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Mensagempor Dahak em 25 Fev 2008, 19:22

Meu último poema inspirado em músicas deu MUITO errado XD


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Mensagempor Seth em 25 Fev 2008, 19:38

Eu posso ver, Dahak? :pidao:
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Mensagempor JOE_KR em 27 Fev 2008, 18:50

Koé!!!

Minha inspiração vem de todos os lugares, desde episódios de desenhos de Super-Heróis até os contos de outras pessoas da spell, passando por filmes, romances, textos de antropologia ou de história, jogos, noitadas... Seria capaz de dizer que me surgem idéias várias vezes ao dia, até mesmo nos momentos mais inusitados [quando estou indo dormir ou no meio do banho] - embora, logicamente, a maior parte delas ou são descartáveis, ou não são desenvolvidas ou ainda são simplesmente esquecidas.

Na literatura, ultimamente Borges e Burguess tem me inspirado bastante, não tanto na parte técnica, mas na abordagem dos temas.

Quanto a poesia, bem, meu maior ídolo é, de longe, Fernando Pessoa. Tb gosto muito de Alphonsus Guimarães, Cruz e Souza e Augusto dos Anjos e gosto de algo do Vinícius de Moraes [apesar do seu romantismo], do Pablo Neruda [às vezes fico enjoado dos seus versos politizados], Carlos Drummond de Andrade [produziu muitas coisas boas, tanto na prosa quanto na poesia, mas peca por não conseguir se suficientemente profundo às vezes] e Gregório de Matos. Li algumas produções recentemente de alguns golliardos que me chamaram bastante atenção mas, por questões de acesso aos poemas, não pude avançar na leitura.
Odeio os construtivistas, como e.e. Cummings, e as poesias futuristas e dadaístas [esses movimentos só produziram coisas boas na pintura]. Tb não gosto muito de Walt Whitman.
Da música, gosto das letras do Cazuza, do Chico Buarque, dos "homens" [não pude evitar as aspas, hahaha!!!] do Secos & Molhados, algo dos Titans e muito pouco do Renato Russo [os fãs que me desculpem, o Legião produziu pouca coisa boa em termos poéticos e musicais].

Falow e té +!!!
Ass.: JOE K.R [cujo interesse pela poesia é ligeiramente recente...]
Minhas Palavras são escolhidas, minhas obras não têm igual; só para o tolo elas são vazias, para o sábio elas conduzem à glória.

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Mensagempor Cyrano em 28 Fev 2008, 10:49

Meu interesse por poesia é muito recente, muito recente mesmo! Já li algumas coisas de Gregório de Matos, e muito pouco de Fernando Pessoa.

Inspiração? Hummm... Boa pergunta. Confesso que as paixões sempre me rendem bons momentos.

@ Elara e Seth:

Vocês gostam da faceta "Boca do Inferno" ou dos poemas mais "lights" atribuídos a Gregório?
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Mensagempor Seth em 28 Fev 2008, 13:37

Boca do inferno.
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Mensagempor Elara em 28 Fev 2008, 16:32

O apelido "Boca do Inferno", você quer dizer?

Acho que tem a ver com Gregório. Ele tinha uma língua ferina...

Poemas "lights"? Em que sentido?

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Mensagempor Cyrano em 28 Fev 2008, 21:18

Elara,

Gregório ficou bastante conhecido pelo sarcasmo e pela crítica à igreja e aos poderosos da época (críticas atemporais, diga-se de passagem). Sua língua varria como labaredas de fogo tudo o que ele achava errado. Daí o apelido "Boca do Inferno".

Entretanto, como exímio poeta barroco, ele se permitia passar de inferno e trevas a luz e amor. Cito dois poemas de cada faceta dele a título de comparação:

***

Soneto

A cada canto um grande conselheiro.
que nos quer governar cabana, e vinha,
não sabem governar sua cozinha,
e podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um freqüentado olheiro,
que a vida do vizinho, e da vizinha
pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
para a levar à Praça, e ao Terreiro.

Muitos mulatos desavergonhados,
trazidos pelos pés os homens nobres,
posta nas palmas toda a picardia.

Estupendas usuras nos mercados,
todos, os que não furtam, muito pobres,
e eis aqui a cidade da Bahia.


***

Buscando a Cristo

A vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos,
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados.

A vós, divinos olhos, eclipsados
De tanto sangue e lagrimas abertos,
Pois, para perdoar-me, estais despertos,
E, por não condenar-me, estais fechados,

A vós, pregados pés, por não deixar-me,
A vós, sangue vertido, para ungir-me,
A vós, cabeça baixa, p'ra chamar-me.

A vós, lado patente, quero unir-me,
A vós, cravos preciosos, quero atar-me,
Para ficar unido, atado e firme.


***

Quando falei da fase "light", queria saber mesmo se você prefere os poemas românticos ou os poemas críticos. Interessante que ele criticava a Igreja, mas não o catolicismo.
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Mensagempor Dahak em 10 Mar 2008, 22:08

Cyrano escreveu:Sua língua varria como labaredas de fogo tudo o que ele achava errado. Daí o apelido "Boca do Inferno".

Você falou como um professor de cursinho, exatamente como uma professora do cursinho se referia a ele \o/

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Mensagempor Hagen em 11 Mar 2008, 14:14

Bem com certeza, romantismo 2° geração.

Mas gosto muito tb de Baudelaire e Edgar Allan Poe.
Fantasma da tua esperança, tua fé que nunca descansa delírio que há de te matar! :iori: :flood:
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Mensagempor Elara em 11 Mar 2008, 15:29

Ah, Cyrano, agora entendi o que quis dizer... (loira demora mesmo)

Entre os poemas mais críticos e os mais românticos, prefiro os primeiros.

Ademais, creio que suas críticas fossem sim ao catolicismo, mas não à religiosidade.

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Mensagempor Mirallatos em 11 Mar 2008, 17:55

Boca do Inferno. Um "ribuliço" ele causou...mas ainda prefiro algo mais gritante. Contudo há um poeta que muito me afeta em seus versos, talvez por eu ter vivido algo parecido ao Fugere Urbem.
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Mensagempor Pedro Guagliano em 11 Jan 2010, 14:05

Tudo inspira ^^

Não tenho um poeta mor que eu diria que me inspira, para falar a verdade não sou um grande leitor de poemas.

Mas o que mais me inspira são os momentos que passo nos onibus pensando na semanas ou no final de semana, uma pena que parte dessas ideias passam quando eu chego em casa.
O que me ajuda a escrever são musicas, não importanto muito o estilo. MAs gosto muito de Kamelot, Masterplan, Symphony X, At Vance, Within Templation e proximos, para escrever.
Se alguem quizer inspiração de Ritmo aconcelho Mythos, otimo para textos experimentais com frases repetitivas.

No mais é isso,
Abraço


Eu ri. Pq se fosse assim meu dedão e o cara ouvindo RAP me inspirariam pacas na hora de escrever.

Você quer saber os poetas que me inspiram (me sentido importante): Carlos Drummond, Byron, Gonçalves Dias, Bashô (Haikaista japonês) , Décio Piganatri, Ezra Pound, Haroldo de Campos, William Butler Yeats, Olavo Bilac.

Carlos Drummond de Andrade [produziu muitas coisas boas, tanto na prosa quanto na poesia, mas peca por não conseguir se suficientemente profundo às vezes]


Discordo de vc acho que suas poesias tem um que de filosófico bem profundo. Quem é maraviloso , mas não seria profundo é Ferreira Gullar se fossemos ver por este caminho. Me desculpe, mas um poeta (Carlos Drummond) que teve seu principal livro classificado pela crítica como extremamente díficil, metafísico e inspirado em filósofos como Hegel e Heiddger não pode ser considerado pouco profundo. Acho que isso não tem validade se pensarmos assim. Se vc acha que poesias engajadas são de pouca profundidade eu aperto o botão vermelho mais uma vez pelo simples fato de que por mais que sejam (localizadas no tempo) essas poesias podem ser mais profundas que as líricas. Os temas de Drummond como o amor que é inspirado em Camões e a dor que eles suscitam não tem nada de fútil. Acho-os mais válidos que as valasas ou bossas novas de Vinicius que fala da beleza da mulher que ele vê passar na rua. Extremamente profundo eu diria. Não acho que tenha nada de fútil ou de papel de parede aí.


Acho que é interessante falar dos seus favoritos como inspiração. Agora se tem algo que me dá calafrios quando leio é Ferreira Gullar e Fernando Pessoa.


Uns versos de um poeta alemão que gosto muito chamado Quirinus Kuhlman (barroco e condenado à fogueira):

Qirinus Kulhmann

Quirinossalmo 62 [II]:

É justo que me escure o escuro
Porque à essência do ser assim convém
Ó raro cristal puro!
Já escorre o que corria além.
E todo um mar num rio se contém.

Se é mais escuro , é ainda mais claro:
Quanto mais negro , mais alva a semente.
O olho celeste há de julgar o
Que a nenhum homem se consente.
Brilha ainda mais, quando menos patente.

Ah noite! Noite que se dia,
Ah dia, mente que a noite alimenta!
Ah, luzque Caim adia!
Luz que a legião de Abel alenta!
Saúdo a tua inssurreição cinzenta.

Ó maravilha pressentida,
Que pelo cerne da árvore seenrama!
Doas um Novo Éden à vida,
Vê só meu ser como se inflama!
Escuta em mim tudo se chama!

Ó indizível anilar!
Claro rubi! Além -âmbar alvura!
E em paraíso transfigura,
Que enria o rio e em toda flor perdura

Ó quadriterra! Ó resplendor!
O mais escuro é como uma meio-dia!
Carbúnculo de amor!
O mundo é já céu-alegria!
A terra luz como só um sol faria!

A coroa está pronta,
Que é uma em toda parte e vale mil.
O que era oculto já desponta;
Aurora altiva, áureo buril;
Toda arte diante dela é pobre e vil

Olha os lírios e as rosas
Por seis dias colhidos, dia a dia;
Carícias amorosas
Coroam-nos , por tua agonia,
E o meu desejo ao teu, uno, se alia.

Um jesuélico fulgor
à alta coroa flecha-nos certeiro.
O orgulho já se vai depôr
Sob teu desprezo sobranceiro.
Um outro está contigo, filho e herdeiro

41 beijo de amor (a alternância das coisas humanas):

Pós noite\pez\ardor\gelo\som\mar\sol\sal\gris\raíz\trom\praga\fogo\ e horror,
Vêm dia\ blau\ frio \ flux\ psiu\ cais\ sede\ cãs\ flor\ \fim\ água\ e canção
Pós cris\ breu\ ruir\ medo\ guerra\ ais\ cruz\ luto\ ira\ mal\ pena\ ruim\ vaia\ ou dor,
Já sol \alba\fruir\suor\paz\rir\graaal\gala\amor\bem\dó\bom\loa\estão

Qual lua\grou\rio\um\mar\pó\val\voz\pá\pé\cão\mó\rã\com calor
Atrás de luz \voar\ tfoz\\par\nau\ar\flor\tom\chão\lá\mão\grão\rio\irão,
Tal nó\mãe\\mau\nau\meu\réu\vir\rei\clã\frei\juiz\sem\Deus\ e valor
Pedem mão\pai\pau\vau\teu\lei\lar\às\grei\sé\fás\mais\fé\ e ação

Quem vai\fiel\são\ter\ir\lá\com\cal\três\sim\sus\ar\céu\amar
Buscam vem\ cruel\pus\ser\vir\cá\sem\pez\mil\não\sub\chão\rés\ em vão.
Nem têm cem\prol\tez\nu\vez\mor\bom\léu\jus\rir\voz\lis\mel\lugar
Onde só\dor\giz\véu\viés\pior\vil\lio\caos\guai\pio\noz\fel\são.

Tudo muda;tudo ama;tudo quer tudo combater:
Só quem medita neste lema alcançará o saber.


Nota: Como espero que todo mundo tenha notado o segundo poema não é emversos, mas é uma combnação. Um escalonamento (por assim dizer) de possibilidades combinatórias. Cada palavra pode se combinar com qualquer outra afim de formar uma rima interessante ou um efeito sonoro diverso desde que seja um efeito sonoro válido. . Flor e lis ou, por exemplo mau e nau. Só que rimas como teu e lei não são rimas nem tem efeitos sonoros o que não faz um combinação válida nem no sentido sonoro nem no sentido semântico.

Pedro Guagliano
 
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