por darklan em 18 Dez 2010, 21:54
Ai vai mais um texto. Esse não tem nada a ver, não tem sentido, e afins. Ele foi escrito enquanto eu pesquisava para escrever um trabalho de sociologia, mais espeficicamente no momento em que tentava um jeito de começar esse trabalho. Logo veio essa imagem na minha cabeça de um quadro como conjunto de simbolos (já explico a conexão com sociologia) mas o texto original se perdeu, então sentei pra tentar lembrar e saiu isso aí.
Ah, o tema do trabalho, como ficou no final, é: "TOXICOMANIA E SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA –Doença ou Sintoma?" . O principal motivo de minha busca era a colocação de uma falta de simbolismo na sociedade comtemporânea, e eu queria saber se tinha a ver com as toxicomanias, logo tentei unir sociologia e psicanálise, o que viro uma maluquice só. Se alguém quiser depois posto o trabalho, mas aí vai o texto.
A não-simbologia: uma vida fora do quadro
Não consigo pensar em nada mais acertado para se pensar a mente do homem do que um quadro. Alguns podem dizer “mas um quadro é uma imagem só, parada, sem a dinâmica do cérebro!”, mas a verdade é que mesmo estático, um bom quadro conta mais historias do que um filme linear e de um conto só.
Façamos o seguinte: pegue um momento de sua mente, reproduza-o em palavras e todo o escrito será tão confuso que fica impossível entender. Depois tente fazer um filme, e tudo vai ser tão linear que não vai parecer nem um pouco com o que estava pensando. Mas se fizermos um quadro, todas as idéias estarão lá, pois a mente é feita de símbolos, e eles sempre aparecerão.
Não acredito que será algo claro de ler, é obvio. Nem tampouco que poderemos dizer “Uau, sua mente é tão cubista!” ou então “Esse surrealismo mental seu é de arrasar!”, pois é impossível classificar os pensamentos. Os símbolos serão de todo jeito, e exprimirão tudo que for possível de todas as maneiras existentes.
Mas ao mesmo tempo posso dizer que se pegarmos cada símbolo que aparecer neste quadro “multiescolar” e estudá-lo, vamos ter a capacidade de explicar como tudo aquilo funciona e suas implicações nos pensamentos, não apenas naqueles que estão ali, pois a realidade que nos cerca é feita de símbolos e eles se reproduzem de maneira acertada em nossas mentes.
Portanto, é quando faltam estes símbolos que o individuo se perde. Não os símbolos mentais, estes estão lá, ou como preferiria C. G. Jung os “inconscientes coletivos”, mas sim as representações destes símbolos na sociedade. É isto que vai gerar o mal-estar no individuo, a busca permanente e irrealizável por uma conexão, e até mesmo uma tradução, para aquilo que ele “tem em mente”. Esta busca será irrealizável porque a sociedade atual não mais apresenta esta simbologia, fazendo surgir daí os fenômenos que chamamos de insatisfação coletiva, ou seja, a falta social de símbolos pertences ao inconsciente coletivo da população.
Vitor B. Caritá
“talvez estas divagações sejam um exemplo claro do que eu citei acima como pegar sua mente e colocá-la no papel, uma confusão. Mas nada melhor para iniciar a escrita de um texto que jogar todo lixo que te perturba num outro de menor importância. Ou talvez seja só a mania de ficar acordado até tarde lendo escritos malucos e fenomenais sobre a sociedade em que vivemos, vai saber.”