Pleonasmo

[Lanzi]

Tudo o que estou digo ou pretendo dizer
Já foi dito por um homem e/ou por uma mulher
Em outros tempos

Tudo o que sei ou saberei
Já foi sabido por um homem e/ou por uma mulher
Em outros tempos

Todas as idéias que penso ou pensarei
Já foram pensadas por um homem e/ou por uma mulher
Em outros tempos

Tudo o que faço ou farei
Já foi feito por um homem e/ou por uma mulher
Em outros tempos

Tudo o que sinto ou sentirei
Já foi sentido por um homem e/ou por uma mulher
Em outros tempos

Todas as rimas que fiz ou farei
Já foram feitos por um homem e/ou por uma mulher
Em outros tempos

A doença que me matará
Já matou homens e mulheres
Em outros tempos

É difícil ser
originaldiferentenovoúnicoespecial
quando a densidade demográfica da cidade em que vivemos
é igual ao infinito

[Sampaio]

Pra ser sincero, só gostei da última estrofe. O poema poderia ser só a última estrofe.

[Lanzi]

Na verdade todas as estrofes são fracas. Me arrependi de ter escrito isso.

[Dahak]

Parece uma manifestação de desapontamento.

Talvez não tenha sido o seu trabalho mais primoroso, mas é autêntico no sentido de não se preocupar em dar adornos de ouro em algo que não é bonito (refiro-me a sensação de desapontamento). Você não quis fazer um sentimento de dor parecer louvável, o que entendo, nesse caso, como um ponto positivo.

Abraço Léo.

Dahak Out

[Elara]

Não concordo que o poema seja fraco. Pelo contrário. Ele tem um título forte e os versos reforçam a sua idéia. O fechamento é primoroso e o miolo da obra é recheado de uma certa indignação contra o igual-banal.

Parabéns!

Chero!