Esse pequeno conto era introdução de um conto maior. O Conto começou a ficar muito complicado de terminar descidi que a introdução estava mais que boa.
Conto terminado.
Boa leitura, espero que gostem de ler tanto quando gostei de escrever esse conto.
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No fim da invasão
Andava pelos becos escuros, um homem de cabelos claros, que se moviam ao vento, e feições duras, frias e inflexíveis, olhos invisíveis por de traz dos óculos de lentes negras. Sua cabeça abaixada, passos calmos e curtos produziam um movimento circular no sobretudo e o cheiro fétido do beco não o incomodava.
Não demorou muito até que dois outros passos, apressados e fortes, ecoassem pelo local úmido. Escutou-se um riso de desaforo vindo do andarilho.
- Por que demoram tanto? – perguntou, com uma voz rouca, o solitário.
O som apavorante do tecido chicoteando no ar foi complementado pelo som do saque de duas pistolas. Os dois misteriosos e apressados transeuntes tentaram se jogar ao chão, mas era tarde demais. Ambos já estavam mortos, os tiros foram certeiros. Escutou-se, além dos corpos caindo, uma risada abafada do homicida, ou ele não o seria.
Passos, curtos e leves, na direção contraria ao vento. Passos e som da nova chuva que assolava a cidade. Passos e o som da chuva. Outro passo, e o som da chuva batendo no metal quente da arma. Sua mente girava, cortava parte da memória dos últimos dias e gritava de dor, a visão já turva se tornará um problema, a inflamação na garganta não o deixava falar direito, os ferimentos de cortes, contusões e até mesmo perfurações de balas, já estavam incomodando. A sua visão podia estar muito prejudicada, ou os dois corpos haviam sumido, desaparecidos em meio ao temporal que caia. Sua mente voltou a girar, raciocinar, buscar na memória. Viu que as roupas se encontravam no chão, raciocinou novamente, mas o tormento físico e mental não o deixava pensar. Vampiros. Eles eram vampiros.
O jovem hermético começou a correr, a chuva batia em seu rosto, sua mente corria a frente procurando pela sua cabala e a saída dali, ele queria gritar, mas estava sem voz, seu celular tinha sido atingido por um tiro quando invadiu aquele maldito laboratório. Esquerda, direita, direita e por fim esquerda, ele teria chego à avenida, não tinha como errar. Porém lá estava ele em um beco sem saída. Miragem. Só podia ser miragem.
Pegou impulso e...
Ele pensou por algum momento, já devia estar na avenida principal, por que ainda estava no mesmo lugar? Não conseguia se mover, não podia mover seus membros, estava parado flutuando ao lado de gotas d’água estáticas no ar, estava parado no mesmo lugar, uma agonia, agonia da impotência. Bomba de Inércia, pensou. Fora capturado.