O Porquê Da Métrica

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Re: O Porquê Da Métrica

Mensagempor _Virtual_Adept_ em 08 Set 2010, 16:27

Velho, cês estão faz umas duas páginas discutindo calorosamente num ponto em que vocês concordam.

Isso não é poético?

É mais que isso... é spelliano.

A estética modernista que o pos-modernismo não abandona de todo também é uma estagnação, aceita e sacramentada pelo status quo.

É, o pós-modernismo também me encheu.

Visão pueril dos versos parnasianos. As receitinhas que eles seguiam eram muitas vezes inovações criadas por eles. Pesquisavam e desenvolviam novas estruturas poéticas, estudavam os efeitos sonoros de cada tipo de rima, de cada tipo de verso. Isso é seguir receita ou inovar esteticamente?

Não sou nenhum especialista em poesia. Ainda bem.
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Re: O Porquê Da Métrica

Mensagempor Madrüga em 09 Set 2010, 10:51

Sr.Personna escreveu:Estou falando de pessoas e não de escolas. Qualquer um que comece a escrever hoje ganharia muito se puder ter o suporte da tradição para lhe ajudar nos primeiros passos. Eu que aprendi ao acaso achei tudo mais difícil do que se tivesse aprendido com alguma receita. É muito mais fácil escrever uma trovinha em redondilha que escrever um poema em verso livre. E quando você fica craque nas trovas, escrever verso livre é um deleite ainda maior. Sem contar que é uma liberdade tamanha poder escolher entre escrever com ou sem metro do que ficar preso na ignorância de só saber escrever de uma forma.


Se é preciso o suporte da tradição nos primeiros passos, quando você vai começar a escrever de verdade?

E outra, quando você vai perceber que os outros não têm a obrigação de "ficar craque nas trovas" para escrever poesia?
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Re: O Porquê Da Métrica

Mensagempor Geleiras em 09 Set 2010, 13:51

é complicado
o problema é quando o acesso aos primeiros passos lhe é negado
não se aprende mais a tecnica tradicional de poesia porque está é dada como inútil, ae está o problema

liberdade não é negação.

bom depois eu posto outros coisas
além do mais, o parnasianismo não é a única escola que escrevia antes do moderninsmo
o simbolismo usava verso livre e classico por exemplo.
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Re: O Porquê Da Métrica

Mensagempor Madrüga em 09 Set 2010, 14:34

Mas você concorda que você não tem o direito de se meter no desenvolvimento artístico dos outros? Que não há só um caminho a seguir?
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Re: O Porquê Da Métrica

Mensagempor Lanzi em 09 Set 2010, 15:15

Eu concordo.

E outra. Acho que as críticas que o Personna cansa de repetir aqui na Spell não são compatíveis com a pretensão dos spellianos. Sério, ou por acaso alguém aqui quer revolucionar a arte da poesia?

Não precisa ser 8 ou 80. Tudo bem que se você quiser ser um cânone, inovar na forma e no conteúdo, precisa saber e conhecer sobre o que já foi feito para saber onde e como inovar. Mas se a sua pretensão é só a de escrever alguns versos, externar o que sente, qual o problema?

Os argumentos, de ambos os lados da questão, estão perdidos porque ninguém sabe direito o que o outro tá defendendo.
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Re: O Porquê Da Métrica

Mensagempor Mirallatos em 09 Set 2010, 19:35

Sem mencionar que isto aqui é um fórum cujas regras permitem certo nível de debate. Até agora, vi debate de opiniões, partidarismo, mas nenhuma interferência no processo criativo de outrem. No máximo certa antipatia.
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Re: O Porquê Da Métrica

Mensagempor Sr.Personna em 10 Set 2010, 17:00

Madrüga escreveu:
Se é preciso o suporte da tradição nos primeiros passos, quando você vai começar a escrever de verdade?
E outra, quando você vai perceber que os outros não têm a obrigação de "ficar craque nas trovas" para escrever poesia?


Bom, eu gosto do que eu escrevo... E aliás tenho agradado públicos distintos com meus versos. Tanto leigos quanto outros poetas. Mas de fato eu ainda estou nos primeiros passos do metro, não consigo fazer um repente de improviso e bem artiulado. Mas creio que já domino o suficiente para criar meus próprios contraines para além da metrificação clássica, seguindo para isso uma orientação do OULIPO que para mim é o que há de mais inovador na poesia contemporânea. Alias, o senhor conhece o OULIPO? Se não conhece eu recomendo muito!

Madrüga escreveu:Mas você concorda que você não tem o direito de se meter no desenvolvimento artístico dos outros? Que não há só um caminho a seguir?


Minhas críticas aos poemas que leio aqui ou em outro lugar raramente estão ligadas ao metro propriamente dito. Costumo criticar tendo como parâmetros elementos mais gerais da poesia como é o caso da criatividade, tema, ritmo, forma e da sonoridade. Não venho aqui apontando o dedo em riste e mandando: metrifique! E sim costumo fazer uma crítica apontando em que pontos poderia ser melhorado o poema.

Questiono o que o autor pretendia com as inovações e transgressões que fez à norma culta e a linguagem em prosa. Eu entendo o poema como uma forma de transgressão à norma da prosa. Onde o poeta torce a linguagem para dizer coisas que não poderiam ser ditas na linguagem corrente, ou se pudessem não seriam ditas com a mesma intensidade.

Para mim é poema quando um texto está melhor expresso em linguagem poética do que poderia ser expresso em prosa corrente.
"Muito brincaram comigo,
até que aprendi a brincar...
Na vida se chicoteia
ou se deixa chicotear!"
(Lições, Lucas C. Lisboa)

O Jogo tem 3 regras simples:
1) Basta conhecer o Jogo para estar jogando.
2) Sempre que lembrar do Jogo, você perde.
3) Sempre que perder, você deve anunciar a derrota.
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