Já no final do dia, bem de noitinha
findado seu trabalho todo estranho
o artista disparou elogio tamanho,
dizendo: "não há arte igual a minha".
"Tripa de gato com rezina, estanho,
urina, bosta seca e até farinha
agitado ao galope duma eguinha
no anverso deste rótulo de sonho"
"Meu caro amigo diga-me, o que é...isto?"
"Um prospecto do mais novo de novo,
não há,logo asseguro, nada visto.
"É mesmo?" E olhei para aquele estorvo.
"O sentido de tudo é fazer parte,
enquanto não tem nome, chamei dArte!"
Ataualpa S. Pereira