Amor maldito...
como odeio amar!
Odeio tudo que ele envolve...
Os beijos, os sorrisos,
a felicidade, o amor (per se),
as briguinhas, os segredos,
a traição, o poder...
Odeio amor.
Odeio não controlá-lo!
Odeio que me invada o coração
e o tome como buraco
numa árvore, feito
um pássaro feio e primitivo.
Odeio amor acima de tudo!
Meu amor é maldito. Me faz sofrer,
e só aparece para importunar.
Desejo o bem de uma pessoa
que não quer absolutamente nada comigo.
Quero o seu sorriso mais que
a noite deseja a lua!
Odeio, odeio, odeio tudo isso!
Odeio a esperança falsa
que tenho no coração,
odeio o pensar dela...
Odeio os arrepios que tenho
na coluna de falar dela...
Odeio que meu coração
se sinta refrescado como se
água gelada de montanha.
Odeio me sentir bem perto dela.
Odeio que ela sempre fique evitando
falar de amor comigo.
Odeio que ela pertença a outro.
Aahhh, isso sim é um ódio incrível.
Esse ódio torna meu sangue em vinagre!
Torna meu pêlo do corpo em pé.
Saber que ela nunca mais seria minha,
nem em sonhos [pois nunca me permitiria],
isso eu odeio.
Odeio só desejar bem para ela
enquanto ela absolutamente NADA
faz para o meu bem.
Odeio o amor dela pelo fulano,
odeio me sentir assim.
Fico vulnerável como criança recém nascida.
Fico irracional como uma besta enfurecida.
Fico instável como neve em montanha.
Fico apaixonado.
E como odeio isso.
Odeio não poder me aproximar.
Odeio não poder mudar o que sinto.
Odeio viver.
Mas sabe o que não odeio?
Me ferir. Me odiar. Odiar em geral.
Me cortar no pulso várias vezes.
Me fazer sofrer. Me punir.
Canso de tentar esquecer.
Perdi conta de quantas vezes tentei
me mudar. Perdi a conta de quantas
vezes tentei esquecer seu telefone,
e não anoto, mas lembro.
Canso de ter sofrido por ela.
Canso de viver.
Canso desse tédio.
Canso de meu pessimismo realista.
Mas sabe a coisa que mais adoraria conseguir fazer?
Esquecer ela.
Mas é impossível.
Fiz de tudo.
Tentei toda solução imaginável.
Minha última tentativa será Deus.
O QUE? Se ela resolvesse
me amar de volta?!?!?!
Isso é impossível. Melhor nunca
pensar nisso, para não ter esperanças falsas.
Mas, se acontecesse, primeiro
eu não acreditaria. Pediria para
ela repetir algumas vezes.
Depois iria pedir para que me
telefonasse, para ouvir a voz
dela dizer, e saber que não se
trata de uma elaborada alucinação.
E aí, iria morder a língua para
continuar vendo se não é uma
alucinação elaborada.
E finalmente, se não fosse
uma elaborada alucinação,
seria o homem mais feliz
que houve desde antes de Adão.
Mas, como disse, melhor nem
pensar nisso. Falsas esperanças
são as piores.
Pior mesmo que o ódio.
-FIM-
(esse monólogo se baseia em como me sinto agora... nada disso foi exagerado... tudo que disse foram sentimentos reais e igualmente doloridos...)