é quem (exceto o xerife). O objetivo é eliminar os bandidos (no caso do xerife e ajudantes), os mocinhos (no caso dos bandidos) ou ambos (no caso do traidor). Já o Citadels tem uma temática de construção de edificações medievais/fantásticas onde visa-se erguer o maior número possível de edificações (e quanto mais caras, melhores suas chances de vitória), enquanto a cada rodada cada jogador escolhe um "papel" (assassino, ladrão, rei, bispo, senhor da guerra, etc) que lhe confere poderes adicionais (o ladrão rouba o ouro de um personagem, o mercador dá mais dinheiro, etc).

Mas se é para falar sobre jogo de cartas não-colecionáveis, o melhor lançamento de 2007 foi o Races for The Galaxy:

http://www.boardgamegeek.com/game/28143

Essas empresas fazem jogos semelhantes?


Honestamente, eu não sei até que ponto vai a semelhança entre os tipos de produtos entre as empresas. Mas qualquer uma que venha para o Brasil para criar competição com a produção nacional vale :)
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Mensagempor Alessandro_Franzen em 14 Fev 2008, 15:28

Há!

Já paseei e ainda passo muito essa sensação de que só existem 6 tipos de games de tabuleiro bons na mente das pessoas.

Bom, aqui vai minha contribuição...

Para aqueles que não conhecem, há diversos games fantásticos lá fora. Madruga experimentou um deles que é mais um party game do que tabuleiro... mas a essencia é válida... Se chama Cash-N-Guns.

Além disso, tenho o orgulho de dizer que sou feliz possuidor de um dos mais hilários e divertidos games para 2 pessoas que já vi na vida... Se chama Blood Bowl! Futebol americano no mundo de Warhammer... Orcs, Humanos etc.

A propósito, estarei promovendo uma liga de Blood Bowl em Santo André a partir de meados de março... É um projeto conjunto com a Loja CHQ para criar um clube de clientes exclusivos, onde quanto mais você joga, mais descontos você consegue, sem falar nos prêmios.

Tenho vários games de tabuleiro muito irados comigo, por exemplo, o raro TSR Classic Dungeon (publicado pela Grow anos atrás... acredite) onde as pessoas podem jogar competitivamente ou colaborando uns com os outros a fim de explorar toda a Dungeon... cada personagem é um clássico do D&D 1a. edição: Clérigo, Guerreiro, paladino, Elfo, anão etc. Cada tipo de personagem tem habilidades próprias que deixam o game mais legal. Claro que o objetivo maior é conseguir um montate em ouro 30.000 moedas de ouro e escapar das catacumbas.
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Mensagempor Wykthor em 15 Fev 2008, 07:50

Ah sim, o Ca$n-N-Guns é muito divertido. Aqui no Rio um jogador até fez uns moldes de pistola que ficaram bem legais. Quanto ao Blood Bowl, suponho que seja este aqui?

http://www.boardgamegeek.com/game/712
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Mensagempor Madrüga em 19 Fev 2008, 00:12

Wykthor escreveu:Exemplificando, sabiam que o WAR é uma versão alterada das regras do jogo importado RISK (que não é lá essas coisas), sendo que a Grow fez o favor de mutilar ainda mais as regras apenas para torná-lo diferente do Risk e evitar o pagamento de royalties ? Eu não sabia disto até ser informado pela comunidade gamer no ano passado. E o Banco Imobiliário, que também é uma forma tosca do Monopoly ? A diferença é que o fabricante nacional tirou a regra de leilão dentro do jogo. E estas mudanças PIORARAM os jogos. O WAR tem tanto fator de sorte que não posso considerá-lo propriamente um jogo de estratégia.


Engraçado. Eu estou pesquisando e lendo manuais de Risk de diversas épocas (achei uns sites interessantes sobre o assunto). E, cara, sinceramente? É a mesma merda!

A Grow mudou nomes de territórios e alterou coisas tão pequenas nas regras que eu não vi "mutilação" nenhuma. Isso me parece choradeira típica de "entendidos" que querem só botar pilha nos "mortais" que "ainda" jogam War.

Você foi "informado pela comunidade gamer", mas pegou um manual na mão? Eu processaria. É quase idêntico. Falando de fator sorte e o escambau, Risk é tão ruim quanto War. Eu vi o Risk Lord of the Rings e me pareceu mais complexo por causa das fronteiras naturais (países com montanhas no meio que não combatem entre si). Agora, o Risk normal...

Eu tive umas idéias, claro, porque querendo ou não o Risk tem regras ligeiramente diferentes, como limitar em dois dados o defensor. E tem a decência de dar várias idéias de regras variantes e jogos variantes. Nosso War é simplesmente o Risk na variante Secret Mission. Ou seja, para ficar igual ao Risk, é só tirar um dado da defesa e mudar o objetivo de todos para "dominar o mundo" e eliminar uma ligação para a Oceania (o que piora o jogo).

---

[EDIT]

Wyk, por favor não se ofenda com o conteúdo do post. Ele não é de maneira nenhuma ofensivo, só é proporcional à minha frustração de encontrar um jogo completamente diferente em Risk... e não encontrar. Eu sei como é fácil confundir uma coisa com outra por internet, só estou avisando aqui.

Eu estava esperando um primor, e me decepcionei. Acho que vou continuar com o projeto de enriquecer o War enquanto não tiver grana para comprar jogos decentes.
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Mensagempor Wykthor em 19 Fev 2008, 06:53

Relaxa, Madruga :) Acho que vale colocar algumas ressalvas no que disse antes:

1) Acho que dei a impressão errada se quando falei que a Grow piorou as regras implicitei que o Risk era bom. Você disse "Eu estava esperando um primor, e me decepcionei". Logo de início avisei que "o Risk não era grande coisa". Desculpe se aumentei suas expectativas do original. Sobre a arrogância dos "jogadores elitstas-morte-aos-maníacos de War" :bwaha: quando eles me falaram sobre isto, era mais ridicularizando as manobras "Gerson" da Grow para evitar Royalty, mas honestamente? Mesmo que o War seguisse as regras do Risk à risca (pun intended!), eles continuariam a criticar. Como parâmetro, veja a nota dele no BGG: 5.47 . É muito baixo comparado a um Mare Nostrum ou Twilight Imperium, que são jogos bem mais elaborados do que o Risk.

(Não se ofenda, mas por um momento a indignação colocada com a suposta soberba gamer vs jogadores de war me lembrou as críticas de jogadores exclusivos de RPG nacional contra os jogadores que conheciam importados)

2) . A questão é que a regra que eu me lembro que comentaram altera MUITO: a inclusão de um dado a mais na defesa. Isso aumenta mais o fator sorte na medida encoraja os famosos "castelinhos de areia" (acúmulo de peças no território até virar uma fortaleza quase inexpugnável) , derrubados apenas por uma grande massa de exércitos atacantes que engajará naquela grande masturbação de dados conhecida pelos jogadores ;) . Para mim isso foi uma mutilação e tanto, mas eu NÃO li o manual do Risk (só postei pelo que me disseram) e não sabia que essa era a única regra diferente era na verdade uma variante contida no próprio manual (secret mission), o que PIORA ainda mais a sem-vergonhice da Grow.
Victor Caminha

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Mensagempor Allefcapt em 19 Fev 2008, 18:56

Olá a todos,

WYK,
Já vi na prática as consequências da colocação de um dado a mais na defesa.
É outro jogo. :blink:

Abraços,
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Mensagempor Wykthor em 19 Fev 2008, 20:07

Allef, com certeza. A propósito, você não mora mais naquele apartamento no fim do Leblon, certo? Por coincidência um amigo que é fanático por boardgames se mudou para aquele prédio e de vez em quando vou para lá para jogar.
Victor Caminha

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