Desafio - Musicontos

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Mensagempor Blackbird em 18 Jul 2010, 18:10

Lanzi escreveu:Alguém topa usar Somnium, do Robert Rich?

http://en.wikipedia.org/wiki/Somnium_(album)
Aceitando o desafio e baixando o disco.
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Mensagempor Lady Draconnasti em 19 Jul 2010, 21:59

Glory - Kamelot [3:35]

Aos meus pés, os corpos de meus inimigos e de meus companheiros nesta cruzada maldita. Eu parecia ser o único ainda consciente do que acontecera há poucos instantes, e ainda assim não me sinto abalado. O sol dourado me toca a face fria, deixando que o sangue morno do ultimo mouro desça por meu corpo.

Nem mesmo a morte daquele que mais me apoiara pareceu fazer diferença. Eu sou naturalmente incapaz de sentir qualquer emoção. Não será de mim que a história se lembrará, pois eu nasci apenas para trazer a morte. Eu sou mais um entre tantos.

A mim, resta apenas permanecer enterrado entre as costelas do meu inimigo, esperando até o dia em que alguém venha levar-me junto com o saque.


BanYa - Canon – D [3:18]

Era suave quando começou. Alegrou à jovem elfa com seu ritmo crescente e batidas de cadências suaves. Não muito experiente ainda chegou a arriscar compreender aquelas notas de forma tentar reproduzir a melodia mais tarde. Caminhou em pequenos passos de dança a procura de quem tocava tal musica encantadora, mas ao encontrá-lo, mostrou-se decepcionada com o que vira.

Era apenas um sátiro a bricar com a harpa que ela havia perdido no dia anterior.
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Mensagempor Dragão de Bronze em 19 Jul 2010, 22:50

Se eu soubesse escrever, faria uma com Shine On you Crazy Diamond. A emoção que ela causa é intensa, e ela progride de forma lenta, acho que dá um bom texto.
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Mensagempor Blackbird em 19 Jul 2010, 22:57

Se eu soubesse escrever, faria uma com Shine On you Crazy Diamond. A emoção que ela causa é intensa, e ela progride de forma lenta, acho que dá um bom texto.
Se você tentasse, saberia que é TENSO fazer com que o texto acompanhe a música.
Mas é uma boa sugestão.
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Mensagempor Blackbird em 19 Jul 2010, 23:57

Chet Baker - My Funny Valentine (9:34) (Reprise) (6:48)

“Este papel está muito amassado e molhado”, penso e desisto de entregá-lo.

Amassado porque não paro de dobrá-lo e desdobrá-lo de qualquer jeito na minha mão, em cima do balcão do bar, pra descontar a ansiedade; molhado porque sempre esbarra na marca de suor que o copo de cerveja gelado deixa na madeira, e é um mero guardanapo de papel e não tem dessas de molhar e não estragar. A tinta já foi embora, na verdade, e nem dá pra ler o que eu tinha escrito.

Estou ansioso como nunca, quero alargar a gravata porque acho que eu mesmo vou começar a suar daqui a pouco. “Que o topete, ao menos, não desmanche”, penso eu, porque seria o único topete que me resta.

Tenho topete nenhum pra descer deste banco e abordar a moça de vermelho sentada ao mesmo balcão que eu, mas distante. Aqueles ombros desnudos dela não me deixam, não me deixam. A voz da mãe soa aqui dentro, “com mulher que mostra o ombro não se envolve”, mas meu coração não quer tomar como verdade e tenta toda hora sair pela minha garganta. Ao menos o nó da gravata permitisse...

Engulo em seco e é muito pouco tempo até que eu me sinta mal e de repente minha barriga queira subir dois andares de elevador e compartilhar uma repartição no meu peito. É num resto de cerveja que desço goela abaixo que encontro o sossego do estômago, pois que o líquido é peso o suficiente pra mantê-lo em seu lugar. Mas eu ainda tremo; agora minhas mãos suam um pouco. Certa vez me disseram que era sudorese; o barman só me diz que pode servir outro chopp se eu quiser. Eu digo que aceito um guardanapo de pano.

Minha caneta-tinteiro de preto pesado sai do meu bolso e escreve no guardanapo do bar e só o trompetista da banda percebe o branco manchado e erra uma nota. Guardada a caneta no bolso e apertado o pano na mão eu deslizo do banco e contorno o balcão largando o bilhete, e a mulher de vermelho e de ombros expostos se surpreende quando chega o estranho correio e não encontra remetente ao procurá-lo ao redor. Só um rabo de paletó dobrando a escada que leva à saída, de um cliente que talvez não tenha pagado a conta e cujo rosto não conhecia.

Sobre o balcão, a mensagem escrita desmanchava-se com o suor do copo da cerveja dela, que invadia o guardanapo antes mesmo da moça entender que um estranho havia lhe jogado não um pano sujo de preto – mas um recado.
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Re: Desafio - Musicontos

Mensagempor Noara Fox em 29 Jun 2011, 04:48

Coldplay – The Scientist [5:09]


Ela veio chorando em minha direção. Queria um consolo, uma palavra amiga.
Queria superar uma dor que eu também sentia.

Tentei ser forte o suficiente para consolá-la. Mas tuas lágrimas me matavam a cada palavra.
Falar pode aliviar dores emocionais, já dizia o poeta.
Se eu soubesse o segredo para que essas dores não voltassem...

Ninguém disse que seria fácil. Tuas lágrimas me mostram isso.
Mas precisava ser tão difícil? Sua fragilidade acaba comigo
Gostaria que tudo fosse diferente.

Tempos depois ela se recupera, está sorrindo novamente.
Ela está feliz e satisfeita, o pior já passou.
Mas uma ferida foi aberta a sangue frio.
A imagem, a força, a muralha desabou.

Tua dor é minha dor agora. Eu saio de casa, vago madrugada afora.
Destruída por dentro, aparentando força por fora.
Tento fazer a realidade parecer distante, mas ela me persegue.

Ninguém disse que seria fácil. Eu sinto isso todos os dias.
Precisava ser tão difícil? Por que esse pesadelo não termina?

Se eu soubesse o segredo para que essas dores não voltassem...

"I'm Not Bad, I'm Just Drawn That Way."



*~ Noara Fox ~*
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Re: Desafio - Musicontos

Mensagempor Wakko em 21 Ago 2011, 00:56

cat power - don't explain (3'51'')

três tiros. o corpo cambaleou para trás, as mãos tentando agarrar algo em vão , como se isso evitasse a morte iminente. ele olhou com os olhos frios e acendeu o cigarro. havia parado, mas ele precisava de um agora. a poça de sangue já estava grande em volta do corpo dela.

mais dois tiros. num cadáver. "o que estou fazendo!", ele pensou, "tô exagerando". ele foi até a geladeira, só tinha umas porras de umas bebidas de mulher, licor, uma merda de maçã... ele pegou a garrafa de água. deu cinco longos goles, a arma ainda na mão esquerda. secou a boca com as costas da mão.

foi até o quarto e pegou sua gaita, voltou até a sala, se ajoelhou ao lado do corpo e deu um beijo na testa da mulher. quando saiu disse, sem olhar para trás e como se alguém estivesse realmente ouvindo, "até logo."
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Re: Desafio - Musicontos

Mensagempor Lady Draconnasti em 15 Set 2011, 17:57

The Power of One – Sonata Arcica

Chovia pesadamente. O som tranqüilo e sonolento das gotas vítreas nas pedras do calçamento faziam companhia aos primeiros acordes que eu arriscava no meu velho violão. Fazia aquilo para me acalmar e sempre funcionava. O sermão do padre naquele dia me atingira de uma forma que eu não esperava.
Eu havia deixado que muitos anjos morressem e não havia percebido isso em minha pecadora omissão. Queria poder voltar atrás, mas era tarde. Era noite, os enviados do demônio não iam permitir que eu entrasse em suas casas e salvasse os poucos inocentes que ainda restavam. Eu tinha que tomar uma atitude, mas não sabia como ia executá-la.

Uma ave noturna passa voando em busca de abrigo. Ouço suas asas baterem desesperadas para se manterem úteis enquanto encharcam rapidamente. A luz do poste a minha frente piscou duas vezes. Aquele tipo de variação de corrente estava ficando cada vez comum nessas noites de chuva densa.
Ouvi passos vindos em minha direção e olhei com curiosidade. Era o padre do mesmo sermão que havia escutado hoje a tarde. Estava na chuva, mas não parecia estar molhado e aquilo me assustou. Uma corda de meu violão arrebentou em meu dedo, sangrando-o.

- Não ha mais o que fazer. – Disse o sacerdote, com um brilho vermelho nos olhos azuis, pouco antes de levar suas mãos magras ao meu pescoço. – Apenas descanse em paz.
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