Sombra
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Especial Férias de Julho:
Ninho de Cobras
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Especial Férias de Julho:
Ninho de Cobras
Parte 1 de 2
Ele crescera sendo ensinado a adorar sete deuses profanos. Suas brincadeiras envolviam lutas e violência. Seus estudos incluíam magia e misticismo. Seus heróis eram um misterioso assassino chamado Morte e um bruxo que parecia não envelhecer e comandava toda a poderosa Irmandade dos Sete Pecados. O garoto possuía pele negra, cabeça raspada e olhos decididos. Seu corpo indicava que seria alto e forte. Seus tutores escolheram seu nome de acordo com o que esperavam dele. Ele seria conhecido como Ceifador.
O treinamento de assassino era duro e seus mestres pegavam pesado, mas ele se esforçava, pois sabia que as recompensas eram boas e os castigos terríveis. Um dia, ele agiria ao lado do próprio Morte. Um dia, sonhava em ter o respeito do Líder. Para isso, ele sabia que tinha de ser o melhor. Havia outros garotos como ele e, todo ano, se encontravam para acompanhar o desenvolvimento de seus adversários e acirrar a competição. Eram seis, ao todo, e cada um procurava passar a imagem de ser melhor que os demais, mas a verdade é que, naquela época, todos eram bastante inseguros.
Quando soube do falecimento de Morte, aos serviços da Seita, o jovem Ceifador, que mal completara a maioridade, sentiu um misto de tristeza e alegria por saber que seu ídolo caíra, deixando o cargo vago. Todos os aspirantes ao cargo de maior assassino da Irmandade se agitaram, quando o Líder divulgou a data da eleição do novo Avatar dos Pecados. Os treinos se intensificaram e Ceifador passou a ser enviado em missões de infiltração, assassinato, investigação e várias outras, onde tinha de colocar em prática tudo o que aprendera, além de desenvolver outras habilidades que não treinara. Soube que um dos rapazes morrera em uma dessas missões. Ficou satisfeito. Menos um concorrente, afinal.
Além dos cinco rapazes restantes, ainda havia três homens mais velhos e experientes. Alguns dos tutores dos jovens acharam injusto que assassinos experientes concorressem com os novatos, mas Ceifador viu naquilo uma chance de realmente se mostrar como o melhor. Ele sentia medo, claro, mas mesmo assim, sorriu e seu sorriso, largo, branco e malicioso, plantou uma semente de dúvida até no coração de Kobra, o mais experiente dos assassinos ali presentes.
Os combates logo se iniciariam e, quando o Ceifador se apresentou com uma caveira pintada no rosto e uma grande foice nas mãos, fez a semente de dúvida brotar e se tornar um incômodo espinheiro que feria a confiança de seus adversários. Mesmo jovem, já era assustador. Sua primeira luta fora com o novato treinado na sede de Belo Horizonte. Soltaram os dois em um galpão fechado, cheio de caixas e mal iluminado. Poucos minutos depois, Ceifador saíra, com a lâmina da foice suja de sangue. Enquanto esperava seu próximo combate, assistiu as lutas dos oponentes, estudando a forma de agir de seus futuros adversários.
Kobra também matou seu oponente, um assassino experiente como ele. A terceira luta, entre os novatos de Goiânia e Brasília, não teve mortes, tendo como vencedor, Carrasco, o goiano. Na quarta luta, o pobre novato carioca teve de lutar com um dos experientes e acabou morrendo, também. No dia seguinte, tiveram folga para receber tratamentos médicos. O veterano brasiliense o visitou naquela tarde. Conversaram, para tentar liberar um pouco do stress pré-combate. Kobra tentou convence-lo a desistir, dizendo ter visto nele um potencial incrível que seria desperdiçado com sua morte. Ceifador riu. “Se tem tanta certeza de que vai me matar, porque veio tentar me fazer desistir? Você está é com medo de mim, pois sabe que eu serei o próximo Avatar. Você é patético, Kobra. Por favor, me mate, amanhã. Eu vou gostar de vê-lo tentar”.
A luta fora difícil. Ambos saíram com vários cortes profundos e algumas fraturas, precisando de tratamento místico em alguns ferimentos, mas Ceifador foi o vencedor. Kobra se sentiu humilhado e, nem mesmo saber que o novato goianiense também vencera um veterano, amenizou o que sentia. Os olhos determinados daquele moleque chamando-o de patético e prevendo sua derrota ficaram gravados em sua mente.
No final, Ceifador realmente se tornou o novo Avatar, caindo nas graças dos Sete Pecados. Ao ver que o rapaz usava uma foice como arma, Duque Asmodeus, a Vaidade, ficou tão orgulhoso que o presenteou com o poder de invocar Pecadora, sua própria arma pessoal. Com o tempo, várias missões cumpridas e sacrifícios, Ceifador foi sendo agraciado com outras dádivas e equipamentos. Após vencer um vampiro que possuía a força de dez homens e carne resistente como rocha, recebeu as Manoplas da Fúria, de Mestre Soneillon, a Gula, que fizeram dele tão forte e resistente quanto seu inimigo derrotado; após o sacrifício ritual de um grupo de inimigos capturados, recebeu o Crânio Necromântico, de Mestre Carreau, a Preguiça, ampliando suas habilidades de influenciar os mortos... Visão noturna, velocidade de regeneração ampliada, capacidade de deslocamento místico... As bênçãos dos Pecados se acumulavam sobre ele cada vez mais, ajudando a criar sua lenda.
Ele caçou e matou os inimigos mais perigosos da seita. Ameaçou e aterrorizou aqueles que não precisavam ser mortos ou podiam ser úteis. Com o passar dos anos, histórias passaram a ser contadas sobre ele, nos círculos de ocultismo. Seu nome se tornara conhecido e, juntamente com seu Avatar, a Irmandade dos Sete Pecados passou a ser temida. Devido a isto, novos inimigos surgiam, membros eram capturados e mortos, mas tudo contribuía para a contínua ascensão do grupo. Porém, nada dura para sempre...
Após investigar um ataque à sede de Goiânia, Ceifador encontrou o invasor, mas acabou sendo derrotado por ele. Dizem ter sido um terrível demônio de sombras ou um antigo vampiro manipulador de trevas. A verdade sobre a criatura e o atual estado do Avatar, poucos na Irmandade sabiam. O poderoso Ceifador, que agora usava o falso nome de Rodrigo, estava paraplégico e tentava se recuperar em um flat de Brasília. O cargo de Avatar dos Pecados estava vago e muito cobiçado...
“Quer dizer que aquele filho da puta do Ceifador se fodeu? Hahahahaha, rapaz, não ouço uma notícia boa dessas há anos!” Disse Kobra, assim que ficou sabendo da chegada do Avatar em Brasília. Ele aparentava ter cerca de trinta e poucos anos, apesar de já estar com mais de quarenta. Seu corpo era forte e atlético, possuía cabelos pretos curtos, com alguns fios grisalhos, olhos castanhos e uma grande cicatriz marcando a face direita, provocada por uma foice, há mais de quinze anos.
“Senhor, ele é o Avatar dos Pecados. Se ele se fode, a Irmandade se fode junto”. Disse o jovem acólito de vinte e poucos anos que lhe trouxera a informação, enquanto observava o assassino socar animada e seguidamente o saco de areia da academia.
“Errado! Se o Avatar se fode, um novo Avatar surge e não há ninguém melhor que eu para isso”. Ele respondeu, sem parar de socar continuamente o saco de areia.
“Bem, achei que isto lhe interessaria. Parece que acertei. Já estamos indo, agora. Bom treino e até mais, Kobra”. O jovem se despediu e saiu acompanhado de um garoto com pouco mais de dez anos, suado, sujo e machucado.
“Até mais. Até amanhã, Veneno”. Kobra finalmente parou, para acenar para o garoto, que parecia exausto com o treinamento, mas não deixou de sorrir e acenar de volta para seu mestre.
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Depois que seu pai morreu no acidente, ela ficara sozinha com sua mãe. Sem o principal mantenedor da casa, grandes dificuldades financeiras surgiram. O salário de sua mãe não era o bastante para garantir o sustento, sendo que a qualidade de vida teve de cair bastante. Como ainda não era o suficiente, Marta teve de procurar outras formas de conseguir dinheiro. A prostituição acabou resolvendo seus problemas.
Márcia era uma garota magrinha e sem atrativos, mas era esperta. Sua mãe sempre batalhara para lhe dar uma boa educação. Ela dizia que, com uma boa educação, Márcia não precisaria depender de homens. Por isso, a garota estudava, procurando vencer onde sua mãe falhara. No colégio, invejava as garotas bonitas, que tanto seduziam os rapazes, mas procurava se convencer de que ela seria a única a ser independente. Não teria de se vender para os homens.
Então veio a Irmandade e as coisas melhoraram bastante. Um homem chamado Antônio gostara de sua mãe e a convenceu a trabalhar com ele. Aprendera um pouco sobre os Sete Pecados e, em sua arrogância adolescente, imaginou que era um bando de malucos religiosos que enganavam trouxas para ter seu dinheiro. Pelo menos até ter sua iniciação.
Sua mãe pedira que participasse, por isso aceitou. Era uma cerimônia estranha, em uma sala de paredes escuras, com um círculo rodeado de velas no chão. Ela esperou dentro do círculo, pensando em que tipo de idiotice havia se metido, enquanto Antônio e sua mãe realizavam cânticos e se agarravam, às suas costas. Pensou ser algum tipo de perversão, mas imaginou que sua mãe não lhe envolveria em algo assim. Então, apenas esperou, até que os cânticos pararam. Ela levantou a cabeça, imaginando que a cerimônia havia terminado, mas o que viu em sua frente, ultrapassou tudo o que imaginava. Deus estava ali.
Era uma mulher alta, com longos cabelos de um vermelho vivo. Seus olhos, rubros da mesma cor, brilhavam como duas jóias incrustadas naquele rosto que parecia ter saído de um sonho. Sua pele era clara e macia, parecendo brilhar na escuridão da sala. Seu corpo perfeito estava nu, mas um longo tecido fino, sedoso e escarlate parecia flutuar próximo a ela, se enrolando suavemente, cobrindo os mamilos e o sexo, terminando por se espalhar no chão, aos pés dela.
Aquela criatura era tão sublime, tão perfeita, tão linda, que sua beleza parecia errada, como se não devesse existir. Márcia se sentiu feia e suja, como se não merecesse estar na presença de um ser tão incrível. Ela baixou a cabeça, desviando o olhar, envergonhada daquilo que era. Magra, insossa, franzina, sem graça... Se odiou por ter aceitado participar daquela cerimônia. Se sentia chegando de short e camiseta velhos em uma festa de gala.
De repente, a mão da deusa tocou sua face, erguendo-a para que se olhassem. A pele de Márcia formigava de uma maneira estranhamente agradável, ao toque da divindade, e ela se odiou novamente por fazer aquele ser tocar um animal imundo como ela. Então, os lábios, vermelhos como sangue, daquela entidade, se aproximaram, beijando-a. E a sensação foi de que seu corpo explodira, alcançara os céus e voltara à Terra num só instante. Márcia tivera seu primeiro orgasmo. A partir daí, a razão deu lugar ao instinto, enquanto ela se agarrava com a deusa, sentindo mais prazer do que qualquer criatura viva poderia sentir.
Quando terminou, estava suada e ofegante, apesar da deusa estar tão radiante quanto quando surgira. A um chamado da envolvente e inebriante voz da divindade, Márcia se levantou e percebeu as mudanças em seu corpo nu. Seus seios estavam fartos, suas nádegas volumosas, os cabelos sedosos, mesmo com todo aquele suor, e até os lábios pareciam mais grossos e atraentes. Então, Lillith, a Senhora da Perdição, a Luxúria Encarnada, lhe falou e Márcia não pôde resistir, tornando-se sua filha, sua serva e sua amante, entregando-se de corpo e alma.
Desde então, Márcia começou a trabalhar pela Irmandade, aproveitando-se das bênçãos que a Mestra Lillith havia jogado sobre ela. Inicialmente, se sentiu estranha, mas logo se acostumou com todo o poder que podia exercer sobre os homens. Passou a exibir com orgulho, toda a beleza, charme e sedução que tinha a seu dispor. Finalmente havia conseguido sua independência, pois agora, eram os homens quem se tornavam dependentes dela. Pelo menos, a maioria...
“E então, como foi?” Explodiu a voz de trovão daquele enorme negro, que se exercitava em um aparelho de levantamento de peso, quando Márcia chegou de uma missão que a Irmandade de Brasília havia lhe passado.
“Bem. O senhor senador gostou bastante de mim”.
“Ótimo”. Ele disse, sem se alterar. Ela o olhou de cima a baixo. O Avatar dos Pecados. Carregava consigo parte da essência de cada um dos sete demônios. Alguns boatos diziam que ele havia se tornado um híbrido entre mortal e imortal. Não era a toa que parecia um deus. Mesmo debilitado como estava.
“Você não sente nem um pouquinho de ciúmes?”
“Você não sentiria ciúmes caso eu matasse alguém. Porque eu sentiria ao saber que está cumprindo sua função na Irmandade?”
“Porque essa função normalmente envolve transar com outros caras?”
“Você os usa. Os presenteia. Os manipula e premia. Eu sei muito bem que sexo de verdade é só comigo”.
Ela o amava e ele sabia disso, mas estava errado ao dizer aquilo. A lembrança de sua cerimônia de iniciação surgiu em sua mente, uma vez mais. Sua primeira vez, com uma profana entidade da luxúria, e que mudara pra sempre sua vida. Aquilo, sim, fora transcendental, apesar de também gostar de estar com aquele semi-deus à sua frente.
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A Irmandade dos Sete Pecados era uma seita grande e poderosa, tendo sido criada nas primeiras décadas do século XX, antes da Primeira Guerra Mundial. O fundador, que se mantinha até hoje como líder do culto, havia aprendido como manter tudo secretamente, após ser o último sobrevivente de uma antiga seita infernalista européia. Ao fugir para o Brasil, decidiu fazer as coisas da forma mais correta possível. Até então, havia sido bem sucedido, comandando um verdadeiro império oculto nas sombras.
O primeiro assassino do culto fora um homem visionário. Após se juntar com dois outros, apresentou propostas de expansão e aperfeiçoamento ao líder da Irmandade e, durante anos, planejaram e prosperaram. O Triângulo, como ficaram conhecidos, foram responsáveis por treinar a primeira geração de candidatos a Avatar dos Pecados. O primeiro a conquistar tal cargo fora chamado Caim e permaneceu como o maior assassino da seita durante doze anos, quando então morreu. Como a segunda geração ainda estava sendo treinada, Morte, outro membro da primeira geração, assumiu o posto vago, permanecendo nele durante dezessete anos, sendo substituído por um jovem da terceira geração de assassinos, chamado Ceifador.
Neste tempo, um dos membros do Triângulo morrera assassinado por inimigos da seita, enquanto os outros dois abandonaram as funções de assassinos e passaram a administrar a Irmandade ao lado do líder, mas ainda supervisionando e coordenando os treinamentos e muitas das missões nas quais seus ‘pupilos’ eram enviados. A segunda geração, porém, ainda não tivera um representante como maior assassino da seita e, quinze anos após sua tentativa, Kobra se via finalmente assumindo o manto de Avatar dos Sete Pecados. O único problema era que, mesmo um mês depois que ficara sabendo da derrota do Ceifador, ainda não havia sido avisado da data de eleição do novo Avatar. Os líderes da Irmandade não haviam pronunciado nada sobre isso, como se estivessem dando tempo, para que o Ceifador se recuperasse. Kobra então decidiu que não deixaria aquele maldito lhe tirar a glória novamente.
Começou então a usar seu tempo livre para estudar as plantas e a segurança do prédio onde seu rival estava, além de observá-lo como podia em sua rotina. Para não negligenciar suas obrigações para com a Irmandade, precisou de alguns dias para estabelecer os padrões. No período da manhã, Ceifador recebia a visita de uma senhora chamada Rosilda, que mantinha o apartamento limpo e arrumado, além de um casal de fisioterapeutas, que trabalhavam em sua recuperação. À tarde, muitas vezes ele saía acompanhado pela mulher de nome Márcia, que viera de Goiânia e ficara para ajudá-lo. Às vezes, levava também o grande cão negro, que recebera dos Pecados. Passeios, visitas à sede da Irmandade, exercícios em conjunto... O propósito de suas saídas era aleatório. Parecia estar brincando de ser gente comum, o que era um insulto, visto que ele era conhecido por portar as essências dos sete deuses profanos da Irmandade. Ele não tinha o direito de querer ser comum.
O pequeno Veneno era quem tinha de agüentar Kobra, que liberava suas frustrações oferecendo treinamentos cada vez mais pesados ao garoto. Pensava se não conseguiria uma dispensa desta obrigação, caso o jovem aspirante à assassino tivesse algum membro quebrado durante alguma seção. Desistiu da idéia, para evitar que levantasse suspeitas sobre suas intenções, mas a verdade é que gostava do garoto. Antes de saber da derrota do Ceifador, nutria o desejo de que seu pupilo se tornasse o próximo Avatar, visto que ele não conseguira faze-lo, quando teve a chance. Felizmente, agora ele teria uma nova chance. Depois de planejar sua invasão, preparou-se para colocá-la em prática. Com o Ceifador morto, nada poderia impedir sua ascensão.
Durante a noite, entrou no prédio pelo portão da garagem, acompanhando o carro de algum morador e garantindo que não fosse visto. Vestia o traje negro reforçado, oferecido pela Irmandade, e uma máscara também preta, com uma abertura para os olhos. Subiu pelas escadas, fazendo seus olhos brilharem em vermelho, para enxergar na escuridão. Enquanto isso, o porteiro tinha sua atenção desviada das câmeras de segurança por um transeunte que fingia precisar de informações, após ter recebido um bom dinheiro do Kobra. O assassino chegara então ao apartamento correto e, usando de algumas ferramentas, destrancou a porta secundária para entrar.
A porta dava para um pequeno corredor que terminava na cozinha e tinha uma porta semi-aberta em sua extensão. Provavelmente uma despensa. Antes de entrar, tocou a campainha e esperou algum movimento no interior da casa. Ouviu vozes, então tocou novamente e entrou, chegando à cozinha, sendo que a porta desta dava para a sala, que saiu da escuridão para a penumbra, assim que a luz do corredor foi acesa. Ouviu a voz de trovão de seu inimigo indagando se seria alguma emergência da Irmandade, assim como o som das rodas se movendo.
Se preparou para nocautear seu adversário com um só golpe, desferindo-lhe um poderoso chute na cabeça, pegando-o de surpresa. Infelizmente, pouco antes de atacar, ouviu um altíssimo latido vindo do pequeno corredor por onde passara. O barulho alertara o Ceifador, que tentou se defender como podia, bloqueando o chute com os braços, mas sendo pouco efetivo. A força do golpe o jogara para o lado, derrubando-o de sua cadeira de rodas, fazendo Márcia gritar de susto, atrás dele. Iniciava-se o segundo round, entre Ceifador e Kobra.