Spell RPG

Não estou tão certo quanto a este poema, ficou pra ser terminado durante tanto tempo que nunca terminei. Me digam o que vocês acham.


Em direção ao navio vão os marinheiros,
arrastando em silêncio suas saudades
para os dias de mar;
arrastando os pés e as saudades.

Um se arrasta mais que os outros,
com carta no bolso e batom nas bochechas
[com a malandragem dos amantes que partem]
se arrasta, se arrasta, se arrasta
e o sapato gasto.

A moça deixada no cais... suspira.
vendo como, pesado, seu marinheiro se arrasta
balança a mão e vai embora
[beija uma foto, beija outra foto,
gasta o batom]

Com o tempo o mar cresce e vira
horizonte, vira além.
Então é um aqui,
outro acolá.

Mas o que chamam de mútuo amor,
tem força e traz o que está longe,
aproximando o que os amantes têm em comum:
sal no rosto.

Muito visual e melancólico. Gostei bastante.

Entendo muito bem de poemas "inacabados impossíveis de acabar".
Mas gostei de como ele está, embora uma estrofe a mais (entre a 3a e 4a ou entre a 4a e a 5a) fizesse bem ao poema, talvez falando brevemente dos marinheiros NO navio, partindo e faznedo seus afazeres de marinheiros com um tom consternado de partida e uma saudade antecipada.

Sei lá, estou viajando...rs.

Olha, eu tou numa fase onde sal no rosto + pensamentos amorosos =
Pedro, caso você venha a ler meu comentário e pensar em replicá-lo, lol, pule a linha de cima:P

Claudião, um tanto atípico de sua pessoa, certo?
Tal qual o Pedro, o apelo visual também me chamou a atenção e é digno de um destaque todo especial.

De uma certa forma, se você não tivesse dito que está inacabado, poderia passar facilmente como algo que faltou talhar um pouco ou mesmo com aquele arzinho de mistério, de quero mais...

Quando você começou esse trabalho?


Abraços!


Dahak Out

A intenção do poema é acabar de modo brusco, e o último verso vem para confirmar o tom irônico dos outros versos. Eu só não sei se, do jeito que está, a mensagem pode ser captada: não é poema de amor, é exatamente o contrário. Talvez vocês tenham sacado isso na leitura, e neste caso esse meu comentário é redundante. Mas se não, se vocês quiserem que eu explique melhor minhas idéias no poema, é só falar, porque aí vocês podem me dizer melhor o que tá faltando ou sobrando.

Eu escrevi o poema de uma vez só há mais ou menos um mês, e desde então tenho tentado mexer nele.

Valeu, Sampaio e Lulu!

Claudião, aceito sim ouvir explanações


Dahak Out

A primeira estrofe é puramente visual: os marinheiros lamentando ter que sair ao mar, por isso se arrastam.

Na segunda, esse marinheiro ganha destaque. Ele se arrasta excessivamente para mostrar que sente em deixar sua parceira. No fundo é pura encenação, pois ele tem "a malandragem dos amantes que partem" e na verdade não sente em ir embora. Mas isso sem deixar que a moça perceba, por isso entre [colchetes].

No terceiro surge a moça que, vendo o sofrimento [falso] de seu amado, finge não se importar com a viagem, apenas lhe acena. Ela, por sua vez, longe de tudo, sofre de saudades e por isso beija tanto as fotos. É o oposto.

A quarta estrofe é o que é, evidencia a distância entre eles.

Por fim, o que se espera é que o amor que têm um pelo outro os una na distância, mas o que acontece é que não há amor por parte do marinheiro. Então a sacada é essa: enquanto a mulher chora [sal no rosto], o marinheiro aproveita a brisa do mar [sal no rosto].

Hun...sempre gosto de ouvir a opinião do próprio autor sobre a construção do trabalho. Vários detalhes podem passar inóbvios, ou podemos ver coisas demais, hehehehehe. Eu jurava que poderia ter algo na quarta estrofe que eu não estava enxergando ^^"

Dahak Out

Esse é o meu filho^^.

Para mim não falta nada. E se vc não tivesse dito que estava inacabado, não o perceberia.

Excelente. O arrasto dos marinheiros, na minha concepção, também pode ser interpretado, além do pesar de ter que ir embora [ao menos para a maioria deles], como o número de marinheiros que em arrastão, vão navegar, ou ainda, com o balanço em arrasto das ondas do mar.

Espero não estar viajando demais.

Adorei esse poema.

Chero!

Me lembrou minha infância. É justamente como eu imaginava meu pai se despedindo da minha mãe...

Nossa...
Jura, Mirallatos?


Dahak Out