Vôo Final - Parte 2 - projeto em andamento

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Vôo Final - Parte 2 - projeto em andamento

Mensagempor Anonimous000 em 03 Set 2007, 22:06

EDIT: Resolvi fazer um breve índice
Prelúdio (nesse post mesmo)
Parte 1
Parte 2


Resolvi "publicar" umas coisas por aqui.

Estou escrevendo isso já faz uns dois anos e meio, mas com longas pausas, o texto completo já passa de trezentas páginas, mas vou colocar aqui aos poucos, adicionando novas partes dependendo da receptibilidade.

Os dois "temas" mais definidores da história são a existência de poderes Psiquicos e Mechas.

Os títulos estão em inglês, não estou aberto a sugestões nesse item. Se notarem algum erro de gramática ou algo desse tipo, por favor avisem.

Me antecipando, há algumas perguntas que normalmente ouço quando pessoas lêem meus textos e já esclarecerei: os números que dividem o texto são apenas uma divisão de cenas, eu uso para me orientar quando preciso lembrar onde está algum evento, e sobre os diálogos: falas em itálico estão sendo transmitidas eletrônicamente (rádio, TVs, etc.). Tem mais alguns itens dessa natureza, esclareço conforme surgirem. E sim, o texto é longo.

Sem mais delongas, o prelúdio.

**********************************

Final Flight

Prelúdio


1.
Akagawa examinou cuidadosamente as instalações espaciais. A imagem possuía uma nitidez extremamente alta, permitindo examinar até mesmo o uniforme das pessoas. Ela procurava qualquer falha nas defesas que pudesse explorar.

–Você parece estar com pressa.- Smith comentou num inglês fluente ao se aproximar.

–Não, estou apenas examinando meu alvo, como de costume.

–Ainda é cedo, você só parte dentro de 18 horas.

–17 horas e 42 minutos para ser precisa.

–Sempre exata, “Rio Vermelho”.

–Desde quando sabe o significado de meu nome, Capitão?

–Está na sua ficha, soldado. Eu não preciso aprender outras línguas para saber essas coisas. Mas fico curioso. Você até parece ser de origem japonesa, mas não acredito nisso.

–Sou genemod. Poderia ter qualquer aparência programada em meu DNA.

–Sim, eu sei. Mas foi feita de modo a se assemelhar com uma pessoa de origem japonesa, para se misturar entre nossos... alvos.

Akagawa olhou cuidadosamente para seu capitão. Como os outros humanos normais do sistema de Zalem, ele não aparentava qualquer nacionalidade da Terra. Eles a haviam deixado há muitas gerações. O planeta que eles orbitavam era Del Karva, antiga colônia da Terra.

–Eu ainda não recebi as instruções oficialmente, embora já tenha toda a informação necessária.

–Não se preocupe, Tenente Akagawa, você não precisa mais dessas formalidades, ainda mais tão longe de nosso planeta natal, ou de qualquer mundo sob nosso controle.

–Sim, senhor. Mas qual exatamente é minha missão?

–Nossos espiões garantiram que Del Karva possui as nações com maior tecnologia militar. Você deve passar por esta fronteira espacial e entrar na atmosfera de Del Karva. Você pousará na nação conhecida como União, em uma área isolada e supostamente rural. Deverá viajar em direção ao sul magnético do planeta até encontrar a base militar. Lá deve realizar um assalto rápido, quando tiver neutralizado unidades suficientes para permitir uma fuga rápida deve invadir o hangar e roubar o protótipo do novo Mobilesuit deles. Teremos um transporte esperando você à leste deles, depois da capital, é a única área onde podemos pousar sem sermos detectados.

–Terei acesso a qual equipamento?

–Seu Battlesuit, Icarus, como de costume, e um lança-mísseis de mão para o assalto contra a estação espacial, ele não sobreviveria a reentrada na atmosfera, por isso não economize munição.

Akagawa colocou a mão sobre o peito, pouco a baixo do pescoço, onde ficava o implante de suspensão de realidade, que mantinha Icarus armazenado em tamanho reduzido, um comando mental seria suficiente para trazê-lo de volta a realidade, ou bani-lo novamente para dentro do implante.

–Qual a capacidade de munição do lança-mísseis, senhor?

–Apenas cinco tiros.- Smith se virou, fazendo menção de ir embora, mas voltou a falar.- Nós perdemos Torio nesta mesma área, não se incomoda com isso?

–Meus sentimentos não devem interferir com minha missão. E nosso relacionamento nunca foi muito importante para mim.

–É o que você diz...- Smith esperou uma resposta, mas Akagawa apenas o observou friamente.- Está bem. Espero que seja mais bem sucedida do que ele.


2.
Akagawa caminhou calmamente até o centro do hangar, estava na hora de partir. Vestia apenas uma roupa colante de bioplástico, que cobria apenas seu tronco até o pescoço, deixando a cabeça e o membros biônicos a mostra, o som dos passo metálicos ecoava no hangar. Quando chegou junto à porta externa, a única coisa que a separava do vácuo espacial, ela começou a se concentrar, e no instante seguinte começou a flutuar, enquanto Icarus aparecia ao seu redor, já carregando o lança-mísseis. As informações começaram surgir no HUD. “Cinco tiros, isso vai ter que ser suficiente” pensou.

Tenente Akagawa, está pronta?- a voz do Capitão Smith veio pelo rádio.

Sim senhor!

O hangar começou a ser lentamente despressurizado, pouco tempo depois a porta se abriu, podia se ver Del Karva ao longe. Akagawa acionou os propulsores e partiu.

Passaram-se longas 3 horas até a plataforma espacial entrar no alcance dos sensores de Icarus. Akagawa verificou a situação, aparentemente eles não haviam detectado sua aproximação, embora agora estivesse a apenas 600 milhas de distância. Acionou a camuflagem, tornando o Battlesuit praticamente invisível em lugar da coloração preta que usava antes, embora essa mudança não colaborasse em nada no momento, ela seria vital quando estivesse manobrando entre as torres da plataforma. Analisou o alvo uma última vez com os sensores, e reviu as imagens gravadas no seu computador implantado. Identificou os dois radares, e disparou um míssil contra cada um deles.

Assim que avistou as explosões ela iniciou a aproximação final, três Mobilesuits se posicionaram a sua frente, ela disparou um terceiro míssil contra um deles, que aparentava liderar os outros pelo volume de sinais de rádio que convergiam nele, em seguida largou a lança-mísseis flutuando ao seu lado, e usou os blasters de Icarus para neutralizar os outros dois, disparando contra a cabeça, os deixando sem sensores nem comunicação, e pegou o lança-mísseis novamente.

Quando se colocou entre as torres da plataforma Akagawa disparou os outros dois mísseis, atingindo as portas de dois hangares e causando sua despressurização, qualquer um que estivesse lá sem um traje espacial estaria morto em alguns segundos se nada fosse feito, e isso deixaria os Mobilesuits inacessíveis para alguém igualmente desprotegido. Em seguida ela largou o lança-mísseis e disparou contra ele com o blaster, destruindo-o.

Ela voltou a avançar, tentando atravessar a plataforma e se aproximar do planeta, mas um outro Mobilesuit se colocou em seu caminho. Ele disparou com um laser montado no ombro direito e uma metralhadora Gauss do braço esquerdo. Akagawa se desviou facilmente dos ataques, e avançou sobre seu inimigo enquanto a laserblade se formava na mão direita de Icarus, e o escudo de energia no braço esquerdo. Ela bloqueou mais um tiro, e desferiu um golpe na diagonal, indo de cima para baixo e da direita para a esquerda. O Mobilesuit começou a flutuar para longe, com seu piloto morto pelo golpe. Em seguida Akagawa voltou a acelerar na direção de Del Karva.


3.
Akagawa disparou o último míssil de Icarus contra um tanque. O assalto à base militar havia sido muito mais rápido e fácil, pois sua tecnologia, exceto pelos Mobilesuits, era infinitamente inferior a da plataforma espacial. Logo ela estava dentro do hangar, sozinha. Ela saltou com ajuda dos propulsores e aterrizou junto ao maior Mobilesuit do hangar, obviamente o protótipo mais recente. Depois de se concentrar por um instante, Icarus desapareceu, estava novamente guardado no implante de suspensão de realidade, onde teria seus mísseis recarregados, e sua couraça de reentrada reposta. Akagawa deslizou agilmente para dentro do protótipo e ligou ele, apesar da tecnologia ser muito inferior a que estava acostumada ela não teve problemas. Os comandos estavam marcados em inglês, em russo, duas línguas que ela conhecia, e numa terceira língua que ela não identificou.

Checou os consoles e iniciou uma verificação do sistema enquanto caminhava para fora com o Mobilesuit. Infelizmente ele estava sem munição, e ao contrário de Icarus e dos Mobilesuits a que estava acostumada, este não tinha um gerador poderoso suficiente para disparar as armas de feixe, lasers neste caso, dependia de bancos de células de energia, que estavam descarregadas. “Isso é o melhor que eles têm?”. Em seguida checou os propulsores, embora pudessem operar a partir do gerador, eles não tinham potência para voar em altas velocidade em atmosfera, seriam muito úteis no espaço, mas essa não era a situação atual. Akagawa começou a fazer os cálculos de cabeça, nem mesmo usou o computador implantado. “Com essa potência ele não deve fazer mais do que 50 milhas por hora nessa gravidade...”.

Assim que terminou a verificação ela decolou. O computador indicava que ela levaria 13 horas de vôo para alcançar a cidade, e 15 horas e 57 minutos para o destino programado, o local onde o transporte a encontraria.

Depois de 5 horas e 30 minutos de vôo ela recebeu um sinal na rádio.

Pouse imediatamente e se entregue!

“Maravilha, esse Mobilesuit é tão avançado que não consegue detectar outros se aproximando dele.” ela olhou ao redor no cockpit, verificando se não havia esquecido nada, e acionou outra leitura do sistema. “Energia insuficiente para o radar, que maravilha, eles são realmente espertos, esse Mobilesuit não está inteiro, ele não tem capacidade total de operação para nada, exceto vôo. Eles deviam estar experimentando um novo propulsor. Parece que demos azar, esse era o único protótipo. Todos os outros que estavam naquele hangar, eu já havia visto, ou na plataforma espacial ou defendendo a base.”

Repito: Pouse imediatamente ou será abatido.

“Não tenho tempo pra isso, vou avisar o transporte dos problemas.” Akagawa começou a transmitir um sinal com uma mensagem codificada com o rádio implantado, sem perder tempo ela preparou um relatório no computador implantado.

Tenente Akagawa, recebemos seu sinal, qual a situação atual?

Ela começou a enviar o relatório, mas em seguida seu Mobilesuit foi atingido, ele sacudiu violentamente.

Estão tentando me abater, este Mobilesuit não dispõem de recursos defensivos e está sem munição.

Um segundo míssil atingiu os propulsores, e o Mobilesuit iniciou um mergulho em alta velocidade. A última coisa que Akagawa viu antes dos sensores falharem foi que caía na direção de um desfiladeiro estreito. “Maravilha, eles não vão tentar me seguir lá embaixo, é muito arriscado.”
Editado pela última vez por Anonimous000 em 17 Fev 2008, 04:48, em um total de 3 vezes.
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Mensagempor Dahak em 07 Set 2007, 13:55

Olá senhor anônimo, tudo bem contigo?
Espero que sim!

Seja bem-vindo a Contonópolis ;)
Que sua estadia seja longa e agradável.

Ah, muito bons os avisos que precedem o conto, hauahauahaua
Acho que responderam as principais perguntas que me ocorreram :P

Olha, de começo achei que o conto fosse um pouco cansativo e não me animei muito. Mas como bom brasileiro, não desisto nunca, hauahaua, e procurei ler mais um pouco para formar uma opinião mais sólida.

Sabe que acho que fiz uma boa escolha?
Vi que tudo passava a correr com fluidez, notei que a arquitetura (não me refiro as suas divisões facilitadoras, lol) do conto colaborou muito, de forma que foi bem fácil de ler. A cada nova linha a história parecia mais envolvente.

Eu tenho problemas com começos de contos, de livros e etc. Muito raramente acho interessante, sendo que sempre preciso me obrigar a ler um pouquinho mais.

Acho que era mais ou menos isso que tinha a dizer.
Até a próxima!

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Mensagempor Anonimous000 em 09 Set 2007, 15:41

Valeu pelas boas vindas.

Eu mesmo tenho problemas para começar a ler algo, especialmente se parece longo.

Por isso quando escrevo algo longo, e eu só escrevo coisas longas, um mínimo de umas vinte páginas, eu procuro fazer um prelúdio como esse, para pegar a atenção de possíveis leitores.

Por hora, tem funcionado.

Como eu mesmo não tenho tempo para ler coisas grandes de uma vez vou ir postando algumas cenas por vez...
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Mensagempor Dahak em 10 Set 2007, 04:25

Ufa!
Por um momento achei que a próxima parte contasse de vinte páginas, KKKKKKKK

Até mais ver!


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Mensagempor Anonimous000 em 10 Set 2007, 11:05

Como eu disse no começo, esse trabalho já ultrapassou a marca de trezentas páginas. (A parte 1 tem "merass" dezesseis páginas.)

Apesar de ser algo continuo, a maioria dos textos tem uma certa independência, pois foram escritos em separado, e em alguns casos em uma ordem diferente da ordem que ficaram no trabalho final.

Eu vou aproveitar a divisão de cenas para colocar os textos aqui, apenas uma cena ou duas por semana (estou aproveitando para rever o texto, e isso tma tempo).

Antes, mais avisos: a partir desse ponto as fontes de inspiração vão ficar aparentes, em especial no uso de alguns termos (plagiados) delas. E quanto a falta de nomes para locais, por hora o texto fica assim mesmo, até eu ter alguma inspiração.

Outra coisa é que esse texto serviu para moldar um cenário de campanha, usando GURPS (terceira edição ainda), e isso reflete um pouco, pois diversos dos personagens receberam fichas, e isso molda um pouco sua participação na história.

E sim, eu uso e abuso de clichês.

Sem mais delongas, Parte 1, Cena 1.

*****************

New Life
Parte 1


1.
Caroline desceu do carro sem muito ânimo, estava de volta base de operações do Grupo Especial de Mobilesuits, os troubleshooters relacionados a Mobilesuits. Ela olhou ao redor, e avistou Torio deitado no telhado da garagem, onde sempre estava quando desocupado. “Lá está ele de novo. Torio adora aquele canto.” Caroline voltou a se perguntar, como sempre fazia, sobre o colega de trabalho. Ele era uma pessoa difícil de entender. Quem olhasse para ele não conseguiria dizer sua nacionalidade, embora ele alegasse que tivesse origem japonesa, se sua aparência não dizia isso, seu nome dizia, pelo menos para quem conhecia um pouco de japonês. Outro problema é que alguém que o visse pela primeira vez poderia muito bem pensar se tratar de uma mulher. Torio parecia acostumado com isso, mas era visível que ele não gostava da maioria das situações que isso causava. Ela subiu até o telhado, por não ter nada mais interessante para fazer.

–Aqui de novo, Torio?- Caroline falou em inglês. com um suave sotaque francês.

–Sim, algum problema?- ele respondeu sem se levantar ou mesmo olhar para ela.

–Não. O que está fazendo?

–Nada, só me lembrando do passado, pensando nela...

Caroline se esforçou para lembrar o nome dessa mulher de quem Torio tanto sentia falta. Ela sabia que essa mulher tinha sido superior dele, onde quer que ele tenha trabalhado antes de acabar no Grupo Especial, mas não sabia mais nada.

–Como era mesmo o nome dela?

–Akagawa.

–Bem, isso definitivamente soa como japonês.

–Está duvidando de novo de mim?

–Eu tenho direito, você não parece nem um pouco japonês, ou mesmo oriental. Tá, eu sei que você vai falar que seus olhos são um pouco mais estreitos, mas dá um tempo. Eu já conheci pessoas orientais, e você parece bem mais ocidental, embora eu não consiga dizer de onde.

Os dois pararam de falar quando ouviram o barulho de um carro embaixo deles, na garagem. Pouco depois viram um carro sair em alta velocidade.

–Mas que diabos?!- Torio exclamou ao se levantar.

–Dirigindo daquele jeito, só pode ser o chefe.

–Sem dúvida. Aonde acha que Jonathan vai com tanta pressa?

–Se ele fosse casado eu diria para casa, mas não sendo esse o caso, eu não tenho a menor idéia.
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Mensagempor Dahak em 12 Set 2007, 20:16

André, tudo bem?
Espero que sim!

Vamos lá!
"Meras", né?
hauahauahaua
Entendi =P

Bom, o ruim de muita independência entre as partes é que, em trabalhos longos, pode tudo soar sem sentido ou desconexo demais.
Mas veremos como vai ficar.

Clichês...
Olha, tem quem goste, mas se muito utilizados, empobrecem demais a obra.
Mas chega, vamos falar do conto.

Achei que ficou super leve e não me refiro ao tamanho, hahaha
Creio que tá muito bem elaborado em sua estrutura, tal qual o prelúdio.
No entanto, fiquei com uma sensação de vazio ao término da leitura. Acho que foi pouco envolvente, não dando aquela sensação de olhos fixados no monitor.

Aguardo a próxima parte.
Abraço!

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Mensagempor Anonimous000 em 13 Set 2007, 11:30

O começo vai ser meio devagar mesmo, eu já tentei reescrever ele várias vezes, mas sem muito sucesso.

As partes possuem certa independência no sentido de que cada uma completa um pequeno arco da história, sem deixar a conclusão para a parte seguinte, mas sempre retomam de onde a anterior parou. E eu aproveitei algumas delas para fazer alguns experimentos com o cenário, embora me arrependa de um ou dois desses experimentos eles permanessem na obra total.

O começo é devagar porque eu estou apresentando os personagens, eu gosto de fazer isso com calma, quando tento acelerar o processo os personagens ficam mais planos.Embora eu esteja melhorando nessa arte.

A história vai engatar mesmo em algumas cenas, já com todos os personagens em palco, mas creio que já há uma boa dica do que vai rolar...
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Mensagempor Anonimous000 em 13 Set 2007, 11:55

Mais duas cenas...

***********************

2.
Jonathan parou o carro em frente à pequena lanchonete, e entrou apressado. Lá não demorou a avistar Kelvin, um ex-membro do Grupo Especial.

–Qual é a grande emergência para me chamar aqui no meio da semana.

–Oi, Jonathan. Bem, você sabe que eu trabalho com sucateamento de Mobilesuits agora. Eu achei algo muito interessante alguns dias atrás, e acho que pode te interessar.

–Estou ouvindo.

–Lembra o Mobilesuit que o exército derrubou nas redondezas semana passada?

–Sim, esteve em todos os jornais.

–Eu o encontrei antes do exército.

–Conseguiu recuperar algo?

–Não, nenhuma peça. Ele caiu no fundo do desfiladeiro. Não tenho como trazer algo de lá até em cima. Mas eu consegui algo sim, ou melhor alguém.

–Fale mais.

–Tinha uma garota no meio dos restos do Mobilesuit, acredito que ela estivesse pilotando aquilo quando caiu. Ela teve sorte de eu estar ali perto, consegui chegar lá no mesmo dia que derrubaram ele. Eu a levei pra minha casa, ela está bem, não ficou ferida com a queda, se bem que todos os membros dela são biônicos, isso deve ter contribuído. Ela parece ter se recuperado quase totalmente.

–Como assim, quase totalmente?

–Ela perdeu parte da memória, não lembra quem é, ou como chegou lá. Mas suas habilidades parecem intactas. Ela entende muito de Mobilesuits, e parece gostar muito deles. Ela é bem tímida, levei algum tempo até conseguir ter uma conversa.

–E qual é a emergência?

–Eu não tenho como cuidar dela e trabalhar. Eu sei, eu sei. Ela poderia me ajudar muito no meu trabalho, mas eu já tenho uma equipe grande demais. Você podia levar ela pro Grupo Especial.

–Tudo bem, sempre é útil ter mais alguém pra ajudar.

–Certo, só mais uma coisa. Eu tentei descobrir quem ela é, não existem registros dela.

–Isso não é um problema, não para nós.

–Sabia que ia dizer isso. Bem, ela não lembra o nome dela, mas adotou o nome Cho, por enquanto.

–Cho?

–É alguma coisa em japonês.

3.
Torio subiu na moto e deu a partida. Depois deu uma última olhada ao redor antes de começar a se dirigir para fora da garagem.

–Aonde vai?- Caroline perguntou quando ele passou por ela.

–Dar uma volta.- ele respondeu parando a moto.

–O que eu falo pro chefe quando ele voltar?

–Nada. Se ele perguntar avisa que eu devo voltar antes do anoitecer.

Ele voltou a acelerar, pouco depois já estava fora da base.

Já eram mais de quatro da tarde quando Torio chegou no bar. Sem dar muita atenção ele se dirigiu para a mesma mesa que sempre ocupava e pediu uma bebida, que não demorou a chegar.

–Vejam quem eu encontrei.- ele ouviu vindo de suas costas, alguém falava em inglês fluente- Torio, você está vivo, afinal.

Um homem se sentou na mesma mesa, ele também tinha uma aparência incomum, impossível de determinar sua origem.

–O que está fazendo aqui? Pensei que vocês nunca entrariam nas cidades desse sistema.

–Normalmente não, nem você deveria. Meu nome é Adam.

–Eu não tive opção, esperei três dias, mas não recebi nenhuma resposta no rádio, e não havia sinal duma missão de busca. Eu precisava sobreviver de algum modo.

–Não estou reclamando nem repreendendo você. Pode voltar comigo quando o transporte vier me buscar.

–Não interessa. Estou aqui há quase dois anos agora, já me acostumei.

–Se prefere assim... Nesse caso não vou nem me dar o trabalho de informar meus superiores sobre você.

–Melhor. Mas me diga, o que faz aqui?

–Estou tentando encontrar um outro membro de nossa equipe.

–Quem?

–Akagawa.

Torio se perdeu em memórias por um instante, se lembrando do romance que viveu com sua superior por alguns meses antes de ficar preso em Del Karva. Mas logo Adam voltou a falar e o trouxe de volta.

–Ela veio em missão de... reconhecimento, pode-se dizer. Tentou roubar um protótipo, mas foi abatida. Encontrei o local da queda, mas ela não estava lá.

–Já tentaram o rádio dela?

–Claro. Sem resposta.

–Gostei da nova política. Vocês deixam um soldado de lado para não quebrar as regras, mas fazem o oposto por uma tenente.

–Tem um fator extra. Você foi abatido com um Mobilesuit de baixa tecnologia, feito para se misturar aos daqui. Ela tem uma grande quantidade de implantes, e estava com Icarus. Imagine os problemas que isso pode causar.

–Certo, olhando por esse lado vocês estão certos.

–Agora, se me dá licença, eu preciso ir, ainda tenho que achar ela.

–Boa sorte.
Editado pela última vez por Anonimous000 em 17 Set 2007, 13:42, em um total de 1 vez.
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Mensagempor Dahak em 16 Set 2007, 22:57

Hail!
Cá estou!

Olha, já senti um "up" maior nessas novas cenas. Já passou mais aquela sensação de envolver o leitor.

A leveza na estrutura permanece impecável.

Ah, um detalhe bem bobo: não use 4 da tarde, quatro da tarde fica mais legalzinho :P
Ou talvez um 4 pm, sei lá. Por extenso fica melhor.

–Oi, Jonathan. Bem, você sabe que eu trabalho com sucateamento de Mobilesuits agora.

Só eu sei como minha língua ficou travada lendo essa frase, KKKKKKKKKK

Abraços!

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Mensagempor Anonimous000 em 17 Set 2007, 13:43

Corrigi.

Foi uma correção que me escapou.

Antes eu tinha o (péssimo) hábito de colocar números nos textos, provavelmente por preguiça de digitar por extenso.

Hoje não faço mais isso, mas ás vezes na revisão de textos anteriores, como esse, me escapam alguns números.
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Mensagempor Dahak em 17 Set 2007, 21:13

^^"
Nem é algo que tiraria os méritos da história, mas não custa primar pela perfeição e pelos mínimos detalhes, né?!

^^"

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Mensagempor Anonimous000 em 17 Set 2007, 23:48

Há tempos eu deixei de ser perfeccionista...

Bem, para não fica um comentário muito vázio, Parte 1 Cena 4.


**********************

4.
Jonathan e Kelvin chegaram à casa do último pouco depois do almoço. Os dois seguiram até um dos quartos no fundo da casa, onde Cho estava. Jonathan a examinou cuidadosamente. Ela era japonesa, isso era bem fácil de notar, vestia calças e uma camiseta, os braços biônicos estavam a vista, mas só era possível ver os pés artificiais, ele apenas suspeitaria que as pernas eram inteiras biônicas se Kelvin não tivesse comentado nada mais cedo. De mais ela não apresentava nenhum traço marcante, embora fosse atraente. Ele notou que ela era consideravelmente baixa, devia ter apenas cerca de um metro e meio de altura, e era bem magra, com seios pequenos. Tinha cabelo preto como nanquim, cortado bem curto. Parecia ter cerca de dezoito ou dezenove anos.

Cho percebeu a chegada dos dois ao quarto, mas não falou nada, ficou concentrada no livro que lia, esperando as prováveis perguntas. Ela não se sentia confortável na presença de estranhos, e era consideravelmente tímida mesmo entre conhecidos, os poucos que tinha, pois não se lembrava de nada antes de acordar nos restos de um Mobilesuit no desfiladeiro próximo a cidade, junto a Kelvin. Ela havia ficado amiga dele e de sua equipe com alguma facilidade, devido ao interesse comum em Mobilesuits. Embora não tivesse qualquer memória de sua vida antes daquele momento, seus conhecimentos e habilidades estavam intactos, ela era uma perita em operação, manutenção e criação de Mobilesuits e Battlesuits.

Assim que eles se aproximaram, Cho começou a ouvir o ruído psíquico característico e incomodo a que estava acostumada. Ela possuía alguns poderes psíquicos, mas não ousava falar deles com ninguém, e sua sensibilidade aguçada causava esse problema. Embora ela não se lembrasse do seu passado, sabia que essas habilidades eram raras e deviam ser mantidas em segredo sempre que possível. E ela tinha pleno conhecimento de suas habilidades e do funcionamento de seus poderes, e de alguns outros que ela não possuía. O outro homem se abaixou ao lado dela e começou a falar com uma voz calma, em inglês.

–Senhorita Cho?

–S-sim...- ela respondeu sem jeito, deixando o livro de lado.

–Eu gostaria de conversar um pouco com você, se não for um incomodo.

–Não, tudo bem...

–Não se preocupe, Jonathan, ela é bem tímida, mas logo vocês se entendem.

–Certo. Primeiro, acho que devo me apresentar corretamente. Eu sou Jonathan Thrillson, comandante do Grupo Especial de Mobilesuits. Kelvin me contou sobre como ele encontrou você. Não sei se ele lhe falou sobre isso, mas ele não tem condições muito adequadas para você ficar aqui.

–E-ele falou sobre isso, sim...

–Bem, ele me perguntou se eu poderia... Abrigar-lhe junto ao Grupo Especial. Você gostaria? Ele me falou do seu interesse em Mobilesuits. Lá você vai ter chance de trabalhar com eles.

–Bem, eu preciso de um lugar para ficar... E como Kelvin já verificou, eu não tenho registros aqui...

–Isso não é um problema. Se você ajudar com o trabalho pode ficar quanto tempo quiser.

–Se isso não for incomodar ninguém, eu aceito.

–No momento apenas outros dois membros do grupo estão lá, mas os outros devem retornar dentro de alguns dias. Acredito que eles não vão se incomodar, ainda temos bastante espaço lá.
Editado pela última vez por Anonimous000 em 15 Out 2007, 11:23, em um total de 1 vez.
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Mensagempor Anonimous000 em 21 Set 2007, 00:40

Postando mais um pouco...

Eu pensei em colocar apenas a cena cinco, mas o final da cena seis me pareceu um ponto mais interessante para um estilo Cliffhanger.

Sem mais delongas, duas cenas a mais:

**********************

5.
Caroline olhou para baixo do suporte onde estava quando ouviu o carro de Jonathan entrar na garagem, mas em seguida voltou sua atenção para o cockpit do Mobilesuit que estava verificando, o Explorer. Ela iniciou o sistema, mas em seguida foi distraída.

–Caroline?

–Aqui em cima chefe.

–Eu percebi, pode descer aqui um minuto?

–É muito urgente?

–Na verdade não.

–Desço em cinco minutos no máximo então.

–OK.

Jonathan se virou na direção de seu carro, e reparou que Cho ainda estava dentro dele. Ele se dirigiu até a janela para falar.

–Ainda aí?

–Hã?- Cho se assustou um pouco.- Ah! Sim, me distraí olhando as coisas. Isso aqui não é um carro normal.

–Você percebeu.- Jonathan ficou surpreso por um instante.- Poucos notam isso. É um meio termo entre um Mobilesuit e um carro, mas esse aqui está sem as armas.

–O que ele faz?

–Ele pode levantar o corpo do carro, ficando mais alto, mas ainda usando as rodas, e estende dois braços sem mãos. O modelo completo leva uma metralhadora em cada braço.

–Qual a função dele?

–Nós usamos como veículo de apoio, ele não é feito para suportar um combate de verdade.

Cho ficou examinando os painéis por mais algum tempo, até que Caroline se juntou a eles.

–Posso ajudar, chefe? Oh. Não tinha visto você. Como é seu nome?

Cho ficou um pouco sem jeito ao notar Caroline.

–Pode sim, Caroline. Esta é Cho. Kelvin a encontrou... Bem, eu explico depois. Onde está Torio?

Cho ficou paralisada um instante ao ouvir aquele nome. A memória começou a voltar, ela se via em um quarto, dividindo a cama com um homem jovem, da idade dela aparentemente. Ele tinha uma aparência bem estranha, um tanto andrógino, e que não lembrava nenhuma nacionalidade, apesar do nome japonês. Ela não sabia dizer há quanto tempo aquilo tinha acontecido, ou se não passava de um delírio e tinha realmente acontecido. Cho logo sacudiu a cabeça, tentando deixar a confusão de lado.

–Ele saiu faz algum tempo. Disse que voltava antes de anoitecer, acho.

–Tudo bem, se não acontecer nada fora do normal isso não vai ser um problema. Eu preciso fazer algumas ligações, você pode mostrar a base para Cho? E preparar um quarto para ela ficar?

–Claro, sem problemas. Posso aproveitar e conhecer ela melhor. Se não for incomodo...

–Tudo bem.- Cho falou com a voz fraca.

–Você está bem? Parece um pouco pálida...

–Estou bem sim, sem problemas.

Caroline observou Cho atentamente quando ela saiu do carro, não demorou a notar os membros biônicos. Ela ficou com uma leve sensação de familiaridade, mas não deu importância.


6.

Torio chegou na base pouco antes do pôr do sol. Entrou sem prestar muita atenção no lugar que conhecia bem. Notou que alguém estava trabalhando dentro de um dos Mobilesuits, e viu luz na sala de Jonathan, decidiu falar com ele para justificar a saída.

–Chefe.- ele disse ao entrar na sala.- Eu saí pra...- ele parou ao notar Caroline lá dentro.- Espera. Se você está aqui... Quem é que está mexendo no Mobilesuit lá fora?

–Cho.- Jonathan respondeu.- Nova na equipe.

–Ela chegou enquanto você estava fora.

–Percebe-se.

–Vem, deixa eu te apresentar para ela. Assim a gente deixa o chefe trabalhar em paz.

–Hã... Tá, pode ser.

Os dois caminharam até o Mobilesuit onde Cho estava. Quando chegaram nos pés dele Caroline assoviou, eles ouviram o barulho de ferramentas parar.

–Cho, pode descer aqui um minuto?

–Só um instante.

Torio parou um pouco, pensativo, a voz de Cho parecia familiar, muito familiar. Pouco depois Cho desceu em um salto, pousando sonoramente ao lado deles, por causa dos pés metálicos.

Cho observou Torio um pouco espantada, era o mesmo homem de quem tinha se lembrado ao ouvir seu nome mais cedo, mas resolveu não falar nada.

Torio ficou em choque por um momento. Ele reconheceu sua superior, Tenente Akagawa, imediatamente. Quando se recuperou ele percebeu que ela o olhava de maneira tímida, e parecia não o reconhecer.

–Seja bem vinda. Meu nome é Torio.

–Oi... Eu sou Cho.

–Eu... espero que goste daqui. Bom, vou deixar você trabalhar em paz agora.

Torio se virou a começou a se afastar na direção dos quartos.

–Ele... é sempre assim?

–Não. Tinha alguma coisa errada, bem errada. Eu vou descobrir o que é.
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Mensagempor Anonimous000 em 26 Set 2007, 12:32

Mais duas cenas, uma começando as revelações e outra com um pouco de ação e Mechas finalmente.


*************************

7.
Caroline entrou no quarto de Torio, mas não sem antes bater na porta.

–Há algo errado?

–Sim, muito errado!

–O que?

–Será que você não a reconheceu?

–Não, deveria?

–Eu já te mostrei esse desenho uma vez, e te falei dela milhares de outras.

–Está me dizendo que conhece Cho?

–Sim!

–Engraçado, ela não pareceu reconhecer você.

–Eu vi! Aqui, achei!

Torio pegou um pequeno bloco de folhas e mostrou um desenho velho para Caroline. Ela examinou um momento, era possível reconhecer Cho, o traço era do Torio, ela já conhecia bem.

–Há quanto tempo você fez isso?

–Uns dois anos e meio. Leia atrás.

Caroline virou a folha, tinha uma frase no verso, que ela leu em voz alta.

–“Belo desenho, você tem muito talento.”- Caroline parou um instante, espantada, ao ler a assinatura.- “Akagawa”. Mas... não pode ser ela. Ou pode?

–É ela.

–Você tinha dito que nunca conseguiria rever ela, que ela estava fora do seu alcance.

–Deveria! Mas ela está aqui. E não parece se lembrar de mim. De onde ela veio?

–Era o que o chefe estava me contando quando você chegou. Kelvin a encontrou nos destroços do Mobilesuit que foi derrubado pelo exército semana passada. Aparentemente ela estava pilotando ele. Ele chegou lá antes dos militares e salvou ela, mas ela parece ter perdido parte da memória.

–Quanto?

–Aparentemente todo o seu passado, embora ainda mantenha suas habilidades e conhecimento, só não se lembra como aprendeu. E também não se lembra de seu nome, ela adotou esse nome, Cho, mas não é seu nome verdadeiro.

–Eu vou falar com ela, tenho que fazê-la se lembrar.

–Espera, é melhor falar com o chefe antes.

–Por quê?

–Bem... ela estava tentando roubar um Mobilesuit militar.

–Oras. Se isso fosse um problema ela não estaria aqui.

–Isso não é um problema se ela não se lembra. Se ela recuperar a memória ela pode tentar algo parecido. Alias, você me contou que ela foi sua superior. Pra que tipo de grupo vocês trabalhavam? Algum com interesses contra a União?

–Isso não importa mais. Eu não estou mais com eles, e ela também não pelo jeito. Eles já teriam vindo atrás dela se fosse o caso.

–Ainda acho melhor falar com o chefe.

–Não. Prefiro que ele não saiba.

–Tudo bem. Mas se perceber qualquer coisa errada, eu vou avisar ele.

Os dois pararam de falar quando ouviram passos, pouco depois Jonathan apareceu na porta.

–Sinto interromper, mas temos trabalho.


8.
Jonathan parou o carro logo atrás dos dois Mobilesuits, um Chaser e um Explorer, Caroline estava com ele. Pouco depois Torio apareceu na tela no rádio.

Tem certeza que é uma boa idéia colocar ela para pilotar um Chaser?

Cho disse que saberia se virar. E eu prefiro arriscar com algo veloz do que com algo que voe.

Você que manda. Qual é a situação?

A policia mandou uma equipe de contenção lá pra dentro do banco, mas perderam contato. Aparentemente eles estão usando Vandals, três deles.

Como devemos proceder?

Conter se possível, eliminar se necessário. O que sobrar dos Vandals é nosso.

Maravilha.

Logo em seguida Cho apareceu na tela do rádio, mas permaneceu em silêncio.

Cho, tem certeza de que quer fazer isso?

Eu posso pilotar sem problemas, senhor Thrillson.

Certo. E pode me chamar de Jonathan.

Se prefere.

Caroline e Jonathan perceberam que a timidez de Cho havia dado lugar a uma certa segurança e determinação. Os quatro permaneceram atentos à porta do banco, esperando que os Vandals tentassem sair. Depois de algum tempo um deles avançou pela vidraça, abrindo fogo contra o Chaser de Cho com uma metralhadora Gauss que estava instalada no braço direito. Ela agilmente se moveu para o lado, fazendo com que ele apenas atingisse um carro do outro lado da rua. Torio começou a apontar para ele, mas Cho abriu fogo antes, atingido um tiro no braço armado e outro na perna direita. O Vandal caiu no chão, imóvel. Os outros dois apareceram em seguida, eles carregavam o dinheiro roubado, mas em vez de abrirem fogo eles decolaram numa tentativa de fuga. Torio também decolou, iniciando a perseguição. Cho atirou no propulsor de um deles, fazendo-o cair e espalhando o dinheiro, em seguida ela avançou sobre ele, largando a pistola e puxando o bastão elétrico.

A Vandal que ainda voava tentou abrir fogo contra Torio, mas ele não tinha um bom ângulo e acabou apenas desperdiçando munição. Torio respondeu, mirando no propulsor, a primeira rajada causou alguns dano, mas não o derrubou. Em seguida ele conseguiu alcançar o Vandal, e o golpeou com a lâmina do braço direito, dividindo o propulsor ao meio e derrubando o Vandal. No mesmo instante Cho alcançou o outro Vandal e o golpeou na cabeça com o bastão, o choque fez com que seu piloto caísse atordoado, em seguida ela pisou sobre ele, danificando os sistemas internos, o Vandal saltou algumas faíscas e desligou. O último Vandal caiu ao lado dela, e com um violento golpe no tronco com o bastão ela o arremessou longe, faiscando. Ele não se levantou após atingir o chão novamente.
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Mensagempor Anonimous000 em 04 Out 2007, 12:11

Demorei um pouco dessa vez, mas aqui vão mais duas cenas. Começando algumas revelações agora.

**********************

9.
Já passava da meia noite quando eles chegaram de volta na base. Os três Vandals haviam sofrido danos bem localizados, era possível recuperar um inteiro apenas trocando peças entre eles, e outro ficaria apenas sem o propulsor e com alguns danos no sistema de controle, mas algo facilmente reparável. O terceiro seria muito custoso reparar, mas poderia ser desmontado e mantido como peças de reposição.

Jonathan deu uma última examinada nos Vandals, depois se virou para os outros.

–Que fim vamos dar a eles?

–Pelo visto eles são grandes demais para nós três.- Caroline falou um pouco desanimada.

–Teríamos que desmontar eles e reconstruir o sistema central em tamanho reduzido, depois remontar tudo por cima, vai dar bastante trabalho.- Torio falou depois de olhar o Vandal que estava em melhor estado.

–Bom, eles estão em bom estado, dá pra conseguir um bom preço se não formos modificar eles.- Jonathan olhou ao redor e percebeu Cho abaixada junto a um dos Vandals.- Cho? Tudo bem? Você está muito quieta ai.

–Sim, sim. Só estava olhando. Não é tão difícil refazer esses Vandals. Se comprarmos as peças que faltam acho que dá pra colocar eles em funcionamento em pouco tempo.

–Você sabe fazer todos os ajustes? Quer dizer, você vai praticamente construir ele do zero no novo tamanho.- Caroline perguntou surpresa.

–Não é tão difícil. Só vai ser um pouco trabalhoso.

–Quanto tempo você precisaria?- Jonathan perguntou interessado.

–Uns dois dias para desmontar cada um, se for trabalhar sozinha, acho que trabalhando a dois dá pra desmontar em um dia só. Reduzir o sistema de controle levaria umas duas semanas, provavelmente mais se eu for fazer um pra mim, já que eu sou bem menor que vocês. Depois é só montar e soldar tudo de volta, o que deve ser no máximo uns quatro ou cinco dias.

–Está me dizendo que você colocaria um deles em ação em três semanas?

–No caso de um de nós usar ele, Caroline. Chefe, eu acho que você poderia usar um deles com ajustes mínimos, sem ter que desmontar tudo.

–Se for o modelo de fábrica, sim, eu consigo. Mas eu não gosto de Battlesuits, não usaria sem necessidade. Mas se quiserem, acho que temos dinheiro suficiente para comprar as peças que faltam.

–Eu posso começar a desmontar eles amanhã, mas eu preciso saber o tamanho exato para refazer eles. Vai ficar um pra cada?

–Faz um pra você e dois com o tamanho de Torio.- Caroline falou.- Eu consigo usar um nessa faixa de tamanho, só precisando dos ajustes menores. Assim se um quebrar teremos menos problemas.


10.
Caroline largou a tocha laser na mesa e tirou o protetor facial. Cho desligou a dela e olhou para ela.

–Estamos trabalhando há horas. Vou descansar um pouco.

–Tudo bem, eu continuo.

Caroline deixou Cho junto à carcaça do Vandal que elas estavam desmontando e seguiu para a garagem. Torio estava lá, treinando com uma plasmablade, ele não notou Caroline se aproximar.

–Está aqui há muito tempo?

–Não. Só treinando um pouco.

–Essa arma é boa?

–Como assim?

–Nunca usei uma plasmablade, é eficiente?

–Sim. Apesar de ser tecnologia primitiva...

–Primitiva? Pensei que fosse tecnologia de ponta.

–Hã... é...

–Explique.

Torio parou um momento e desligou a plasmablade, depois se virou para Caroline.

–Promete não contar isso para ninguém mais.

–Farei o possível.

–Essa arma é tecnologia de ponta aqui. Eu já usei uma laserblade, mas não existe tecnologia para fazer uma aqui, e não vai existir nem nas próximas décadas, provavelmente.

–Então como você usou uma?

–Não faz diferença falar isso agora. Eu fazia parte de uma tropa de... outro lugar. Outro planeta na verdade. Nós tínhamos uma tecnologia muito mais avançada que a que existe aqui. Meu Mobilesuit tem alguma dessa tecnologia, mas só o pouco que já é possível produzir aqui, embora a preços muito elevados.

–Interessante, mas difícil de acreditar.

–Se quiser, agora temos uma pequena amostra dessa tecnologia aqui.

Caroline não falou nada, mas sua expressão demonstrou a sua confusão.

–Akagawa.- ele apontou na direção da oficina.- Cho se preferir. Os membros dela, e os implantes, têm uma tecnologia muito mais avançada. Se não mudaram nada ela tem armas instaladas nos braços. Laserblades e outras coisas.

–Incrível. Mas pelo que eu entendi você dois foram descartados.

–Sim, eu fui abatido. Usei o que sobrou de meu Mobilesuit para construir o novo. Ela aparentemente estava tentando roubar um protótipo.

–Espere. Tem algo errado então. Ela invadiu a base militar e saiu com o protótipo.

–Sim. E?

–Onde está o Mobilesuit que ela usou para entrar?

Torio parou um momento, pensativo.

–Tem razão. Mas eu tenho uma vaga idéia do que houve.

–Fale.

–Eles têm tecnologia para fazer isso. Não sei o que é, mas algumas pessoas da tropa recebem implantes que podem transportar Battlesuits e até mesmo Mobilesuits. Não sei como funciona, mas pelo pouco que descobri o Battlesuit dela deve estar “armazenado” nesse implante.

–Tem certeza de que ela usava um Battlesuit?

–Sim. Cada um tinha seu próprio Battlesuit ou Mobilesuit na tropa. Raramente usávamos equipamento comum, embora houvesse alguns.

–Isso não faz sentido. Deixar vocês pra trás. Deixar todo esse equipamento pra trás. Quer dizer, você até que tudo bem, seu Mobilesuit foi destruído, mas...

–Sim, o dela ainda deve estar inteiro. Na verdade estão atrás dela. Eu encontrei um deles, um dos soldados, anteontem, antes de saber que ela estava aqui, antes da confusão no banco.

–Por acaso tinha saído para encontrar ele?

–Não, nem sabia que eles estavam aqui. Ele me encontrou por pura sorte. Até me ofereceu uma carona de volta, mas eu não vou voltar pra lá. Estou aqui há quase dois anos, já me acostumei.

–Você é quem sabe. Mas e quanto a Cho?

–O que tem?

–Agora você sabe onde ela está, pode avisar eles.

–Ela perdeu a memória. Não sei se seria muito útil para eles.

–Torio, usa a cabeça. Eles não vieram atrás de você. Porque eles viriam atrás dela? Eles querem o Battlesuit dela.

–Teriam que levar ela junto, não que isso seja um problema.

–Vou tentar ser clara. Você quer que ela fique? Ou não se incomoda de levarem ela?

–Não sei...

–Afinal de contas, você tinha ou não tinha uma relação com ela?

–Bem...- Torio parou um instante, se lembrando do passado.- Ela não se lembra de mim.

–Isso impede de vocês se amarem outra vez?

–Não. Se dependesse de mim, ela ficava aqui. Mas não temos como impedir eles se ela for encontrada.

–Seja homem. Se tentarem levar ela, lute contra eles. Vai desistir assim, fácil?

–Caroline, seja razoável. Eu já disse que eles têm muito mais tecnologia. Não temos como impedir.

–Bem, se você prefere assistir eles levarem ela tudo bem. Eu não vou deixar sem luta. Eles vão ter que passar por mim antes. E no final, você também vai, se realmente a ama.

Caroline subiu em direção aos quartos, deixando Torio sozinho na garagem.
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