Uma reflexão de ordem etílica, numa noite insone com festas de arromba em quatro prédios vizinhos. O meu mp3 estava quebrado.
In Vino Veritas
No vinho, falemos apenas as bobagens,
Quando deixamos ao gênio etílico,
Nascido da uva, alimentador de miragens,
Ainda que por caminho labiríntico...
E que tolices falamos, a cada gole,
Quando desce, apimentado, o grogue?
Falo do que realmente penso e creio,
E as falsidades, então, clareio!
Não é vantagem o resistir, o não-ceder,
Pois em que pese à dura vida – disparate!
Os bêbados amam a sinceridade!
Mas, se não sou aquilo atrás da máscara,
sou o que vêem, como posso falar a verdade?
Por Descartes! No vinho, bobagens!
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Seth