por Arnok em 25 Jul 2011, 21:02
8ª Face: Devorador de Reinos.
Um homem com vestes adornadas por jóias, vários anéis nos dedos e cabelos negros bem aparados estava sentado, comendo uma maçã. Uma jovem estava ajoelhada ao seu lado, com vestes simples e limpas, segurando a bandeja com as frutas e desviando os olhos daquele homem. Lembrava-se da outra serva que o olhou e provocou um acesso de fúria, só desejava que ele não recebesse uma noticia ruim enquanto fosse ela a servi-lo e seu coração parou ao ver aquele homem entrando e segurou a respiração.
Foi homem com longos cabelos brancos e vestes azuis que entrava e chamou toda a atenção para si. O homem que estava sentado deixou o resto da maçã cair, uma pequena serva apressou-se para recolhê-la, e olhou firmemente para aquele que entrava, trocaram olhares e o visitante fez uma reverência e falou.
- Meu rei, o senhor desejava ver-me?
- Sim Samilio. Fiz conforme sua visão determinou e os quatro estão agora naquele forte, mas pelo relato dos meus homens, eles não aparentam ser mais poderosos que meus comandantes, tão pouco se comparam a meus generais.
- Realmente tendes razão.
- Então por que me fez convocá-los e prometer-lhes grandes recompensas quando poderia ter enviado meus soldados e acabar com isso?
- Seria impossível, seu exercito seria destruído.
- Não entendo.
- Um dos que o senhor chamou possui uma arma mística, que minha visão revelou ser chamada de Dendragon. Ela foi criada há mais de mil anos, quando havia uma guerra de proporções absurdas e os dragões eram nossos aliados contra criaturas cujo nome foi esquecido, nem mesmo os magos menos temerosos se arriscaram a registrá-los. Nessa guerra alguns dragões se uniram aos maiores magos que já pisaram nessa terra e juntos criaram algumas armas, com poderes tão grandes que depois da guerra poderiam tornar um único homem tão forte quanto um exército e essa é uma delas.
“Essa espada foi passada de um rei para seu filho e para o filho deste que, pouco sabendo sobre a guerra, uma vez que deveria ser esquecida, dominou os poderes da espada e descobriu que, com ela, se tornaria o maior matador de dragões da história e seguiu por esse caminho. Não sabia ele que a espada que empunhava fora forjada com o dente de um poderoso dragão, uma jóia sagrada e magias ancestrais cujos nomes se perderam na história. O fato principal é que o dente era de um dragão que ficou furioso ao descobrir que uma arma que os ajudara na guerra agora era usada para matar os seus.
Ele foi até o príncipe, mas não foram capazes de se entender e nenhum foi capaz de derrotar o outro. Este foi o primeiro dragão a sobreviver a uma peleja contra o príncipe, e o príncipe, enquanto empunhasse a espada não poderia ser morto pelo dragão. Eles tiveram, então, tal impasse e como o dragão não podia acabar com o príncipe diretamente, decidiu atacar as cidades e vilas do seu reino e os reinos aliado. Nenhum dos reinos atacados foi capaz de conter a fúria do dragão e, por fim, depois de perder quase tudo, o príncipe propôs um acordo no qual ele abriria mão da espada, deixando-a descansar sob um rio de lava e em troca o dragão não atacaria mais seu povo.
Quando fecharam o acordo, a espada foi atirada, pelo príncipe, dentro de um vulcão e em troca disso o dragão não mais foi visto por qualquer um, até que, em minhas visões, percebi que ele despertaria e precisaria encontrar a espada, do contrário nada seria capaz de conter sua fúria contra nós, por isso é necessário que eles estejam lá quando ele chegar.”
- Então, apenas aquele que possuir tal espada poderá derrotar o dragão, mas como ela foi retirada do interior de um vulcão? E por que não foi consumida pelo magma fervente?
- É um mistério como tal espada foi resgatada do seu leito flamejante, mas suspeito que a forjaram com o dente de um dragão de fogo, sendo assim, nenhum calor seria capaz de afetá-la, pelo contrário... Acredito que a espada tenha ficado mais forte com esse longo descanso, mas não, não acredito que os guerreiros que te indiquei sejam capazes de vencer essa peleja.
- Como assim? Por acaso está me fazendo de tolo? Com uma mão desferiu, sem perceber, um tapa com as costas da mão contra o rosto da moça ao seu lado que foi arremessada ao chão, espalhando as frutas por todo o salão e se apressou a tentar recolher as frutas, enquanto o nariz quebrado sangrava.
- De modo algum eu ousaria nem mesmo pensar em tal coisa, meu rei. Eles não serão heróis para derrotar nosso inimigo, mas acredito que o Dragão, ao recuperar sua arma, retorne para seu leito e volte a dormir. Assim, eles serão como sacrifícios para que essa besta nos deixe em paz. Do contrário, vosso exercito poderia sofrer grandes baixas enfrentando tal besta.
- E se estiveres errado? E realmente acredita que um dragão possa ameaçar todo o meu exército?
- Meu rei, não duvido em nada da sabedoria do vosso julgamento e por isso acredito que perceberá que, embora vosso exército possa vencer qualquer besta esse dragão ancestral poderia devastar parte da sua força e isso poderia deixar vosso reino desprotegido caso algum inimigo ousasse atacá-lo. Peço que considere as possíveis perdas... Os seus homens mais importantes deixarão o forte antes da batalha e, caso o dragão continue vindo, vosso exército ainda poderá enfrentá-lo. Eu gostaria de aproveitar essa audiência e pedir permissão para uma curta viagem, meu rei...
“Hello… I Want to play a game.”