É necessário conhecer as regras para quebra-las, se essas regras forem pré-requisito de algo. No caso da poesia não são, e conforme demonstrei o que o Tybert usa já suficiente para ser uma poesia.
Se ele tiver alguma pretensão de ser poeta de fato, ou de ao menos refinar-se, aprimorar-se, estudar sobre poesia, de certo seria indispensável que ele dominasse essas técnicas, ou no mínimo as estudasse sificientemente para dizer que as conheceu, provou de seu sabor, e as rejeitou.
Portanto, acho que retornamos a visão que ambos temos das obras do Tybert: vc o vê como um tolo pretensioso que acredita ser um transgressor revolucionário, que acredita estar além das normas técnicas. E o vejo como uma pessoa que gosta se expressar e comunicar algo através de versos.
Seja como for, se conhecimento for pré-requisito para criticar, eu estou aqui, e conheço, e estou criticando. Conforme talvez alguns se lembrem os meus primeiros escritos na Spell (Spell Brasil na época) eram sonetos, haicais ou outros estílos poéticos bem pensados, definidos, cuidadosamente escolhidos. Minha preocupação com a ascedência, descendência, ritmo, metrificação, forma e em evitar rimas pobres era uma constante. Tanto que, olhe que ironia, já fui chamado de parnasiano.
Lembro quando vc entrou no fórum, na época como Zaratruska (ou algo assim, só lembro que era uma corruptela do anti-herói nietzscheano), tanto que comentei contigo sobre o nick.
Não sei se vc lembra mas em um de seus primeiros posts vc comentou um poema meu, o primeiro poema que eu escrevia com temática simbolista (um sobre um vampiro ancião) e que bem da verdade eu escrevi atendendo a pedidos. O poema era ainda um esboço, pois eu ainda não gostava da última estrofe, mas vc, que fazia críticas duras a maioria dos usuários, passou e comentou que aquele era um esboço de uma obra-prima. Fiquei lisonjeado.
Agora veja bem, como alguem que já se enamorou (na verdade ainda é enamorado) por uma poesia bem feita, cuja leitura seja fluida, que deslize pelos olhos (ou línguas), que seja agradável em sua composição sonora, com escolha de palavras com imagens fortes e sons relevantes a tonalidade, começa a escrever obras anárquicas??
Simples, ainda admiro alguns dos trabalhos esteticamente bem feitos que leio, mas na grande maioria simplesmente me fatigam. Usei e abusei da técnica quando me foi conveniente, como exercício, mas percebi que dá pra ser atento ao ritmo, sonoridade e tudo o mais, sem precisar seguir qualquer formato. Vide o poema concretista que postei aqui, sobre a pedra que enamora-se do rio. É possível sim, que se escreva um poema por INSTINTO (não sou fã do termo devido a ambiguidade, mas é o melhor no momento).
O poema do Tybert é escrito sequer preocupando-se demais com nenhum destes aspectos, mas focando-se em outra questão poética importantíssima, talvez a mais importante: expressar sentimentos/pensamentos numa ordem verbal não-sentenciada.
Provavelmente vc, interessado em linguística, já leu Saussere. Usemos um conceito seu para colocar da seguinte forma: O Tybert foca-se no significado, em detrimento ao significante.
O que, como o próprio Saussere nos lembra, É poesia, e talvez o mais importante da poesia seja essa comunicação quase sublimar que ela proporciona.
Sobre seu poema ser apolíneo: sim, é. O fato de vc tratar de temas como a embriaguez e o sexo (temas dionisíacos), não o torna dionisíaco, por seus tema é este, mas seu poema não é uma embriaguez, um impulso, um gozo, uma comunhão. Ele é justamente o apolíneo. Citando uma resenha que escrevi sobre O Nascimento da Tragédia: "O apolíneo representaria a estética, ou o esteticamente belo, o virtuoso, o civilizado, o regrado e pré-determinado. ".
São as palavras do próprio filósofo que uso.
Se tiver dúvidas conceituais sobre isso, seria um prazer debater sobre, ou até lhe passar essa minha resenha, que ;e justamente uma resenha focada na parte da obra que diz respeito a arte, o artista e as manifetações artísticas.
Portanto, por favor, DEIXE o Tybert ter sua escrita dionisíaca, que é pra lá de louvável que ele o faça. Eu até pediria que vc se desprendesse um pouco e aprendesse a apreciar esse tipo de poesia, mas acho que dado o seu momento, é improvável. Vejo em vc um sentimento de competição poética, um sentimento de superioriedade incompriendida, e só espero que perceba que esse lamento é um lamento, e nada mais.
E evite repetir seu bordão de "acho que tenho que mudar o nome do que escrevo, pq se isso é poesia, eu faço outra coisa". Além de ser enfadonho (e EMO
) a verdade é que, por mais desagradável que seja eu dizer isso, suas poesias não são tão boas. São apenas um tipo de poesia, que vc segue e segue com qualidades e defeitos, e só.
Seu quintal não é tão mais verde que o do vizinho. Apenas tem flores diferentes.