por Malkavengrel em 10 Dez 2007, 11:04
Antes Tarde que Nunca.
Minhas sinceras desculpas pela demora, mas aqui está.
=-=-=-=-=-=
Capitulo Quarto – Os túneis
A densa sombra, que se espalhava pelas galerias de rochas do subterrâneo, tornava o labirinto intransponível ainda mais complexo. Os drows nasciam e cresciam nesses túneis, então sabiam como chegar a B'nektravaaz. Somente os mais desavisados caiam em suas próprias armadilhas.
Aqueles que trabalhavam nos túneis não só conheciam as passagens normais de acesso a cidade, mas também, conheciam os pequenos atalhos, e caminhos alternativos. Glyazarr pretendia utilizar um deles. Guardou as armas do elfo consigo, e encostou a ponta da picareta nas costas da criatura da superfície, que já se encontrava em pé.
- Escute bem - falou o elfo negro - você já poderia estar morto, eu não pretendo mata-lo, mas não ousarei em fazê-lo novamente.
Após ficar em silêncio por um tempo o drow voltou a falar.
- Para você ficar vivo, terás que me obedecer, e me escutar bem. Inicialmente não há luz aqui então não tente nada diferente. Vamos tomar um caminho rápido, mas há alguns contratempos como desníveis.
O elfo do subterrâneo sentiu que agora tinha controle do seu prisioneiro. Então começou a guiar a sussurros seu novo brinquedo. Aos poucos começou a pensar se tinha muito tempo ainda. Decidiu que não iria aos portões, iria pegar uma entrada paralela de fuga.
Após andar algum tempo pelas galerias escuras do subterrâneo, chegou onde queria um beco sem saída. Ordenou que o elfo começasse a subir o paredão de pedra. Esperando que o ser da luz não caísse, começou a escalar logo atrás, dizendo onde o elfo deveria apoiar os pés.
Quando chegava ao quase no final do paredão o elfo, não acostumado a escalar as pedras lisas do local, deslizou quase caindo e soltando um grito de desespero. Por sorte conseguira se segurar.
- Cuidado elfo - falou Glyazarr - e silêncio. Não são só os drows que habitam o subterrâneo. Vamos continue subindo e torçamos para que nada venha a nos encontrar.
Aos poucos o elfo negro se sentir um pouco preocupado em chegar a tempo, esperando que a entrada menor ainda estivesse aberta. Começou a escutar alguns passos e barulhos estranhos, torceu para que fossem patrulhas ou trabalhadores. Viu o elfo subir por inteiro, então acelerou a sua escalada.
Chegando ao topo, pode ver um grupo de criaturas do subterrâneo se aproximando por do beco sem saída. Com certeza escutaram o barulho, precisam se mover rápido, aquelas criaturas se moviam com eficiência pelos túneis.
- Ei – sussurrou perto do ouvido do elfo – é bom que suas penas estejam boas para correr, pois seu grito chamou atenção de convidados.
- Eu posso combater, dê minhas armas – falou o elfo da superfície – eu fui treinado para ser um guerreiro.
- Ah você fala. Escuta aqui, você está ferido, eu não estou em condições de lutar, e essas criaturas ai já mataram ótimos guerreiros. Não é um filho do dia que vai poder matá-los. Agora é bom que você me siga correndo.
O drow começou a correr, e puxar o elfo pelo braço, conforme seguia pelos túneis que cada vez iam ficando mais estreitos. A velocidade do deslocamento aumentava conforme a altura do túnel diminuía. O elfo negro sabia que se o cativo tropeçasse não haveria tempo para levantá-lo.
O som das criaturas se movendo pelos túneis era característico, um tanto estranho, uma mistura de gritos e urros, com metal e pedras batendo nas paredes rochosas dos túneis. Os inimigos se moviam mais rápido nesses túneis se comparados com os dois elfos.
O som do crepitar de uma fogueira, e a diminuição da penumbra era sinal de uma armadilha.
- Rápido, pela esquerda estamos quase chegando – falou o drow guinando para esquerda, quase fazendo o elfo cair quando entraram em uma pequena fresta que levava para outro túnel escuro.
A presa corria do predador, como um rato corre de um falcão. A diferença é que eram muitos falcões, dois ratos, e um deles ainda estava cego. Aqueles eram os últimos metros, estavam a alguns metros porta de madeira, quando o rato cego tropeçou. O fim estava próximo.
- Droga – gritou o drow, tentando levantar o caído – Levante-se rápido, ou estará morto em segundos.
O cativo ofegante tentou levantar rapidamente, mas não conseguiu, aquele ar era rarefeito demais, ele se sentia cansado. Aos tropeços o elfo caído foi levantado, conforme o som dos gritos e urros ficava mais forte, a adrenalina corria.
A porta de madeira que separava os dois fugitivos de B'nektravaaz estava ali, a alguns passos. Foram alguns poucos segundos até Glyazarr puxar a porta e descobrir que está estava trancada. O elfo negro bateu na porta em desespero, sentido que agora seria seu fim.
"For every complex problem there is an answer that is clear, simple and wrong."
"I can make wonders, and still let you wander alone."