As horas

Aí vai um dos meus favoritos.
Espero que gostem!
Chero!
===================================================================
Horas...
23:30 a 0:00
11:30 a 12:00.
(Vinte e três e trinta a zero hora
Onze e meia ao meio dia)
Lê-se assim.
Ou ainda
Onze e meia a meia noite
Onze e meia ao meio dia.
Da segunda forma
É anti-estético
Da primeira
É mais poético.
Mas a melhor forma de dizer
É que a hora de escrever
É atemporal
Está num paralelo paradoxal
Entre as maneiras
De agir e de comer
De estudar e se vestir.
Não é preciso
Cair em livros
Para sentir-se vivo.
Nem escrever um
Para morrer.
Quem disse isso?
Por que plantar árvores
Ou ter um filho
Para completar o viver?
Deixe que parta
O pessoal da repartição
Feche a porta
Do reles, vil alçapão.
Quando mais ninguém há
É o fim das vias espessas
Solidão a penar
Nessa jornada às avessas.
Porque o sangue...
Ah, sim, apenas o próprio!
Corre em veias tal mangue
Filho do esperma opróbrio.
Nada além
Das horas.
Tudo aquém
Das senhoras.
Que um dia foram
Jovens como eu.
Mas com o tempo passando
Novas senhoras se formando,
Em breve também serei
E só meu passado verei
Pois ficarei cega
Sem meus óculos.
“ – Pega-os e me entrega!
Sem ver não relembro ósculos
Porque a boca que vejo
É que relembra o ensejo
O doce gracejar do beijo
Que se foi há anos!”
(Elara Leite)
Espero que gostem!
Chero!
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As horas
Horas...
23:30 a 0:00
11:30 a 12:00.
(Vinte e três e trinta a zero hora
Onze e meia ao meio dia)
Lê-se assim.
Ou ainda
Onze e meia a meia noite
Onze e meia ao meio dia.
Da segunda forma
É anti-estético
Da primeira
É mais poético.
Mas a melhor forma de dizer
É que a hora de escrever
É atemporal
Está num paralelo paradoxal
Entre as maneiras
De agir e de comer
De estudar e se vestir.
Não é preciso
Cair em livros
Para sentir-se vivo.
Nem escrever um
Para morrer.
Quem disse isso?
Por que plantar árvores
Ou ter um filho
Para completar o viver?
Deixe que parta
O pessoal da repartição
Feche a porta
Do reles, vil alçapão.
Quando mais ninguém há
É o fim das vias espessas
Solidão a penar
Nessa jornada às avessas.
Porque o sangue...
Ah, sim, apenas o próprio!
Corre em veias tal mangue
Filho do esperma opróbrio.
Nada além
Das horas.
Tudo aquém
Das senhoras.
Que um dia foram
Jovens como eu.
Mas com o tempo passando
Novas senhoras se formando,
Em breve também serei
E só meu passado verei
Pois ficarei cega
Sem meus óculos.
“ – Pega-os e me entrega!
Sem ver não relembro ósculos
Porque a boca que vejo
É que relembra o ensejo
O doce gracejar do beijo
Que se foi há anos!”
(Elara Leite)