Lucas C. Lisboa
Eu digo adeus à poesia de gaveta
com tantos dos seus versos tão disformes
Todo meu versejar não é gorjeta
Para que viva dentro dos conformes
Porque não há metro que lhes perverta
meus sentimentos vívidos e enormes
é natural que nas regras me verta
d'algum pensamento que encha ou entorne
Quero ver se tua tão vã liberdade
me provoca a menor saciedade
ou mesmo umas migalhas d'alegria
Diga-me pois onde está teu prazer
que ali também irei lhe perverter
pelo som da mais bela simetria