por Miifva em 09 Mar 2009, 08:46
Saudações,
Meus caros, a minha maior e mais modesta alegria são estes versinhos que vos faço. Às vezes, quando me sai um versinho de que gosto muito, fico a andar pela casa sorrindo e recintando-o, repetidamente, como fosse uma maneira de retribuir a um filho a alegria que sinto por ele se permitir nascer.
A vós, que lendo estes versinhos permitis que um pouquinho de Poesia vos invada, eu também sou inteiramente grato. Porque torneis ainda maior minha alegria e, mais que isso: compartilhais dela; o que faz com que sejais, também, co-autores de tudo o que faço.
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Doug_a_l,
Teu comentário traz uma passagem que deixaria muitos filósofos indignados e perplexos; mas a mim, e a muitos outros poetas, acredito, trata-se de palavras de encantadora sabedoria. Ei-la:
"Te deixa a pensar, imaginar, CRIAR o que o autor quiz dizer."
Sim, criar o que o autor quis dizer. Não hesites fazê-lo!
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Dragão de Bronze,
Meu rapaz, não é de praxe explicar um poema; em todo caso, este parece ser um caso especial. Mãos à obra:
Tu, provavelmente, já deves ter lido Alberto Caeiro. Esta passagem talvez possa nos ajudar:
"(...)
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar..."
Talvez, também, já tenhas ouvido falar na Metafísica de Aristóteles e nas quatro causas que ele estabelece com relação ao mundo do devir, isto é: ao mundo das coisas sujeitas a transformação. São elas:
A causa formal: que seria a essência de alguma coisa. Como por exemplo a nossa alma, para nós.
A causa material: que seria a matéria de que é feita uma coisa. Como por exemplo o bronze, para um Dragão de Bronze (rs).
A causa eficiente: que seria aquilo de que uma coisa se origina. Como por exemplo os pais para os filhos.
E a causa final: que seria a finalidade de alguma coisa. Como por exemplo 'se divertir', para o RPG.
Agora vê o Amor. O que pode causar um Amor? (não uma paixão, mas um Amor verdadeiro, como se gosta de dizer) O próprio amante não sabe a razão pela qual ama, não sabe o que venha a ser Amor, nem sabe como ele se processa...
Entender o Amor é desentendê-lo. Para o Amor, não é possível determinar nenhuma das quatro causas de que falei. Qual a essência do Amor? Do que é feito? Do que foi gerado? E Para que existe? Não é possível responder. Do que se conclui que não se pode concluir coisa alguma. Como tu, alías, sabiamente o fizeste!
Espero que tenha ajudado.
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Lanzi,
Publicá-las? Por enquanto só o fiz pela internet. Talvez um dia, quem sabe. Seria ótimo!
De qualquer maneira, fico lisonjeado com o elogio. Grato.
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Sampaio,
'Uma bela surpresa.' Não há coisa melhor para se ouvir! Um espírito capaz de receber surpresas é um espírito disponível para o espetáculo do mundo. (rs)
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Enfim, a quadrinha. Vou postar a de ontem e, durante o dia, posto a de hoje.
Da funcin(habilidade) das lágrimas
A noite veio e perguntou-me curiosa:
- Por que será que vossos olhos vão chovendo?
- Preciso aguar esta vontade preguiçosa,
pois que lhe pus todos os sonhos que pretendo!
Autor Desconhecido - de si mesmo -
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Antes que me esqueça, a chave do segundo enigma é 'Vida e Morte'.
Amor e Poesia a todos.
Até logo!
Editado pela última vez por
Miifva em 12 Mar 2009, 06:35, em um total de 1 vez.
"Na faceirice as palavras me oferecem todos os seus lados. Então a gente sai a vadiar com elas por todos os cantos do idioma. Ficamos a brincar brincadeiras e brincadeiras. Porque a gente não queria informar acontecimentos. Nem contar episódios. Nem fazer histórias. A gente só gostasse de fazer de conta."
Manoel de BarrosSe alguém souber ler:
Cantilenas e Inventamentos