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Eu preciso.

MensagemEnviado: 13 Mai 2010, 23:00
por Myako Lumine
Com palavrões. o/


- Eu preciso de ação. – murmurou, enfim, encarando os pais. Tinha dezessete anos, cabelos verdes e olhos castanhos. As orelhas eram cheias de piercings, o rosto era cheio de piercings, e a alma também devia ser. Ao menos na sua cabeça, sim. – Vocês não entendem, né? – resmungou, como sempre fazia, coçando a tatuagem pouco abaixo da nuca. Era revoltado sem causa, e assumido. Às vezes saía de casa, passava uns dias na rua bebendo, e depois voltava. Sem ouvir sermões. Era filho único, e fora diagnosticado como depressivo. O seu triunfo sobre os pais.

- Filho, é perigoso, você não sabe...

- Não sei o quê? Fazer fogo, fazer miojo, quebrar uns galhos e seguir uma trilha? Sei, sim, senhora, e eu VOU pra essa porra. – bateu na mesa, se levantando e subindo as escadas. Pisava forte, propositalmente, fechando a porta com estrondo atrás de si. Jogou-se na cama, enrolou-se nos lençóis, e amarrou a cara. Era sempre assim. Sempre.

Acordou de madrugada com uma vontade imensa de fazer não sabia o quê. Precisava de algo desconhecido. Uma forte tensão, um fogo, um frio, um tudo junto. Sentia-se a própria vitamina que a vó o obrigava a beber. Não sabia que diabos tinha lá dentro, mas era ruim. Muito ruim, da mesma forma que se sentia naquele momento.

Sentou na frente do computador e abriu uma página da internet. Lembrou das perguntas que tanto contornara em responder e resolveu dar um fim nelas. Talvez fosse o motivo de seu incômodo.

Como você se define?”, leu. Parou e pensou. Pensou.

Pensou mais um pouco.

Não sabia responder. Lembrou-se, então, que as perguntas eram para a personagem criada, não para ele. Riu consigo mesmo ao escrever e clicar no botão para enviar.

““Dois peitos, um cérebro, e action, baby!”, aqueles nerds babões vão amar.”, riu, vitorioso. Mas não era aquilo que faltava. Não eram as perguntas o motivo da sua revolta. Precisava de ajuda, e todos os amigos estavam offline. Resolveu apelar, então, para a última pessoa que poderia iluminá-lo.

- Mãe! – chamou, enfim, batendo na porta dos quartos dos pais. A mulher, insone, não demorou a aparecer, preocupada.

- O que f—

- Eu preciso de ajuda. Eu preciso de ação, eu preciso de sexo, eu preciso de amor, porra! – exclamou, meio desesperado, segurando-a pelos ombros. “Talvez seja a falta dos remédios...”, ela pensou. – Eu preciso de sangue, de atitude, de revolta! Eu preciso mudar o mundo, entendeu? Preciso!

- Certo, mas eu também...

- Não! – não podia ser contrariado. Não naquela hora. – Porra, entende! Eu preciso. Preciso de... preciso de alguma coisa! De alguma coisa! Preciso de liberdade, de idéias, de capacidade! Preciso de impulso, de felicidade...! – ele fez uma pausa profunda.

Silenciosa.

Por vários minutos.

- ...eu preciso de uma Coca Cola. – e desceu em direção a cozinha.

Eu preciso.

MensagemEnviado: 13 Mai 2010, 23:18
por Lina
...........MORRA! XD

Sua nerd babona.


=*

Eu preciso.

MensagemEnviado: 14 Mai 2010, 09:14
por Mai
...eu vou te bater. Eu juro que vou te bater. xD

Adorei xD

Eu preciso.

MensagemEnviado: 14 Mai 2010, 13:56
por Madrüga
Meio previsível... mas gostei. :haha:

Eu preciso.

MensagemEnviado: 14 Mai 2010, 14:07
por Bahamute
Taí, gostei também. Meio que, muito daquilo que vêmos hoje em dia...

Parabéns.

Eu preciso.

MensagemEnviado: 15 Mai 2010, 11:33
por Lady Draconnasti
- ...eu preciso de uma Coca Cola. – e desceu em direção a cozinha.


Esse é dos meus... *entorna a garrafa de coca cola de 2 litros*