Ninho de Cobras

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Ninho de Cobras

Mensagempor Gehenna em 24 Mar 2008, 10:41

Sombra inicia sua história no começo de Maio de 2005. Atualmente, este mês já está terminando, porém, a cronologia ainda está relativamente distante de Julho, quando ocorrem as férias escolares de Athos. Porém, decidi começar a postar algumas destas histórias especiais, que se passarão neste mês. A primeira é Ninho de Cobras, trazendo o Ceifador, acompanhado de Márcia e Cérbero.




Sombra
apresenta
Especial Férias de Julho:
Ninho de Cobras


Parte 1 de 2

Ele crescera sendo ensinado a adorar sete deuses profanos. Suas brincadeiras envolviam lutas e violência. Seus estudos incluíam magia e misticismo. Seus heróis eram um misterioso assassino chamado Morte e um bruxo que parecia não envelhecer e comandava toda a poderosa Irmandade dos Sete Pecados. O garoto possuía pele negra, cabeça raspada e olhos decididos. Seu corpo indicava que seria alto e forte. Seus tutores escolheram seu nome de acordo com o que esperavam dele. Ele seria conhecido como Ceifador.

O treinamento de assassino era duro e seus mestres pegavam pesado, mas ele se esforçava, pois sabia que as recompensas eram boas e os castigos terríveis. Um dia, ele agiria ao lado do próprio Morte. Um dia, sonhava em ter o respeito do Líder. Para isso, ele sabia que tinha de ser o melhor. Havia outros garotos como ele e, todo ano, se encontravam para acompanhar o desenvolvimento de seus adversários e acirrar a competição. Eram seis, ao todo, e cada um procurava passar a imagem de ser melhor que os demais, mas a verdade é que, naquela época, todos eram bastante inseguros.

Quando soube do falecimento de Morte, aos serviços da Seita, o jovem Ceifador, que mal completara a maioridade, sentiu um misto de tristeza e alegria por saber que seu ídolo caíra, deixando o cargo vago. Todos os aspirantes ao cargo de maior assassino da Irmandade se agitaram, quando o Líder divulgou a data da eleição do novo Avatar dos Pecados. Os treinos se intensificaram e Ceifador passou a ser enviado em missões de infiltração, assassinato, investigação e várias outras, onde tinha de colocar em prática tudo o que aprendera, além de desenvolver outras habilidades que não treinara. Soube que um dos rapazes morrera em uma dessas missões. Ficou satisfeito. Menos um concorrente, afinal.

Além dos cinco rapazes restantes, ainda havia três homens mais velhos e experientes. Alguns dos tutores dos jovens acharam injusto que assassinos experientes concorressem com os novatos, mas Ceifador viu naquilo uma chance de realmente se mostrar como o melhor. Ele sentia medo, claro, mas mesmo assim, sorriu e seu sorriso, largo, branco e malicioso, plantou uma semente de dúvida até no coração de Kobra, o mais experiente dos assassinos ali presentes.

Os combates logo se iniciariam e, quando o Ceifador se apresentou com uma caveira pintada no rosto e uma grande foice nas mãos, fez a semente de dúvida brotar e se tornar um incômodo espinheiro que feria a confiança de seus adversários. Mesmo jovem, já era assustador. Sua primeira luta fora com o novato treinado na sede de Belo Horizonte. Soltaram os dois em um galpão fechado, cheio de caixas e mal iluminado. Poucos minutos depois, Ceifador saíra, com a lâmina da foice suja de sangue. Enquanto esperava seu próximo combate, assistiu as lutas dos oponentes, estudando a forma de agir de seus futuros adversários.

Kobra também matou seu oponente, um assassino experiente como ele. A terceira luta, entre os novatos de Goiânia e Brasília, não teve mortes, tendo como vencedor, Carrasco, o goiano. Na quarta luta, o pobre novato carioca teve de lutar com um dos experientes e acabou morrendo, também. No dia seguinte, tiveram folga para receber tratamentos médicos. O veterano brasiliense o visitou naquela tarde. Conversaram, para tentar liberar um pouco do stress pré-combate. Kobra tentou convence-lo a desistir, dizendo ter visto nele um potencial incrível que seria desperdiçado com sua morte. Ceifador riu. “Se tem tanta certeza de que vai me matar, porque veio tentar me fazer desistir? Você está é com medo de mim, pois sabe que eu serei o próximo Avatar. Você é patético, Kobra. Por favor, me mate, amanhã. Eu vou gostar de vê-lo tentar”.

A luta fora difícil. Ambos saíram com vários cortes profundos e algumas fraturas, precisando de tratamento místico em alguns ferimentos, mas Ceifador foi o vencedor. Kobra se sentiu humilhado e, nem mesmo saber que o novato goianiense também vencera um veterano, amenizou o que sentia. Os olhos determinados daquele moleque chamando-o de patético e prevendo sua derrota ficaram gravados em sua mente.

No final, Ceifador realmente se tornou o novo Avatar, caindo nas graças dos Sete Pecados. Ao ver que o rapaz usava uma foice como arma, Duque Asmodeus, a Vaidade, ficou tão orgulhoso que o presenteou com o poder de invocar Pecadora, sua própria arma pessoal. Com o tempo, várias missões cumpridas e sacrifícios, Ceifador foi sendo agraciado com outras dádivas e equipamentos. Após vencer um vampiro que possuía a força de dez homens e carne resistente como rocha, recebeu as Manoplas da Fúria, de Mestre Soneillon, a Gula, que fizeram dele tão forte e resistente quanto seu inimigo derrotado; após o sacrifício ritual de um grupo de inimigos capturados, recebeu o Crânio Necromântico, de Mestre Carreau, a Preguiça, ampliando suas habilidades de influenciar os mortos... Visão noturna, velocidade de regeneração ampliada, capacidade de deslocamento místico... As bênçãos dos Pecados se acumulavam sobre ele cada vez mais, ajudando a criar sua lenda.

Ele caçou e matou os inimigos mais perigosos da seita. Ameaçou e aterrorizou aqueles que não precisavam ser mortos ou podiam ser úteis. Com o passar dos anos, histórias passaram a ser contadas sobre ele, nos círculos de ocultismo. Seu nome se tornara conhecido e, juntamente com seu Avatar, a Irmandade dos Sete Pecados passou a ser temida. Devido a isto, novos inimigos surgiam, membros eram capturados e mortos, mas tudo contribuía para a contínua ascensão do grupo. Porém, nada dura para sempre...

Após investigar um ataque à sede de Goiânia, Ceifador encontrou o invasor, mas acabou sendo derrotado por ele. Dizem ter sido um terrível demônio de sombras ou um antigo vampiro manipulador de trevas. A verdade sobre a criatura e o atual estado do Avatar, poucos na Irmandade sabiam. O poderoso Ceifador, que agora usava o falso nome de Rodrigo, estava paraplégico e tentava se recuperar em um flat de Brasília. O cargo de Avatar dos Pecados estava vago e muito cobiçado...

“Quer dizer que aquele filho da puta do Ceifador se fodeu? Hahahahaha, rapaz, não ouço uma notícia boa dessas há anos!” Disse Kobra, assim que ficou sabendo da chegada do Avatar em Brasília. Ele aparentava ter cerca de trinta e poucos anos, apesar de já estar com mais de quarenta. Seu corpo era forte e atlético, possuía cabelos pretos curtos, com alguns fios grisalhos, olhos castanhos e uma grande cicatriz marcando a face direita, provocada por uma foice, há mais de quinze anos.

“Senhor, ele é o Avatar dos Pecados. Se ele se fode, a Irmandade se fode junto”. Disse o jovem acólito de vinte e poucos anos que lhe trouxera a informação, enquanto observava o assassino socar animada e seguidamente o saco de areia da academia.

“Errado! Se o Avatar se fode, um novo Avatar surge e não há ninguém melhor que eu para isso”. Ele respondeu, sem parar de socar continuamente o saco de areia.

“Bem, achei que isto lhe interessaria. Parece que acertei. Já estamos indo, agora. Bom treino e até mais, Kobra”. O jovem se despediu e saiu acompanhado de um garoto com pouco mais de dez anos, suado, sujo e machucado.

“Até mais. Até amanhã, Veneno”. Kobra finalmente parou, para acenar para o garoto, que parecia exausto com o treinamento, mas não deixou de sorrir e acenar de volta para seu mestre.

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Depois que seu pai morreu no acidente, ela ficara sozinha com sua mãe. Sem o principal mantenedor da casa, grandes dificuldades financeiras surgiram. O salário de sua mãe não era o bastante para garantir o sustento, sendo que a qualidade de vida teve de cair bastante. Como ainda não era o suficiente, Marta teve de procurar outras formas de conseguir dinheiro. A prostituição acabou resolvendo seus problemas.

Márcia era uma garota magrinha e sem atrativos, mas era esperta. Sua mãe sempre batalhara para lhe dar uma boa educação. Ela dizia que, com uma boa educação, Márcia não precisaria depender de homens. Por isso, a garota estudava, procurando vencer onde sua mãe falhara. No colégio, invejava as garotas bonitas, que tanto seduziam os rapazes, mas procurava se convencer de que ela seria a única a ser independente. Não teria de se vender para os homens.

Então veio a Irmandade e as coisas melhoraram bastante. Um homem chamado Antônio gostara de sua mãe e a convenceu a trabalhar com ele. Aprendera um pouco sobre os Sete Pecados e, em sua arrogância adolescente, imaginou que era um bando de malucos religiosos que enganavam trouxas para ter seu dinheiro. Pelo menos até ter sua iniciação.

Sua mãe pedira que participasse, por isso aceitou. Era uma cerimônia estranha, em uma sala de paredes escuras, com um círculo rodeado de velas no chão. Ela esperou dentro do círculo, pensando em que tipo de idiotice havia se metido, enquanto Antônio e sua mãe realizavam cânticos e se agarravam, às suas costas. Pensou ser algum tipo de perversão, mas imaginou que sua mãe não lhe envolveria em algo assim. Então, apenas esperou, até que os cânticos pararam. Ela levantou a cabeça, imaginando que a cerimônia havia terminado, mas o que viu em sua frente, ultrapassou tudo o que imaginava. Deus estava ali.

Era uma mulher alta, com longos cabelos de um vermelho vivo. Seus olhos, rubros da mesma cor, brilhavam como duas jóias incrustadas naquele rosto que parecia ter saído de um sonho. Sua pele era clara e macia, parecendo brilhar na escuridão da sala. Seu corpo perfeito estava nu, mas um longo tecido fino, sedoso e escarlate parecia flutuar próximo a ela, se enrolando suavemente, cobrindo os mamilos e o sexo, terminando por se espalhar no chão, aos pés dela.

Aquela criatura era tão sublime, tão perfeita, tão linda, que sua beleza parecia errada, como se não devesse existir. Márcia se sentiu feia e suja, como se não merecesse estar na presença de um ser tão incrível. Ela baixou a cabeça, desviando o olhar, envergonhada daquilo que era. Magra, insossa, franzina, sem graça... Se odiou por ter aceitado participar daquela cerimônia. Se sentia chegando de short e camiseta velhos em uma festa de gala.

De repente, a mão da deusa tocou sua face, erguendo-a para que se olhassem. A pele de Márcia formigava de uma maneira estranhamente agradável, ao toque da divindade, e ela se odiou novamente por fazer aquele ser tocar um animal imundo como ela. Então, os lábios, vermelhos como sangue, daquela entidade, se aproximaram, beijando-a. E a sensação foi de que seu corpo explodira, alcançara os céus e voltara à Terra num só instante. Márcia tivera seu primeiro orgasmo. A partir daí, a razão deu lugar ao instinto, enquanto ela se agarrava com a deusa, sentindo mais prazer do que qualquer criatura viva poderia sentir.

Quando terminou, estava suada e ofegante, apesar da deusa estar tão radiante quanto quando surgira. A um chamado da envolvente e inebriante voz da divindade, Márcia se levantou e percebeu as mudanças em seu corpo nu. Seus seios estavam fartos, suas nádegas volumosas, os cabelos sedosos, mesmo com todo aquele suor, e até os lábios pareciam mais grossos e atraentes. Então, Lillith, a Senhora da Perdição, a Luxúria Encarnada, lhe falou e Márcia não pôde resistir, tornando-se sua filha, sua serva e sua amante, entregando-se de corpo e alma.

Desde então, Márcia começou a trabalhar pela Irmandade, aproveitando-se das bênçãos que a Mestra Lillith havia jogado sobre ela. Inicialmente, se sentiu estranha, mas logo se acostumou com todo o poder que podia exercer sobre os homens. Passou a exibir com orgulho, toda a beleza, charme e sedução que tinha a seu dispor. Finalmente havia conseguido sua independência, pois agora, eram os homens quem se tornavam dependentes dela. Pelo menos, a maioria...

“E então, como foi?” Explodiu a voz de trovão daquele enorme negro, que se exercitava em um aparelho de levantamento de peso, quando Márcia chegou de uma missão que a Irmandade de Brasília havia lhe passado.

“Bem. O senhor senador gostou bastante de mim”.

“Ótimo”. Ele disse, sem se alterar. Ela o olhou de cima a baixo. O Avatar dos Pecados. Carregava consigo parte da essência de cada um dos sete demônios. Alguns boatos diziam que ele havia se tornado um híbrido entre mortal e imortal. Não era a toa que parecia um deus. Mesmo debilitado como estava.

“Você não sente nem um pouquinho de ciúmes?”

“Você não sentiria ciúmes caso eu matasse alguém. Porque eu sentiria ao saber que está cumprindo sua função na Irmandade?”

“Porque essa função normalmente envolve transar com outros caras?”

“Você os usa. Os presenteia. Os manipula e premia. Eu sei muito bem que sexo de verdade é só comigo”.

Ela o amava e ele sabia disso, mas estava errado ao dizer aquilo. A lembrança de sua cerimônia de iniciação surgiu em sua mente, uma vez mais. Sua primeira vez, com uma profana entidade da luxúria, e que mudara pra sempre sua vida. Aquilo, sim, fora transcendental, apesar de também gostar de estar com aquele semi-deus à sua frente.

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A Irmandade dos Sete Pecados era uma seita grande e poderosa, tendo sido criada nas primeiras décadas do século XX, antes da Primeira Guerra Mundial. O fundador, que se mantinha até hoje como líder do culto, havia aprendido como manter tudo secretamente, após ser o último sobrevivente de uma antiga seita infernalista européia. Ao fugir para o Brasil, decidiu fazer as coisas da forma mais correta possível. Até então, havia sido bem sucedido, comandando um verdadeiro império oculto nas sombras.

O primeiro assassino do culto fora um homem visionário. Após se juntar com dois outros, apresentou propostas de expansão e aperfeiçoamento ao líder da Irmandade e, durante anos, planejaram e prosperaram. O Triângulo, como ficaram conhecidos, foram responsáveis por treinar a primeira geração de candidatos a Avatar dos Pecados. O primeiro a conquistar tal cargo fora chamado Caim e permaneceu como o maior assassino da seita durante doze anos, quando então morreu. Como a segunda geração ainda estava sendo treinada, Morte, outro membro da primeira geração, assumiu o posto vago, permanecendo nele durante dezessete anos, sendo substituído por um jovem da terceira geração de assassinos, chamado Ceifador.

Neste tempo, um dos membros do Triângulo morrera assassinado por inimigos da seita, enquanto os outros dois abandonaram as funções de assassinos e passaram a administrar a Irmandade ao lado do líder, mas ainda supervisionando e coordenando os treinamentos e muitas das missões nas quais seus ‘pupilos’ eram enviados. A segunda geração, porém, ainda não tivera um representante como maior assassino da seita e, quinze anos após sua tentativa, Kobra se via finalmente assumindo o manto de Avatar dos Sete Pecados. O único problema era que, mesmo um mês depois que ficara sabendo da derrota do Ceifador, ainda não havia sido avisado da data de eleição do novo Avatar. Os líderes da Irmandade não haviam pronunciado nada sobre isso, como se estivessem dando tempo, para que o Ceifador se recuperasse. Kobra então decidiu que não deixaria aquele maldito lhe tirar a glória novamente.

Começou então a usar seu tempo livre para estudar as plantas e a segurança do prédio onde seu rival estava, além de observá-lo como podia em sua rotina. Para não negligenciar suas obrigações para com a Irmandade, precisou de alguns dias para estabelecer os padrões. No período da manhã, Ceifador recebia a visita de uma senhora chamada Rosilda, que mantinha o apartamento limpo e arrumado, além de um casal de fisioterapeutas, que trabalhavam em sua recuperação. À tarde, muitas vezes ele saía acompanhado pela mulher de nome Márcia, que viera de Goiânia e ficara para ajudá-lo. Às vezes, levava também o grande cão negro, que recebera dos Pecados. Passeios, visitas à sede da Irmandade, exercícios em conjunto... O propósito de suas saídas era aleatório. Parecia estar brincando de ser gente comum, o que era um insulto, visto que ele era conhecido por portar as essências dos sete deuses profanos da Irmandade. Ele não tinha o direito de querer ser comum.

O pequeno Veneno era quem tinha de agüentar Kobra, que liberava suas frustrações oferecendo treinamentos cada vez mais pesados ao garoto. Pensava se não conseguiria uma dispensa desta obrigação, caso o jovem aspirante à assassino tivesse algum membro quebrado durante alguma seção. Desistiu da idéia, para evitar que levantasse suspeitas sobre suas intenções, mas a verdade é que gostava do garoto. Antes de saber da derrota do Ceifador, nutria o desejo de que seu pupilo se tornasse o próximo Avatar, visto que ele não conseguira faze-lo, quando teve a chance. Felizmente, agora ele teria uma nova chance. Depois de planejar sua invasão, preparou-se para colocá-la em prática. Com o Ceifador morto, nada poderia impedir sua ascensão.

Durante a noite, entrou no prédio pelo portão da garagem, acompanhando o carro de algum morador e garantindo que não fosse visto. Vestia o traje negro reforçado, oferecido pela Irmandade, e uma máscara também preta, com uma abertura para os olhos. Subiu pelas escadas, fazendo seus olhos brilharem em vermelho, para enxergar na escuridão. Enquanto isso, o porteiro tinha sua atenção desviada das câmeras de segurança por um transeunte que fingia precisar de informações, após ter recebido um bom dinheiro do Kobra. O assassino chegara então ao apartamento correto e, usando de algumas ferramentas, destrancou a porta secundária para entrar.

A porta dava para um pequeno corredor que terminava na cozinha e tinha uma porta semi-aberta em sua extensão. Provavelmente uma despensa. Antes de entrar, tocou a campainha e esperou algum movimento no interior da casa. Ouviu vozes, então tocou novamente e entrou, chegando à cozinha, sendo que a porta desta dava para a sala, que saiu da escuridão para a penumbra, assim que a luz do corredor foi acesa. Ouviu a voz de trovão de seu inimigo indagando se seria alguma emergência da Irmandade, assim como o som das rodas se movendo.

Se preparou para nocautear seu adversário com um só golpe, desferindo-lhe um poderoso chute na cabeça, pegando-o de surpresa. Infelizmente, pouco antes de atacar, ouviu um altíssimo latido vindo do pequeno corredor por onde passara. O barulho alertara o Ceifador, que tentou se defender como podia, bloqueando o chute com os braços, mas sendo pouco efetivo. A força do golpe o jogara para o lado, derrubando-o de sua cadeira de rodas, fazendo Márcia gritar de susto, atrás dele. Iniciava-se o segundo round, entre Ceifador e Kobra.
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Ninho de Cobras

Mensagempor Malkavengrel em 25 Mar 2008, 20:40

Um parte bem extensa, vamos dizer :lol:
Interressante a historia dos personagens,agora quero saber como termina. :b

Tenho alguns comentarios a fazer, mas espero pela segunda parte, para que eu não cometa gafes.
Mas no geral está ótimo.

Abraço.
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Mensagempor Elara em 26 Mar 2008, 16:00

Gehenna,

Você sabe que essa não é bem uma das minhas literaturas favoritas, mas seu conto é fluido e bem escrito, o que é um ponto alto. No entanto, é enorme! Passei três dias para ler. lol

Sobre a ambientação, acho bem exótico misturar essas coisas de magia e tal, normalmente presentes em contos medievais, num texto que se passa na época atual. É uma coisa meio Buffy, se me permite a analogia grosseira. Mas, de certo modo, prende a atenção do leitor, o que se torna um outro ponto alto.

Outra coisa: Kobra foi inspirado em Jack Bauer (não sei se escreve assim)? XD

Chero!
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Mensagempor Gehenna em 26 Mar 2008, 17:20

Um parte bem extensa, vamos dizer :lol:

No entanto, é enorme! Passei três dias para ler. lol

Eu e minha megalomania... Mas poxa, era a chance de mostrar um pouquinho mais do Ceifador, Márcia, Cérbero e da Irmandade, em si.
Nah, não tem desculpa. Tenho q parar com essas histórias monstruosamente grandes.

Interressante a historia dos personagens,agora quero saber como termina. :b

Tenho alguns comentarios a fazer, mas espero pela segunda parte, para que eu não cometa gafes.
Mas no geral está ótimo.

Valeu! :victory:
Está aí a segunda parte. Aguardo os comentários.

Você sabe que essa não é bem uma das minhas literaturas favoritas, mas seu conto é fluido e bem escrito, o que é um ponto alto.

Obrigado, tanto pelo elogio, quanto pela leitura, mesmo sendo um estilo que não lhe agrada tanto. :aham:

Sobre a ambientação, acho bem exótico misturar essas coisas de magia e tal, normalmente presentes em contos medievais, num texto que se passa na época atual. É uma coisa meio Buffy, se me permite a analogia grosseira. Mas, de certo modo, prende a atenção do leitor, o que se torna um outro ponto alto.

Analogia perfeitamente aceitável. Sinceramente, eu adoro esse tipo de ambientação (alguém notou? :b). E muito obrigado pelo "prende a atenção do leitor". lol

Outra coisa: Kobra foi inspirado em Jack Bauer (não sei se escreve assim)? XD

Huahuahuahua. Não. Conscientemente, não. Nem sou muito fã de 24 horas. Assisti mais ou menos apenas uma temporada, na Globo. Estava de férias e sem muitas opções de afazeres noturnos. No quê exatamente Kobra se pareceu com Jack Bauer?



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Parte 2 de 2

Cérbero nascera como um cão totalmente comum. Um belo filhote de dog alemão, com a pelagem toda negra. Como natural de sua raça, era grande e meio desajeitado. Em determinada idade, teve suas longas orelhas cortadas, para melhorar sua aparência, permitindo que as deixasse de pé. Fora treinado para ser um cão de guarda e desempenharia bem sua função, se o destino não lhe reservasse uma surpresa. Em uma determinada noite, sentiu um poder diferente no ar. Os ventos lhe trouxeram o cheiro de corrupção, como se algo estivesse fazendo mal ao mundo. Quando aquela estranha criatura bípede se mostrou, ele se encolhera, rosnando de forma nervosa. Os olhos brilhantes do monstro ordenavam e Cérbero não podia resistir.

Foi levado para muito longe de seu território em um piscar de olhos, através de um processo terrível que o fizera vomitar sua última refeição. Era um lugar muito frio, assustador e totalmente errado. Ele não sentia o mundo, como ele devia ser. Os cheiros eram todos cobertos de dor e sofrimento. O próprio ar, e até o chão, pulsavam em corrupção. Era como o mundo em que crescera, porém, aquele era escuro, maligno e errado. Cérbero foi então amarrado e o monstro de olhos brilhantes começou a fazer barulhos e gestos estranhos, enquanto alguma coisa ainda mais errada acontecia.

Cérbero se debatia, tentando fugir, mas estava bem preso. Os barulhos do monstro, lentamente começavam a fazer sentido, enquanto o pobre cão sentia a corrupção do lugar invadindo e contaminando sua essência. Era como se a maldade presente no ar que ele respirava, se negasse a sair, infectando-o e tomando-o por dentro. Ele sentia o poder do monstro corrompendo-o, enquanto as energias infernais penetravam em seu espírito. Cerca de uma hora depois do início dos cânticos, o ritual estava terminado. Não era mais um cão comum. A essência do inferno pulsava em seu interior, enquanto sua nova mente racional se adaptava aos seus fortes instintos caninos. Sammael, seu mestre, a Encarnação da Cobiça, deu-lhe então um nome e uma missão. Ele seria Cérbero, o companheiro e guardião do Ceifador, o Avatar dos Pecados.

Após passar novamente pelo desagradável processo de transporte que o levara ao Inferno, Cérbero voltou ao seu mundo de origem, sentindo que não pertencia mais a ele. Havia mudado e agora tinha uma nova missão. Desde então, passara anos acompanhando seu novo mestre à serviço de um mestre ainda maior. Às vezes, se comunicava mentalmente com mestre Sammael, informando-o de acontecimentos e atividades importantes do Ceifador. Aprendeu várias coisas, se tornando mais esperto a cada dia que passava ao lado de seu senhor. Se tornaram verdadeiros amigos, recebendo excelente tratamento daquele a quem devia proteger, apesar de parecer que não precisava de proteção.

Após a derrota do Ceifador, se mudaram para um novo apartamento e Cérbero ganhara um quarto, onde deveria ser uma despensa, pois assim, poderia ficar escondido, quando necessário. Naquela noite, acordou com o barulho da campainha. Não abriu os olhos, mas levantou as orelhas. Pouco depois, a campainha tocara novamente. Aspirou o ar. Cheiro diferente e forte, como se já estivesse dentro do apartamento. O odor era de um homem desconhecido. Seu território estava sendo invadido! Seu protegido estava em perigo! Levantou rapidamente e terminou de abrir a porta de seu quarto, para passar. Ao ver a porta secundária do apartamento aberta e sentir o rastro de odor vindo da cozinha, Cérbero constatou que estava certo. Ao adentrar o cômodo, viu o invasor esperando próximo à abertura para a sala, enquanto ouviu a voz do Ceifador, as rodas da cadeira e os passos de Márcia, recebendo também os cheiros de ambos. O maldito os atacaria de surpresa! Sem conter os instintos, soltou um forte latido e rumou na direção do invasor.

Após desferir o chute, jogando Ceifador ao chão, Kobra se abaixou rapidamente, se virando na direção do enorme dog alemão que saltava sobre ele, preparando para abocanhá-lo. Com um golpe rápido no pescoço, fez o cachorro recuar, apenas para levar mais um golpe contra a mandíbula e terminando com um chute no peito, enquanto Kobra se levantava. Cérbero caíra ganindo, atingido pelos poderosos ataques do invasor. Não conseguia respirar direito e sentia dores terríveis em alguns ossos, tendo dificuldades para mexer a boca. Falhara em sua missão, mas enviara uma mensagem mental para seu mestre, informando-o do ocorrido.

Ceifador caíra no chão com o poderoso golpe que quase o nocauteara. Sabendo que o invasor teria de cuidar do Cérbero, se concentrou em sua invocação. “Vinde à mim, ceifeira de vidas”.

No instante seguinte, uma grande foice com lâmina de metal em cabo de madeira, surgiu como mágica em suas mãos. Após abdicar de seu acesso à Pecadora, a arma pessoal de mestre Asmodeus, a primeira coisa que Ceifador fez foi encontrar uma nova arma para usar. Fora difícil, mas conseguira uma foice como queria. Ergueu-a na direção do invasor, esperando poder atacá-lo desprevenido, como este fizera com ele, mas Cérbero durou poucos segundos. Assim que atacou, de mau jeito por estar caído no chão, sem conseguir se mover, seu alvo se virara rapidamente e aparara o ataque, batendo as mãos nas laterais da lâmina, impedindo-a que lhe alcançasse. Logo depois, chutou o cabo com tamanha força que o quebrou, para então jogar a lâmina para dentro da cozinha, desarmando seu adversário. Kobra então, arrancou a máscara para que o maldito Ceifador visse quem seria seu algoz.

“Devia imaginar que você faria algo do tipo”. Ceifador disse, sem esboçar qualquer surpresa ao ver o rosto do atacante.

“Só quero garantir que a Irmandade tenha um Avatar o mais rápido possível”. Kobra respondeu, sacando sua adaga ritual.

“Ou talvez seja medo que eu o derrote novamente, na próxima competição”.

“Parado! Largue a faca!” Márcia gritou do corredor, apontando uma pistola para Kobra. Depois que vira Ceifador ser jogado longe pelo chute do invasor, ela vencera o medo inicial e correra até o quarto, onde pegou a arma na gaveta do criado-mudo e voltara para defender a si mesma e a seu amado.

“Você e sua maldita arrogância. Vou gostar de matá-lo”. Kobra continuou a conversa com Ceifador, ignorando a mulher que tremia com a arma nas mãos.

“Você pode ter passado a última década se aperfeiçoando para me tomar o cargo, mas eu passei reconstruindo e fortalecendo-o. Morte foi ótimo e, durante sua gestão, a Irmandade foi respeitada, mas eu fui melhor. Você sabe disso. Criei uma lenda em torno de mim mesmo e fiz a Irmandade ser mais que respeitada. Ela passou a ser temida”.

“Parabéns, ‘Avatar’. Vou me esforçar para manter isso”.

“A vida de Avatar dos Pecados não é fácil, Kobra. Você sabe como o Morte terminou e está vendo o que me aconteceu. Com você não será diferente. Está pronto para arriscar e se sacrificar? Está pronto para matar e morrer por este cargo?”

“Eu mandei largar a faca!”

“Com prazer”. Kobra respondeu a ambos os interlocutores calmamente, um milésimo de segundo antes de se mover como um raio e arremessar a adaga na direção da mulher, que caíra para trás, soltando a arma, sem nem mesmo disparar.

Ceifador sabia que, em combate corpo a corpo simples, Kobra era bem melhor que ele. Era um perito em vários estilos de luta desarmada. Seu maior trunfo era a foice, mas seu inimigo teve o cuidado de lhe desarmar assim que a pegara. Debilitado como estava, tinha de contar apenas com sua mente, para usar de forma efetiva os recursos que tinha a seu dispor. E que a sorte estivesse ao seu lado, pois precisaria.

Agradeceu por Márcia tê-lo distraído, mas praguejou quando o viu atacando-a e torceu para que ela estivesse bem, na medida do possível. Se concentrou e forçou sua vontade, para se transportar misticamente, surgindo, no instante seguinte, próximo ao adversário, agarrando-o no pescoço, com o braço esquerdo, para não cair de volta ao chão e acertando-lhe na cabeça com toda a força de seu braço direito, usando o que lhe restara do cabo da foice como bastão. Porém, Kobra revida, usando a mão esquerda para se desvencilhar e o cotovelo direito para desferir um golpe no abdômen desprotegido de seu oponente, terminando por mover o corpo, de forma a arremessá-lo contra a parede.

Ceifador vai ao chão novamente, sentindo os terríveis efeitos do treinamento intensivo de Kobra, que aprendera como canalizar parte da essência infernal que pulsava em sua alma, transmitindo-a de forma daninha para o oponente, através de determinados golpes. Apesar da pele não aparentar nada, a cotovelada trincara-lhe costelas e danificara alguns órgãos internos, fazendo o antigo Avatar dos Pecados se contorcer de dor, diante da morte iminente.

Kobra se dirigiu até seu inimigo caído, pegando-o pelo pescoço e erguendo aquela enorme massa, demonstrando uma força bem maior do que seu físico aparentava. Ceifador se agarrou aos braços de seu algoz, tentando facilitar a respiração, e não pôde deixar de perceber a ironia que o destino lhe reservava, pois estava passando por situações bem semelhantes às que ele mesmo já fizera tantas vezes. Estava sendo atacado por um assassino da Irmandade dos Sete Pecados, sendo derrotado sem conseguir revidar e agora estava sendo erguido pelo pescoço, pouco antes da morte.

De repente, Kobra sente uma pesada pancada na cabeça, fazendo-o soltar o Ceifador e cair no chão, com o impacto. Ainda meio tonto, se virou e viu a vadia que chorava de dor e medo, com uma adaga encravada no ombro esquerdo. Ela recuava amedrontada, enquanto ele se recuperava, vendo no chão o que ela usara para atacar: uma grande garrafa de champagne. Se levantou, ainda meio tonto, e sentiu a visão escurecer por alguns segundos. A vaca pagaria caro. Cambaleou um pouco, antes de se endireitar na direção dela, enquanto planejava prende-la para um futuro estupro e sacrifício em honra à mestra Lillith, para iniciar sua carreira de Avatar dos Pecados.

Com medo de acertar seu amado com um tiro, Márcia ignorou a dor provocada pela adaga encravada fundo em seu ombro e apanhou uma garrafa de champagne próxima à porta do quarto do casal, levantando-a com dificuldade e usando-a como uma maça, contra a cabeça do maldito assassino. Infelizmente, usando apenas o braço direito, não tivera força suficiente para derrubá-lo e agora estava em maus lençóis.

Ceifador estava praticamente derrotado, já aceitando a morte e imaginando os terrores que sofreria no Inferno, quando a imagem de Márcia lutando por sua vida o despertara novamente. Não podia deixar que Kobra tocasse nela. Ignorando as dores e a possibilidade de piorar uma possível hemorragia interna, ele se arrastou até a garrafa que Márcia usara como arma, apanhou-a e arremessou-a contra Kobra, acertando-o nas costas, quase o derrubando.

“Eu ainda estou vivo, seu desgraçado... E pronto pra te dar outra surra... Ou você só tem coragem de bater é em mulheres?” Ceifador disse, com dificuldade.

Kobra se virou por um instante na direção daquele enorme negro caído, depois voltou a olhar para Márcia, que se encolhia contra a parede do fim do corredor. Por fim, olhou para baixo e viu uma pistola caída no chão. Apanhou-a e ergueu-a na direção da mulher. “Vamos acabar logo com isso”.

Porém, antes que pudesse pressionar o gatilho, algo o atingiu pelas costas, fazendo sua expressão mudar. Primeiro, seu braço levantado caiu, enquanto sua mão soltava a arma. Logo depois, foi acompanhado pelos joelhos que cederam e seu corpo foi ao chão, sem qualquer resistência. Márcia percebeu então, o motivo. Encravada na parte de trás da cabeça do Kobra, estava a lâmina da foice de cabo quebrado, que Ceifador re-invocara e arremessara, para impedir que ele disparasse.

“Eu o perguntei se estava disposto a morrer pelo cargo... Você respondeu que sim... Então morra”. Ceifador falou sozinho, ainda com dores e dificuldades, antes de pegar o telefone para pedir ajuda à Irmandade. Precisava de médicos e veterinários.

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Após os cuidados médicos, Ceifador se recuperou rapidamente, enquanto Márcia e, principalmente, Cérbero permaneceram medicados por um bom tempo. A fisioterapia continuava, mas a recuperação total do antigo Avatar ainda parecia distante. Márcia se lembrava do ataque do assassino e pensava se não corriam o risco de um novo ataque. Apesar de Kobra ter motivos pessoais para tal, não devia ser o único a cobiçar o cargo de seu amado. O próprio Carrasco, o assassino da sede de Goiânia, com quem convivera e a quem já seduzira certa vez, mostrara abertamente seu interesse.

Ponderou melhor, chegando à conclusão de que não poderia esperar por menos. Em uma seita de adoradores de demônios, onde se cultuavam os sete pecados capitais, entre eles, inveja e cobiça, seria normal coisas como traição. Especialmente entre aqueles que cresceram dentro da seita, criados para serem assassinos frios e inescrupulosos. Com certeza, haveria outros como Kobra. A Irmandade era um verdadeiro ninho de Kobras.

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Contaram-lhe que seu mestre morrera durante uma missão para a Irmandade. Não se surpreendera com a notícia de sua morte, mas sim, com a notícia de uma missão. Kobra sempre lhe dizia quando faria algum trabalho para a seita, se despedindo e o aconselhando, caso não retornasse. Veneno ouvira sobre a derrota do Ceifador, o Avatar dos Pecados. Como ainda era muito novo pra competir, acreditava que seu mestre seria o próximo a ocupar o tão cobiçado cargo. De repente, Kobra morre em uma missão, da qual ele não sabia. Veneno era um garoto esperto. Havia alguma coisa errada nesta história e, um dia, descobriria. Até lá, tinha de tomar cuidado para não terminar como seu mestre. Assim que ficou sozinho, deixou que escorressem algumas lágrimas, mas não muitas. Não era certo chorar.
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Mensagempor Elara em 27 Mar 2008, 09:45

(Teclado desconfigurado)

Bem, na segunda parte ele náo parece tanto mais com Jack Bauer. Mas vamos ao que me fez ter esta impressáo

1. Kobra eh um ''agente''. Bauer tb.
2. Físico atlético em ambos, apesar da idade.
3. Furtividade 5

Esperava mais de Cérbero.

Chero.
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Mensagempor Lady Draconnasti em 27 Mar 2008, 13:06

Cérbero fez um bom papel como bicho de estimação. =P

Mas como alguém permite um dog alemão dentro de um apartamento? o.O

Sério.
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Mensagempor Gehenna em 27 Mar 2008, 13:36

Huahuahuahua, o físico atlético de Kobra, apesar da idade, é devido à Pactos com os Pecados, para não envelhecer. A imortalidade é cara, mas muitos estão dispostos a pagar.

Contra um outro humano qualquer, Cérbero seria mais útil, mas não contra o Kobra. E, apesar de ser um cão de guarda, não diria q esta é a real utilidade dele.

Ceifador é bastante persuasivo quanto ao tratamento de seu cachorro. E como Cérbero é racional, faz suas necessidades sempre no mesmo lugar e não late por qualquer coisa. Sendo assim, fica difícil argumentar contra ele.
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Mensagempor Lobo_Branco em 30 Mar 2008, 14:03

Huahuahuahua, o físico atlético de Kobra, apesar da idade, é devido à Pactos com os Pecados, para não envelhecer. A imortalidade é cara, mas muitos estão dispostos a pagar.


Eu me impressiono com a burrice desses adeptos q querem ser imortais. Eles sabem q ñ podem morrer pelo passar de anos, nem por doenças, então, ao invés de ficarem curtindo uma vidinha mansa no interior, arriscam o próprio pescoço contra monstros, sabendo que irão ter a danação eterna depois. Eta povinho burro..hahaha
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