Spell RPG

Não tem nada pior do que perder dinheiro. Ao menos era isso que eu pensava.

Você pode sentir-se sortudo por achar moedas na rua. Sentir-se bem. Com sorte será capaz de achar notas de valores maiores durante sua vida de andarilho. Bom, eu já perdi uma nota de cinquenta reais por conta de um bolso furado.

Quando é para acontecer, acontece. Simples assim.

Independente de você andar olhando para o chão. Requer atenção, cuidado. Você pode estar perdendo dinheiro sem perceber, enquanto busca por moedas pelo chão. Pequenas coisas que te fazem feliz enquanto algo maior pode te deixar triste.

Dizem que dinheiro não compra felicidade... de fato, ele não compra. Ele é.

Ela me fez refletir sobre isso. Quando menos esperava, encontrei-a num bar. Uma bela nota de cem, com infinitas possibilidades para seus gastos - malditas expectativas. Tudo o que eu queria era realizar todas as suas possibilidades, sem perder nada.

Claro, ela morava longe. Estudava mais longe ainda. Isso diminuía substancialmente o seu potencial - como uma nota remendada com durex ou suja. Era interessante, queria guardá-la na carteira. Mostrar para os amigos. Mas como já diziam: dinheiro na mão é vendaval.

Praças e programas baratos durante os feriados fizeram-na durar mais. Ela só dependia de ônibus para a minha presença, e eu dependia dela para a minha felicidade momentânea. Nada como ter dinheiro no bolso para ser feliz - concluí.

Com o tempo, ela foi perdendo o valor. A velha inflação gerada por uma nova crise. Ao menos foi isso que pensei. Queria mais, mas o investimento talvez fora escasso ou mal feito. Não sei ao certo o que aconteceu. Simplesmente se perdeu. E eu só queria guardá-la em minha carteira...

Agora, na terna busca eterna por moedas, sonho em encontrar outra nota de cem. Outro bolso estava furado, e não vi ela escapar pelo furo - o amor é uma babaquice mesmo.

Texto simples, sem grandes complicações e gostoso de se ler. A analogia feita com dinheiro e alguns momentos da vida também foi muito bacana.

Eu leria o conto novamente.

Pra quem te conhece, dá pra dizer que ficou bom, eu gostei.

Lady: Falou Tudo.

Excelente escrito.

O foda é que me lembrou que eu vivo achando moedas literais, e quase nunca as figurativas.

Quanto as notas, nem nem uma, nem outra!

curti também! <3
tem um ar meio marginal. apesar d'eu não ter lido muita coisa de literatura marginal, sinto esse aspecto.

bacana~

Gratzias a todos!

A idéia inicial era escrever sobre um (des)caso amoroso. Mas no final das contas acabou surgindo a idéia e a coisa fluiu até melhor que o esperado. Se bem que sei lá mais em que pé me encontro no caso em específico. Não consigo desgostar dela, e sei que ela ainda gosta de mim

Heirot:
As moedas tbm são raras, no meu caso. Mas sabe como é, acabam sendo tão valorosas quanto uma bala. Vivo perdendo moedas, mas é... difícil ligar.

Inté!

Esse é o espírito!

Magyar escreveu:Dizem que dinheiro não compra felicidade... de fato, ele não compra. Ele é.

Foi aí que disparou meu CLICHÊ-ÔMETRO. Mas fiquei sossegado, achando que ele não ia mais disparar, até que...

Magyar escreveu:Mas como já diziam: dinheiro na mão é vendaval.

Pô, cara. Sei lá. Achei o texto singelo, com cara de crônica do final da Vejinha, mas não gostei. Lugar-comum demais. Está bem escrito, a leitura passa rápido, o texto desce facinho... mas não gostei.

Maddiiiie:

Um amigo falou a mesma coisa da primeira frase citada. Comentou estar um tanto fora do contexto. Depois parei para pensar, e realmente foi mal colocada.

Obrigado pela crítica! Ficarei mais atento aos clichês
Inté!