Um texto que fiz pouco antes entrar de ferias.
Estou postando para ver se dou mais as caras por aqui, já que já faz um tempo que estou apenas lendo os posts.
Um Abraço.
Mar Branco e Pálido
Aquela listra preta piscando em um mar branco e pálido. Aparece e Desaparece de modo ritmado. Pisca linha negra em mar pálido. Aquela linha de duvida e desespero. Não sabia se fechava aquela aba de terror ou se olhava para o mar branco e pálido a sua frente. A faixa de contradição ainda piscava.
Tomou mais um longo gole de café e olhou para o relógio de pulso. O relógio digital marcava 3h55m23s. Tomou mais um pouco de café, e abriu os emails. A listra e o mar pálido desapareceram, sentiu-se momentaneamente melhor. Nenhum email novo, embora achasse isso impossível, ali estava a prova viva que metade do mundo dormia enquanto ele tinha um lapso de criatividade.
Abriu novamente o editor de texto, apenas para ver o mar branco e pálido marcado apenas por uma listra negra que a cada meio segundo desaparecia da tela. Lembrou do som do relógio batendo. Começou a escutar o tique-taque. Havia se livrado de todos os relógios de ponteiro da casa porque não agüentava aquele som. Tomou mais um longo gole de café e repousou as mãos sobre o teclado.
Olhou novamente no relógio de pulso 3h56m50s. Suspirou e levantou. Foi até a geladeira, não havia nada, a não ser por uma caixa de leite pela metade e pó de café. Não suportava mais café, não sentia mais o gosto do mesmo. Abriu o congelador, com a porta da geladeira ainda aberta. Sorvete. Pleno inverno. Vestia um moletom e uma jaqueta. Mandou tudo para inferno, fechou a porta de ambos, congelador e geladeira.
Olhou no relógio, 3h57m21s. Ficou observando, tinha impressão que os segundos não passavam. Olhou pela janela e olhou no relógio, 3h57m22s. Agradeceu pelo seu relógio não estar quebrado.
Sentou na cadeira e olhou para o mar branco e pálido na tela. Fechou a aba e desligou o computador. Tentaria amanhã assim que acordasse.