Resistência
Eu escrevo um Soneto ultrapassado,
n’um tempo perdido do presente
querendo envolver-me de repente
em todos os dias abandonados.
Em rimas ruins e comoventes
eu escrevo um soneto amarrotado
na Fome de tudo e do Passado,
prendendo a torrente d’entre os dentes.
Montando meu Forte em metro e rima,
enfrento a ferrugem e o bolor
que o tempo me guarda com seu cerco.
Suas tropas são vagas assassinas
com mares e mares de um pavor
n’um mar de relógios... E me perco