Spell RPG

Fuk

A terra fria se deixava moldar por suas passadas graciosas. O corpo poderoso se locomovia gentil sendo acariciado pela brisa que se aventurava pelo bosque. Calmo caminhar que não denunciavam sua presença. Os olhos dourados vislumbravam o infante que estava próximo das folhas verdes de um arbusto, brincando com seus irmãos e pais. Pequeno e frágil, inocente de sua majestade.

Abaixou seu grande corpo, sentindo a terra afagar o fogo em sua carne, riscado pelas sombras, e lá aguardou pelo momento certo. Pobre criatura, tão pura quanto às nuvens sob o céu, alheia de seu frio destino.

Seus pequenos ossos se partiram quando aquela imensa armadilha se fechou sobre seu delicado pescoço. O horror tomou conta de cada coração ao avistar o cruel rei daquele bosque. Não havia tempo para reclamar pelo filho morto. O tributo pela sobrevivência, por hora, havia sido pago. Tão rápido quanto suas ágeis patas permitiam, as lebres brancas aproveitaram para fugir, enquanto o imponente Tigre se alimentava da carne de sua carne...






Nota: Fuk, do chinês, “Tigre”.

Adorei. Li da primeira vez e achei muito abstrato, descrevendo sensações de maneira bem... bem... sensível (que horror xD). Aí, quando cheguei no fim e vi o que significa "Fuk", reli e fez todo sentido do mundo.

Lindo.

Me lembrou um pouco quando Neil Gaiman resolve contar as suas lendas de animais, mas com descrições mais intensas.

Gostei!

Sax

adorei saber disso.

Led

A ideia foi exatamente essa.

Gostei bastante. Me chamou a atenção o fato do tigre do texto ter sido escrito como nome próprio.

Achei a descrição na medida, perfeita, sem soar repetitiva e sem muita pretenção. Exata e objetiva.

Quando li na primeira vez achei que a presa seria uma criança, mas achei mais sensato mesmo ter optado por lebres. E a descrição final fechou o texto como deveria, sem sentimentalismo barato, apesar de uma imagem delicada que foi criada para a lebre a ser devorada.

Abraços.

Acredite, fiquei muito feliz por saber que você gostou e o porque de ter gostado =)

Eu nem tinha pensado em Neil Gaiman, mas, como Saxplr falou, lembra, sim, a forma de contar. Curto e bem finalizado. Belo texto

Acho que só eu nunca li qualquer coisa de Neil Gaiman... =P