FRIA

[Agnes Mirra]

Depois de dias de noite
de dores e fingida brancura
Depois de sol à distância
e nuvens cinzas em minhas mãos
Depois de tudo
de tudo
o que restou foi o frio
O frio do concreto em minha volta
em volta do meu novo mundo incolor
onde parece
a única cor vem de meus cabelos...
De onde eu sinto o frio?
Este lugar parece sempre ter me pertencido
Tanto tempo sozinha
ouvindo o som do nada
visualizando neblinas tóxicas
Tanto tempo só comigo
De onde vem este frio?

[Elara]

Um momento me pareceu bem introspectivo, em outro bem ficcional.

Intrigante, me fez pensar um bocadinho.

e nuvens cinzas em minhas mãos

"Cinzas" se refere à cor das nuvens? Então não seria no singular?

Chero!

[Agnes Mirra]

Oi, obrigada pela crítica!

Esse poema é sim, introspectivo, mas nada ficcional. Nada que escrevo (ou quase) é irreal.Sobre as cinzas: me refiro a cor e as próprias cinzas!

Se achou intrigante e te pôs pra pensar..que bom!!! Fico lisonjeada!!!srrs!

[Sampaio]

Gostei deste poema. Simples mas sincero, da alma.

Definitivamente introspectivo, melancólico. Fim de alegria, sensação da realidade pálida que cerca e uma certa desesperança. Foi a sensação que tive.

[Dahak]

Agnes Mirra, tudo bem?

Gostei da poesia em vários aspectos.

O primeiro é que ela me soa mais preocupada em ser sincera do que ser vistosa. E no meu conceito, isso é o que atibuiu o maior e melhor brilho.

Um segundo ponto que me chamou a ateção é o fato de que seus versos cinzentos contrastam bem com os diversos sentimentos impregnados neles mesmos.

A perguntinha ali no final, de algum modo, trouxe-me um sabor vivaz, um ímpeto em romper com o frio, em se aquecer, em ascender.

Até mais.

[Agnes Mirra]

Obrigada a todos pelas críticas.É legal saber que meu poema trouxe alguma empatia a alguns.