Aqui vão os textos do GarotoVaca.
SHIAN-HU
Regime: Federação de monarquias
Religião: culto aos huokaons.
População: em torno de 7 milhões.
Cidades principais: Mitsanm, Maal, Xiôn e Zhao
Importa: tecidos, madeiras nobres, cogumelos, bebidas.
Exporta: arroz, chá, pimenta, trigo, carne, ferro, frutos do mar.
Shian-hu é um reino que acaba de sair de uma terrível decadência política e religiosa. Estendendo-se por longas planícies e montanhas, seus poderes territoriais são delimitados e divididos em três grandes estados, que se dividiram após a queda do Falso Sacerdote e da exclusão dos Sabus e dos diversos grupos religiosos. Atualmente, passam por um período de reconstrução política e social e, enquanto o Grande Monastério trabalha na reestruturação de seu poder limitador, algumas famílias tomam controle sobre gigantescas partes de terra e hoje travam conflitos internos e entre tribos nômades.
Geografia
Montanhas são abundantes em todo o território, principalmente na região norte, onde se localizam algumas tribos consideradas “indesejadas”. São nesses lugares em que são comuns as trocas clandestinas de materiais, devido ao difícil acesso das tropas do reino. O governo Mitsanm, que detém a maior parte das cadeias de montanhas procura sempre manter vigia nas poucas estradas, mas ainda sim são ineficazes.
Essencialmente agrícola , o sul se resume nas grandes planícies de Xiôn, a maior produtora agrícola. O solo é bastante fértil e uma infinidade de cereais e especiarias são produzidas neste, destacando-se o arroz, chá, pimenta e trigo. O bambu é existe Shian-hu, mas sua abundancia em todo território o desvalorizam, transformando-o em produtos de fácil acesso e baixo preço.
Embora tenha um grande litoral, não são muitas as partes ainda dominadas por shian-hans, pois mesmo depois da queda de Fulon-po, o Falso Sacerdote, neerghulianos ainda tomam conta de boa parte da costa e mantém relações hostis contra o governo e civilização de Maal, impedindo de expandir seu comércio marítimo, e, se somada a dificuldade de comercio pelo norte, são poucas as rotas reservadas a toda Shian-hu para exportação e importação, criando supervalorização do produto interno, dependendo da posição geográfica.
O clima de Shian-hu é subtropical, sendo mais frio na região sul e nas altas planícies e montanhas do norte. A vegetação é bem diferenciada indo do simples arroz até as chamadas plantas-huokaon, plantas carnívoras e venenosas em sua maioria. A fauna é algo bem restrito e pequeno se comparado a outros reinos, embora seja abundante, o que tornou a pecuária algo muito valorizado. Os animais de maiores criações são os pequenos makas em ambientes domésticos e a criação bovina para fins comerciais.
Religião
A cultura de Shian-hu e sua manutenção estão inteiramente ligadas com sua religião e com aqueles que a controlam. Ela se baseia na crença dos dois únicos deuses: Gawa, o deus sol e Mowaga, a deusa água. Um pequeno trecho do livro Huokaon –considerado o mais importante e artefato da história de Shian-hu – é suficiente para contar sua participação nessas terras:
“Sem a água não há como a vida persistir. Ela se torna morta, como um lago raso disposto a secar e deixar seus peixes no sufoco do ar. Mas a água sem a energia não cria a vida. Somente a mantém. O sol é o distribuidor único da vida de todos os vivos e acolhedor e dos mortos. É o guia dos desejos e a luz que ilumina a todos.
Reverenciais Gawa como o criador e reverenciais Mowaga como a mantedora de toda a vida do universo”.
Os shian-hans, embora tenham grande fé em seus deuses, seguem os passos daqueles que disseram que um dia andaram na terra. Aqueles chamados Huokaon. Toda a cultura religiosa, independente do lugar, é voltada a eles.
Os huokaons são a fonte da fé de Shian-hu. De acordo com os antigos escritos, eles foram os primeiros a serem criados pela união de Gawa e Mowaga. Mas apenas um deles é referenciado com maior de todos: Emanu. Desde pequenos, os shian-hans ouviram histórias das façanhas desse huokaon.
Os nove são: Shuo, Yôn, Sabu, Xouloun, Otamu, Mao, Hou, Qoulou, Emanu. Os quatro primeiros também representam as quatro maiores famílias reais, que hoje, com exceção da Sabu –que hoje é visto com repúdio e desgosto-, governam as terras de Shian-hu.
Antigamente para ser o sucessor do imperador, os candidatos só podiam pertencer a essas famílias e eram enviados para Zhao, onde se localiza o Grande Monastério, para serem instruídos nos ensinamentos religiosos, dando a eles título de Sacerdote de Emanu. Entre eles, os altos sacerdotes mais antigos escolhiam qual seria o Supremo Sacerdote, dando a este o título de Imperador Sacerdote de Shian-hu, que tinha o direito de governá-la até morrer. Com a queda de Fulon-Po e a divisão das terras, somente membros das famílias nobre podem ser considerados sacerdotes e líderes das suas respectivas terras.
História
Resgate das antigas dinastias
Antes da entrada de Fulon-Po no domínio do império shian-hu, muitas dinastias passaram para a sua consolidação. Foi um início turbulento, onde esse povo lutou contra várias outras tribos para a instalação e domínio da terra que foi conhecida como Shian-hu.
A primeira região estabelecida foi a de Zhao, que logo se tornou o centro de escambo entre esse povo e de agricultura. Com as colonizações indo em direção ao litoral – dando origem a Maal-, novas portas comerciais se abriram e um aumento significativo de desenvolvimento começou. Alguns outros reinos foram sendo descobertos e comércio entre eles foram criados e teve-se a necessidade de consolidação e centralização do poder para melhor administração.
Como o povo era muito ligado à religião e ela tinha forte influência sobre eles, o então chamado Grande Monastério se tornou a capital das relações políticas, sociais e econômicas de Shian-hu. Alguns anos se passam, e os nobres e comerciantes estavam insatisfeitos com as determinações de Zhao e sugeriram –e pressionaram durante muito tempo, com apoio dos camponeses - aos sacerdotes que integrantes das famílias aristocratas tomassem conta das atividades econômicas. Os sacerdotes aceitaram com uma condição: de que somente sacerdotes das famílias nobres poderiam se tornar os tais imperadores. Seu poder duraria até o fim de sua vida e seu substituto seria escolhido pelo Monastério.
Durante muitos anos, integrantes das famílias Shuo, Yôn e Xouloun foram imperadores. Mas foi na primeira dinastia da família Sabu que tudo mudou.
A Dinastia Fulon-Po
Pela primeira vez em eras, a família Sabu teve seu primeiro integrante como Imperador Sacerdote de Shian-hu: Fulon-Po-Sabu. Ninguém sabia quais eram as intenções da novo imperador, mas não tinham confiança em seu poder. Diziam que ele sabotou os testes em que fora submetido para conseguir esse título e ameaçou os outros sacerdotes, mas nada foi comprovado.
Nos primeiros anos, Fulon-Po decidiu aumentar o exército real, exigindo que cada região aumentasse o numero de militares em sua população para a conquista de novos territórios, desagradando muitas famílias nobres e Zhao, que usavam da diplomacia e relações comercias para evitar conflitos com outros, povos. Ele também construiu o Palácio Qiao-Po, ao norte de Shian-hu e intensificou ao máximo a criação de universidades no litoral.
Ao longo do tempo, ele afirmava que o próprio Emanu, o supremo huokaon, conversava com ele e o aconselhava. Afirmou também que O Supremo desejava a unificação com os habitantes de Neerghul, que dizia que eram “irmãos perdidos”. Seguindo isso, a fronteira com Neerghul se tornou um local de comércio intenso. As universidades imperiais agora também abrigavam príncipes dos novos aliados como estudantes e o litoral começava a ser preenchido com vários povos, criando um fluxo de culturas e religião. A família Xouloun não ficou satisfeita com isso barrou a entrada deles em seus territórios e a família Shuo seguiu o exemplo. Um grande nível de militarização aumentou nessas regiões onde elas controlavam.
Foi quando um golpe pega a todos de surpresa: o patriarca da família Shuo é assassinado por um príncipe de Neerghul e tem suas terras litorâneas tomadas para ele. O imperador Fulon-po decide enviar suas tropas para atacar a região de Maal e tomar as terras das mãos dos Xouloun.
Foi nesse dia que tudo ficou claro. Fulon-Po-Sabu queria aniquilar a presença das outras famílias reais e tornar o trono imperial hereditário e acabar com outras influencias que limitavam seu poder. Com uma aliança aos Neerghul, fatalmente as outras famílias iriam cair, já que a militarização precoce de Shian-hu tenha sido destinado às mãos de Fulon-Po e somente depois as outras regiões se armaram. Sua única determinação foi para que Zhao não fosse tocada, pois temia uma rebelião dos camponeses.
O plano de Fulon-po teria sido um sucesso. Mas o imperador não contava com a enorme resistência das outras famílias e da trágica quebra da aliança com Neerghul, que saíram da guerra após conseguir as terras desejadas. O Sabu caiu. E o império também.
Zhao e o Grande Monastério tiveram sua confiança abalada. As três famílias restantes de agora em diante teria uma região para governar, o que agradou em parte os camponeses, comerciantes e as próprias famílias. Os novos regentes ainda deveriam se tornar sacerdotes para conseguirem esse título, mas era a família que iria escolher.
Os comerciantes estavam divididos. Alguns se mantinham leais as antigas famílias, mas outros, principalmente os do litoral, preferiam o governo de Neerghul, pois pagavam baixas taxas e tinham melhorias em suas estradas e rotas de comércio. As universidades principais –que tinham sido feitas no litoral especialmente para ganhar a aliança Neerghul- são administradas pelos príncipes dessa região.
Após a queda do chamado Falso Sacerdote, o seu exército foi considerado traidor e foi exilado nas montanhas do norte, assim como várias outras tribos e suas crenças, que foram caçadas, pois muitas delas apoiavam Fulon-Po e suas conquistas. Esse exército se tornou um povo nômade conhecidos como Sabu.
As regiões se dividiram em Zhao, terra do Grande Monastério; Mitsanm, que fica no litoral e é governada em parte pela família Shuo; Xiôn, ao sul, governada pelos Yôn, e; Maal, ao norte, governada pela família Xouloun.