Historia de um personagem meu. Átimus, um guerreiro/weapon master em foice, que chegou a ficar tão forte que um dia eu simplesmente andava com ele de tanga e foice apenas. Sem itens mágicos, sem armadura, apenas apelando para o dano máximo para matar qualquer inimigo. Vou contar a história dele aqui.
Prelude: "O que faz um homem completo?"
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Em um lugar distante, onde a magia é um mistério e os deuses são reduzidos aos poderes dos elementos, existia uma tribo. Agora, crianças, a história que venho a lhes contar nada mais é que uma lenda de um herói que se perdeu no tempo. Um herói, que assim como muitos jovens, caiu em desgraça por não saber tomar as decisões necessárias, na hora exata. Sentem-se... Vamos, não tenham medo. Aproximem-se e ouçam a história do Leão dos Desertos.
Átimus era seu nome, crianças. Nada mais, nada menos, que um prodigioso guerreiro. Um caçador nato, perito na arte da foice, cujos golpes derrubavam bestas, gigantes e atingiam as nuvens. Mas ele nem sempre fora assim. Não, não. Um dia ele foi um menino como vocês. Acho que este ponto é um bom lugar para começarmos.
Deixe-me ver, o deserto... Ah sim, o Deserto. Átimus nasceu em um deserto, crianças. Nasceu e cresceu por lá. Seu pai, líder daquela comunidade, o abençoou com o nome que Akadi soprara em seus ouvidos na noite em que sua mulher dava à luz ao menino de pele parda e cabelos negros. Imaginem só, deuses interferiram no nascimento deste jovem! Já perguntaram aos seus pais se o nome de vocês veio da vontade suprema de algum dos nossos senhores?
Onde estava mesmo? Ah, sim. Átimus cresceu. Como cresceu. Em sua tribo obteve treinamento de caça, sobrevivência, combate, os quais vocês são submetidos hoje. Não só ele, mas todos os jovens de sua tribo foram treinados da mesma forma. Contudo, Átimus se destacava cada vez mais. Não só pela habilidade, mas a mente do menino era distinta. Enquanto seus companheiros buscavam uma lâmina curta, para combater com rapidez e precisão, o jovem Leão, escolhera nada mais, nada menos que uma foice longa, utilizada para coletar água dos cactos da região.
Se ele era um fazendeiro? Antes fosse. Pouco tempo levou até que o menino combatesse com aquela arma utilizando-a como defesa e ataque por completo. Seu pai o observava sempre, no silêncio de um rei, guardando seus pensamentos para si, enquanto o menino dedicava sua vida ao treinamento que lhe era dado, com a disciplina de um seguidor de Tyr.
Os anos se passaram, ciclos se completaram e os rituais foram concretizados: Átimus concluira seu treinamento. Agora era um homem, não mais nas abas de seu pai ou seu mestre. Era noite quando todos os anciões se reuniram para observar o que a prática fez com o corpo e a mente do jovem. Todos sentaram em seus respectivos assentos, e o jovem guerreiro ficou ao centro daquele conclave. Os anciões se entreolhavam com certa frequência, enquanto ele permanecia parado, estático e imóvel, apenas com os olhos analisando cada um daqueles velhos sábios, através do olhar.
Seu pai tomou frente e disse: "Você, Átimus, Leão dos Desertos, considera que seu treinamento fora proveitoso?". O guerreiro apenas assentiu. Novamente, o pai bradou: "Você, Átimus, Leão dos Desertos, considera-se um guerreiro pronto para tomar o último teste?". Novamente, nenhuma palavra saíra da boca de Átimus, apenas um curto aceno de cabeça, incisivo. Por fim: "Você, Átimus, Leão dos Desertos, sabe nos dizer o que faz um homem completo?".
Átimus levantou os olhos e disse num tom de quem vociferava palavras, em um misto de imponência e brutalidade inata dos verdadeiros guerreiros da tribo: "Honra, soberania e fúria.". Os anciões se entreolharam durante um tempo, enquanto coxixavam entre si. O pai então, pronunciou, no mesmo tom que o filho bradou aquelas palavras: "Hoje, Akadi, Grumbar, Istishia e Kossuth, o recebem não mais como Átimus, o menino, mas sim como Átimus, o homem, o Leão dos Desertos. Honre seu título, guerreiro. Seja soberano à tudo aquilo que se opor à sua crença e valor. E por fim, use a fúria de seu sangue para aquecer seu corpo nas noites de frio intenso e para destruir seus inimigos nas muitas batalhas infindáveis que virão em sua vida.".
Yaaaw. Vamos continuar outro dia, crianças. Sei como é difícil, mas o vigor da idade não me permite acompanhar durante muito tempo uma conversa, sem que comece a dormir sentado. Lembrem-me de continuar onde parei. Minha memória já não é mais a mesma faz muito tempo. Boa noite...
[continua.]