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Mensagempor Lobo_Branco em 28 Ago 2007, 12:38

Por volta de dois anos atrás, eu escrevi e postei um conto envolvendo aspectos da mitologia nórdica. Recebi criticas muito boas a respeito do conto, o que me levou a levantar a hipótese de fazer uma continuação, já que ele meio que deixava espaço para tal.

No inicio desse ano, resolvi faze-lo, juntamente com a ânsia de escrever algo realmente longo, apesar de estar demorando, meu intento está se concretizando.

Paradoxalmente, apesar de querer escrever algo épico de muitas paginas, as partes do conto são pequenas - algo anormal as minhas práticas de escrever partes grandes de no mínimo 8 paginas.

Atualmente, já tenho escrito 28 partes, que pretendo postar uma por semana, as vezes mais.

Para relembrar dos texto aos antigos leitores, e para conhecimento dos novos, repostarei "Encontros", que serve como um prólogo do mesmo. Espero que desfrutem da leitura, e não se acanhem quanto a criticas, sem elas é impossível evoluir. Abraços!

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Por

Breno Pascal de L. Brito


Prólogo:


Encontros



A noite já se encontrava presente, nuvens densas e escuras tampavam o céu tornando tudo um verdadeiro breu. Para aqueles que possuem bons olhos tornava-se possível ver uma figura deveras singular subindo lentamente a colina tingida de branco pela neve, um homem mais alto do que qualquer outro.

Media em torno de dois metros e trinta centímetros, envolto numa grande capa de pele, seus cabelos rubros misturavam-se ao pelo da capa, seus olhos brilhavam como os de um lobo e em sua mão ele carregava uma enorme lança com a pele de um lobo amarrada na extremidade.

Logo ele estava no cume. Olhando todo o vale abaixo dele, de lá se via bosques e um caudaloso e gelado rio cortando a planície; na sua margem se encontrava uma pequena vila, algo em torno de 15 casas, todas grandes o suficiente para caber por volta de 30 homens adultos de bom porte, isso os colocando lado-a-lado.

Num movimento brusco, o homem cravou sua lança no alto, a fixando firmemente, ainda encarando a vila, em busca de possíveis batedores ou vigias, quando foi surpreendido por uma voz de um velho cansado:

— Hadagash meu filho, achas mesmo que é prudente colocar de aviso teu estandarte?

Soltando um leve suspiro, Hadagash voltou-se para o homem, agora ao seu lado, um velho, curvado pelo peso da própria idade se apoiando num cajado rústico, com olhos ainda com um brilho infantil porém transbordando do mais profundo saber. Com um tom respeitoso, mas impregnado de autoridade e força, as palavras saíram de Hadagash:

—Meu bom bruxo quiçá meu bom amigo, esperava de ti o mais profundo conhecimento sobre meus atos, e cá estamos nós, estando vossa mercê a indagar as cousas que venho a realizar.

—Sabes quantas vidas se perderão ao negares a investida sobre a sombra da surpresa meu bom filho?

—Sim, mas devo fazê-lo da mesma forma, pois todos aqueles que me seguem sabem os riscos que correm por fazê-lo. Darei tempo para a vila preparar seus homens e botar a correr tuas crianças, mulheres e velhos, pois não há honra em atacar aqueles que dormem e aqueles que não lutam . A glória desse tipo de carnificina é vazia e vil.

_Digo-te não! Reservo-me o direito da glória de trazer a morte aos meus inimigos preparados, sem crianças para atormentar-lhes a mente e gritos de mulheres a queimar para tirar sua atenção do combate iminente. Será o último embate dessa minha longa empreitada e juro-te meu bom amigo, há de ser magnífico e imortalizado nos lábios dos mais hábeis bardos e trovadores.

Com essas palavras o gigante deu-lhe as costas, descendo a colina em direção ao seu acampamento. Via-se o nervosismo que precede a batalha estampado no rosto de cada guerreiro que lhe acompanhava; então pôde sentir o ar se eletrizar e a satisfação de uma grande batalha por vir, se revelando em um franco sorriso, sorriso este que serviu para acalmar o coração de alguns jovens e preocupar outros mais veteranos.


(...)




Em plena revista do contingente, se ouviram os gritos e murmúrios dos homens. A confusão crescente levou Hadagash a se voltar para trás e ver dois Jöttin vindo até eles, estavam desarmados e com os escudos virados em sinal de paz, traziam também o estandarte que fora colocado no alto da colina, a pele do lobo agora suja e escarrada fora lançada aos pés dos homens.

O mais alto e grotesco dos Jöttin se pronunciou numa língua indecifrável, algo que misturava o arcaico dialeto das ilhas ao norte com rugidos e grunhidos, o outro gigante que lhe acompanhava traduzia aquilo com desprezo e em um sério tom de ameaça:

—Macacos róseos, meu senhor Gjork está a perguntar quem fala por esse bando de cães sarnentos que ousa trazer vos tão longe e sujar suas imaculadas terras.

Saindo do meio dos seus homens com passos firmes, Hadagash se prostrou frente ao enorme Gjork, que fazia até mesmo Hadagash parecer um anão, e com um tom calmo e impregnado de desafio respondeu:

—Eu respondo pelos atos e por todos esses homens, gigante. – enquanto falava, ele tinha os olhos avaliando Gjork e era avaliado por este, então o ultimo grunhiu mais algumas palavras, que assim foram traduzidas:

—Quem es tu cão?

—Sou Hadagash Yggdresson, Konungr dos Vanir-Aesires, aquele que traz morte e medo aos de tua raça, aquele que vem do sul para tomar tuas paragens. Sou conhecido entre os teus como “Aquele que cavalga a tempestade” e escolhi os vales rochosos a um vôo de águia como o mais novo limite do meu hoje vasto reino. – as palavras fizeram o sangue do tradutor gelar e o Gjork olhar para Hadagash com respeito. – E para provar que sou um ser piedoso, darei a vós até o sol alto para fugirem como maricas que são e deixarem apenas teu fétido cheiro para trás, e, quem sabe tuas, horrendas mulheres para sentirem o ferro dos meus homens e ganirem como cadelas.

Por uma vez mais os olhos de Gjork e Hadagash se encontram e ali eles travaram a primeira batalha, um embate épico de vontades férreas. Vendo que nenhum desistiria daquilo e o tempo era escasso, com uma forte escarrada Gjork sujou a face de Hadagash e se retirou, e quando já estavam longe de possíveis setas Hadagash lhe gritou:

—Espero que não sejas um biltre cobarde, Gjork de Nidhelm, pois irei encontra-te no campo de batalha e te farei a barba rente ao teu pescoço, e me serás eternamente grato por livrar-te do peso inútil que carregas sobre os ombros – e em meio a urros de aprovação de seus homens, Hadagash deu as costas aos Jöttin voltando aos seus interrompidos afazeres.


(...)



Então só se ouvia o som de gritos de fúria, de carne sendo dilacerada e de metal contra metal.

Apesar da vantagem física dos Jöttin e deles terem se preparado para esse embate, não só a vantagem numérica dos homens como as táticas apresentadas e constantemente renovadas de Hadagash faziam-nos ganhar mais e mais terreno. Metade dos guerreiros Jöttin estava morta ou gravemente ferida e Hadagash estava frente a uma pilha de corpos, abrindo caminho até Gjork, o maior e melhor guerreiro entre os Jöttins.

Num movimento rápido, a espada de Hadagash descreveu um arco no céu parando bruscamente no escudo de Gjork, que revidou o ataque com uma machadada defendida próximo ao pescoço por Hadagash. A batalha parecia extremamente injusta; era como ver um homem feito lutar contra uma criança de 8 anos de idade, mas por mais fortes e brutais que fossem os golpes de Gjork, Hadagash conseguia apará-los, ora com a lâmina, ora com o escudo, mostrando ter tanta força quanto o gigante.

A fúria do combate fizera com que se abrisse um círculo ao redor deles; para ambos todo o resto tinha desaparecido, para cada um existia apenas o outro e a vontade indomável de exterminá-lo.

Para cada espadada de Hadagash havia um movimento rápido de Gjork para pará-la com o machado.

Da mesma forma o Jöttin via que era virtualmente impossível acertar Hadagash, pois ou ele aparava o ataque com sua espada ou escudo, ou se desviava dos ataques com breves esquivas laterais.

Um grande ataque de Gjork, um arco ascendente da esquerda para direita acertou o escudo de Hadagash em cheio, arremessando-o alguns metros com o escudo partido em dois.

A queda fora brusca, e antes de se levantar Gjork já estava em cima dele desferindo pesadas machadadas, dificilmente defendidas agora apenas pela espada.

O humano a todo custo tentava sair de baixo do gigante, girar para os lados e poder se levantar, porém Gjork não estava disposto a perder aquela vantagem, atacava com mais e mais fúria; babava e grunhia a cada machadada.

Hadagash tentava achar um meio de se levantar, se arrastando de costas no chão, defendendo desesperadamente cada ataque de seu algoz, se enfiando então sob um Jöttin morto o usando de escudo e levantando com ele, empurrando Gjork. Ganhou distância com um salto para trás e mais uma vez eles se encararam, arfando, avaliando as possibilidades de atravessar a defesa do outro.

Então Gjork tentou mais uma vez um ataque forte, desta vez um ataque descendente, em meio a um grito feroz e animalesco. Hadagash aproveitou o momento e sua estatura menor que o Gigante, abaixou-se um pouco e desferiu um único e poderoso golpe da esquerda para a direita contra a perna do inimigo.

O golpe foi na altura do joelho, forte o suficiente para decepar ambos, ignorando a pele, ossos e nervos, Gjork caiu para frente urrando. Passou por cima de Hadagash o sujando com seu pérfido sangue, caindo por terra pesadamente, fazendo um pequeno estrondo, seus gritos de dor pararam por um breve momento a batalha, e logo seus olhos estavam em cima de seu executor. Com olhos lacrimejando ele balbucia algo para o homem, que o decapita sem piedade.


(...)



Tudo terminara. Só se viam corpos e sangue por todo o lado. Os Jöttin foram derrotados e suas casas estavam sendo pilhadas, assim como seus corpos.

Sentado sobre uma rocha estava o grande general que tornou possível essa conquista; à sua frente estava a enorme cabeça de Gjork. O olhar de Hadagash se encontrava nostálgico, não havia mais da alegria e ansiedade que possuía horas antes, suas medidas se tornaram distantes e apáticas desde a morte do Jöttin, encontrava-se perdido em um mundo distante e desconhecido para todos, talvez até mesmo para os seus deuses.

Seus homens, os poucos que sobreviveram, estavam felizes, bêbados, urrando e pilhando. Frente a essa alegria Hadagash era um alienígena. Muitos depois comentaram essa atitude como uma forma que o grande líder tem de desprezar e humilhar seus seguidores, mas não ali nem agora.

Mais uma vez como se do nada uma voz aparece para tirar Hadagash do seu mundo, uma voz cansada:

— Então meu filho, enquanto outros festejam e bebem, tu te perdes em lamentos e nostalgia?

— O que esperavas de minha pessoa, meu bom amigo? A peleja há muito acabou, não há mais o que se fazer aqui, não para mim.

O velho apenas o encarava e balançava lentamente a cabeça, andando em meio aos corpos, indo em direção a neblina que vinha do rio.

— Sabes Hadagash, há o que se fazer aqui ainda, algo importante, que mesmo um asno fétido como tu tem a capacidade de fazer. Não deves lamentar o apego à vida de outrem, isso não é cobardia, meu ignóbil amigo.

—Mas não é coragem, pensei que ele era alguém valoroso o suficiente para poder possivelmente vir a tirar minha vida em combate justo, mas se humilhou pedindo misericórdia. – essas palavras soaram com profundo rancor, sendo seguidas de um violento chute na cabeça de Gjork; chute este que a arremessou longe. O velho feiticeiro já tinha sumido entre as neblinas, e Hadagash mais uma vez se encontrava sozinho.

Talvez movido pela ânsia de não se perder em pensamentos inúteis ou pela vontade dos seus deuses, Hadagash começara a caminha lentamente em direção a uma das casas ainda inteiras. As chamas pareciam não querer queimar aquela casa, e algo atraía Hadagash para lá; ele podia ver pela janela esfumaçada um leve movimento, talvez um Jöttin remanescente que em desespero se mostrasse uma diversão única.

Ao adentrar a casa perdida em fumaça ele pôde ouvir alguns gritos. Um dos seus homens segurava alguém pelo braço, nem de longe era um gigante, nem mesmo tinha porte de ser um homem; era uma mulher, uma mulher de corpo obeso, e cabelos loiros longos.

Suja de lama e fuligem, ela se debatia enquanto o homem tentava dominá-la; talvez a índole dele ou a bebida ou quem sabe a necessidade de se encontrar com uma mulher depois de tanto tempo em campanha, mas ela não se mostrava solidária às necessidades do homem e o atacava de todas as formas, ao ponto dele perder a cabeça e esfaqueá-la ao peito inúmeras vezes até ela cair. Utilizando seus últimos esforços para tentar alcançar um quarto qualquer de onde então se pode ouvir um choro de criança. O homem adentrou o mesmo meio que cambaleante, seguido por Hadagash, e eles puderam ver um bebê, um ser de pele branca, maior que um bebê humano e menor que um gigante, um híbrido que estava sendo amaldiçoado pelo homem, que o mataria com certeza se não sentisse o toque gélido da lâmina de Hadagash contra sua nuca.

—Cão, permito que sejas um biltre e violente mulheres quiçá as mate, mas o que pretendes quanto a esse infante?

—Meu senhor, é uma cria de Jöttin, merece ser tratada como qualquer outro de mesmo sangue!

—Digo-te que não, ser vil, pois esse pequeno também tem sangue de Vanir-Aesires, pois do contrário os deuses não me levariam a presenciar tua cobardia. Partas daqui e manterá tua cabeça sobre os ombros!!

O pobre homem fez uma vênia e se afastou, murmurando algo sobre a confiabilidade do Konungr aos de sua raça, algo que não deveria ser feito, pois num rápido sibilo ele teve sua cabeça separada dos ombros. O barulho da carne sendo cortada e o espirro do sangue sobre o bebê o fez calar e sorrir, Hadagash o pegará pelo pé, o deixando de ponta cabeça, virá nele a marca da realeza Jöttin. Deveria ser um dos tão falados bastardos híbridos do Konungr dos Gigantes.

Ponderava sobre o quão sábio era deixar aquela criança viva; as lendas diziam que um nascido de inimigos traz azar e mau agouro para aqueles que o criam. O erguendo até seus olhos, encarou os olhos do infante e viu-se refletido neles, o pequeno sorria e tentava pegar no rosto daquele seu possível executor, mas então uma risada gutural sai de Hadagash, que embala o pequeno em sua capa e cospe ao chão para afastar os maus agouros.

—Ouça infante, a partir de hoje serás conhecido como Fangral Hadagashson, aquele que não teme a morte e quiçá um dia meu mais novo filho, tu ou teu irmão Sleipnir possas sanar a ânsia que teu pai tem por batalhas realmente grandiosas. – naquela noite se pôde ouvir Hadagash gargalhar e contar histórias para seus homens e especialmente para seu mais novo filho, aquele que viria a se tornar um dos melhores guerreiros daquelas e de outras paragens.


(...)
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Mensagempor Lady Draconnasti em 28 Ago 2007, 15:14

Ok, agora eu já sei com quem Fangral aprendeu maus modos XD

Lobinho, Lobinho, agora que começou a postar, é bom você dar um jeito de terminar logo a história, para que ela não sofra atrazos por aqui. Seus leitores não vão querer esperar muito para ler partes desse épico... XD
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Mensagempor Tupac amaru em 28 Ago 2007, 20:18

Eu sou suspeito de falar.
Primeiro pq sou fâ de carteirinha de seus contos e não é de hoje,segundo pq hadagash ja é de casa,ele fangral e CIA.
Eu ja havia lido esse conto e ja li os acontecimentos futuros eu so tenho a dizer duas coisas.
parabens pelo conto,pois esta realmente bom,seu estilo me lembra o de Bernard Cornowel,porém eu sei que o SR é muito enrolado,por isso posta logo a continuação.

obs: FAZ UM BLOG POHAAA!
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Mensagempor Lobo_Branco em 28 Ago 2007, 22:08

Lady

Bem Nasti, os leitores não ficarão sem partes, pelo menos uns 5 meses eu tenho como "agarantir".Depois só Jah sabe o que será.

Bem, Fangral tinha que puxar alguem, afinal, ele é um gigante e bárbaro. hahaha

Tupac

Muito tempo que num "ouvia" um coment seu. Bem, vc conhece apenas umas 15 paginas a mais do futuro, eu já tenho umas cinco vezes isso. hahahaha

Essas comparações com grandes escritores me encabula :ops:

E o pior, nem sei se a longo prazo isso é realmente bom.

Abraços!
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Mensagempor Dahak em 30 Ago 2007, 00:38

Lobo, cá estou como prometido ;)

Bom, devo começar dizendo que apesar de envolvente, cansa ler tanto no PC. Uma divisão viria a calhar para chamar mais visitantes, mais leitores, saca?
Particularmente eu não tenho tanto problema com isso porque já é costume, mas para angariar novos leitores é sempre bom facilitar um pouco =P

Sua habilidade como contador de histórias é visível. Parece um bom bardo!
Mas creio que em alguns aspectos estruturais e gramaticais você poderia melhorar um pouco. Claro, a mensagem, o conteúdo é o primordial, mas uma boa apresentação e estruturação são igualmente importantes, de forma que andam de mãos dadas para dar aquela harmonia.

Ah, outra coisa: utlize mais pronomes.
Gjork foi escrito um sem número de vezes, por exemplo. E alguns pronomes sempre caem bem ;)

Desculpe a chatice, mas são alguns pontos que acho que você tem um grande campo de crescimento.


Abraço!


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Mensagempor Lobo_Branco em 31 Ago 2007, 10:59

Dahak,

Como vais ver, as partes posteriores são bem diminutas. Essa ai foi grande e sem divisões por que a escrevi p/ ser algo "unico" com inicio, meio e fim. Acredito que as partes atuais se encontrem com menos erros gramáticais, já que acredito que melhorei nesses últimos dois anos.

Me neguei a mexer muito nesse texto, temendo mudar algo realmente substancial. E concordo que ele possa vim a se tornar cansativo. Espero que os vindouros não sofram desse mal.

Iria esperar uma semana, mais por enquanto dá para manter o ritmo de mais de uma parte por semana. Aguardo as criticas. Boa leitura e Abraços!

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Parte I



Sentado sobre um amontoado de pedras, que formava um trono, estava um homem envolto numa grossa manta de peles de lobo. Seus cabelos ruivos, apresentavam boa parte de suas mechas já grisalhas, assim como a barba que findava em uma grande trança caindo sobre o peito. Sua fronte carrancuda, escondia dois olhos fundos, donos de um olhar mais frio que o inverno que assolava aquela paragem desértica.

Suas mãos sobre os descanso do “trono”, apertavam a rocha de forma inconsciente. O forte vento frio que fazia o cabelo do homem esvoaçar, parecia não incomodá-lo, apesar de ser responsável por ondas gigantescas.

Encarando o horizonte distante, há tanto tempo que um visitante poderia confundir com uma estatua do rei daquelas paragens.

O barulho das ondas, o relinchar distante de sua montaria, o frio que precede a neve que começava a cair em pequenos flocos, nada disso parecia tirar o gigante de seu profundo pesar.

- Mais uma vez estas a lamentar aquilo que é e aquilo que virá a ser, meu senhor. - uma voz rouca pode ser ouvida de trás do trono.

Como se fosse uma aparição, o velho surgiu, trajando uma túnica surrada. Sua cabeça calva e sua longa barba argenta, davam-lhe um ar de sábio. Seus olhos azuis, diferentes dos do homem a quem se dirigiam, eram dotados de um brilho digno da curiosidade infantil. Com dificuldade ele se dirigia, apoiado num velho cajado de carvalho, curvado sobre o peso de sua idade para o lado do homem sentado.

- O que observas no mar, meu filho? - sua voz mansa, porém, com certa autoridade - Mais uma vez esperas por novidades vindas do outro lado? Mais uma vez tua vida e tuas obrigações o cansaram?

Com um suspiro o homem juntou suas mãos sobre o colo, sem desviar os olhos do horizonte.

- Tudo me cansa velho. Desde o fim da expansão pelos territórios dos Jönttin, desde que eu uni os clãs sobre minha liderança, tudo não passas de adulações e artimanhas políticas. Nasci para conquistar, não para morrer sentado numa cadeira no alto de um forte.

O velho sorri frente à revolta do homem, ele ouvia esse tipo de reclamação desde a infância do ruivo. E ouviria até o mais amargo fim, sobre a lama e sob a chuva.

- Mais uma vez, tu reclamas da paz. Nunca crescerá alem desse ponto, Hadagash. Deves aceitar a paz, como uma parte integrante da vida.

-Paz?! Viver em paz não é viver, velho! - Hadagash levantara-se de supetão. Sua face ruborizada, suas mãos cerradas, os olhos agressivos em direção ao velho, que pela estatura do ruivo, parecia uma criança - Que a paz beije os pés das mulheres e lamba as costas dos infantes, porém ela nunca encontrará abrigo sob o meu peito! Recuso-me a morrer como um invalido e amaldiçôo os deuses por não me darem um desafio digno!

O velho ria da fúria do guerreiro, não demonstrava o menor receio de zombar de um homem que poderia parti-lo como a um graveto.

- Tu amaldiçoas aquilo que não podes amaldiçoar. Tua raiva não passas de uma birra infantil que lhe diminui frente aos verdadeiros Poderosos. Tuas habilidades não são nada, Hadagash, nunca foram. Vangloria-te daquilo que era tua obrigação realizar, e agora, com a insolência de um infante, procuras erguer o que teus ombros não sustentam, morder o que não cabes em tua boca. - o velho sorria com desdém do homem a sua frente, encarando seus olhos, o diminuindo como ninguém nunca tinha feito. - Queres provar ser grande, então vague pela trilha dos mortos, devore o coração do defunto, veja o beijo das gêmeas de cabelos de prata e descanse sobre a lança do rei. Se enforque no freixo da vida e veja teu sangue escorrer pela seta dos homens, deixe de ver para poder enxergar e ganhe a verdadeira sabedoria!

O velho pigarreou, dando as costas ao homem.

- Só então tenhas a audácia de amaldiçoar Aqueles que te fizeram, Aqueles que te guiaram e que Podem te destruir.

Hadagash pensou em protestar de alguma forma, afinal aquilo não passava de frases que ele tinha ouvido há muito tempo de estranhos. Porém, mais uma vez ele estava sozinho na praia, a neve já caia fortemente.

Com um soco ele desmontou parte do encosto do trono. Seus passos foram pesados até sua montaria, um gigantesco cavalo de guerra. Acalmou-se antes de montar em seu antigo companheiro.

Então como um louco, iniciou seu galope pela praia, cruzando depois o pequeno bosque que margeava a mesma.


(...)
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Mensagempor Lobo_Branco em 04 Set 2007, 22:25

Por enquanto 'tá dando p/ manter o ritmo de duas por semana. Logo deve diminuir. Abraços!

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Parte II


Ela corria desesperada pelos caminhos tortuosos do bosque. Árvores e raízes impediam seu avanço, pelo menos um avanço tão veloz quanto a pequena esperava conseguir. Seu coração batia freneticamente em seu peito, o ar faltava em seus pulmões.

Se pudesse, lamentaria ter deixado sua família com medo dos latidos e urros daqueles seres estranhos.

Agora fazia tudo que podia, corria pela sua vida, desviando de troncos caídos, raízes altas.

Fora alvejada em meio a um salto.

Uma seta certeira atingiu seu longo pescoço, atravessando a resistência do couro e músculos, partindo ligamentos e danificando ossos.

A pequena corsa caiu sentindo o gosto de seu sangue, e por alguns segundos ela ainda tremeu no chão molhado, antes de parar sem vida.

Pouco depois a sombra do caçador estava sobre ela. Um homem alto, de longos cabelos negros, olhos cinzas, trajando uma bela manta de lã, vermelha, com o arco na mão e a aljava presa a cintura. Em sua face, abaixo do olho direito, havia a tatuagem do Lobo, o símbolo do reino e de seu clã e na parte esquerda de sua face, começando sobre o olho e indo até próximo a boca, havia uma serpente-dragão, simbolizando sabedoria e poder.

Ele abaixou próximo ao animal morto, retirando a seta, com um sorriso sádico em seus lábios. Seu porte de fidalgo e sua bela aparência, davam-lhe um certo ar divino.

Logo seu cão-lobo estava ao seu lado, sendo acompanhado com o barulho do grupo de caça. O homem afastava, sendo seguido por seu animal.

Uma risada grotesca o fez voltar-se ao grupo de caçadores que estava surgindo aos poucos. Uma risada que precedia a chegada do maior homem do reino. Um ser de aproximadamente dois metros e meio, dono de uma pele alva, cabelos tão loiros que confundiam com o branco de sua pele, olhos de um azul cristalino. Ombros largos e torso forte. Em sua face ele tinha também a tatuagem do Lobo, assim como varias outras tatuagens rúnicas, de animais e de arvores em seu torso e braços.

- Conseguiste mais uma vez irmão. Acredito que sejas asnice de minha parte continuar desafiando a ti, para essas caçadas. - disse o gigante com voz mansa, porém grave.

- Bem, é isso que asnos fazem e tu, Fangral, o Puro, és o Jarl entre os asnos. - ironizou o moreno, enquanto dava as costas - Deve-me mais uma, “irmão”, pensarei em algo que tu deverás fazer para pagar-me. - ao mencionar o gigante como irmão, o homem disse com certo cinismo.

Eles estavam em meio à cavalgada para o retorno a sua vila, quando ouviram os três toques da trombeta, toques que serviam para anunciar o retorno do Konungr.

Antes mesmo de saírem, um mensageiro esbaforido, parou a comitiva, dizendo que o Konungr havia urgência para que seus Jarls, incluindo seus dois filhos, se fizessem presentes ao local principal de seu forte.

A cavalgada simples e tranqüila, logo se tornou um galope, para responder ao clamor de seu rei.

Os cavaleiros cortaram a vila com grandes casas de madeira e palha, algumas com a base firmada com rochas escuras. As pessoas observavam a comitiva passar por eles, com os rostos sérios. À frente da mesma, estavam os dois filhos de Hadagash.

A vila era grande para os padrões daquele povo. Mais de 30 casas, cada qual com seu clã, de 10 a 20 pessoas. Tinha mais de um armazém comunal, uma grande quantidade de animais leiteiros, e ao longe podia se ver a área de cultivo, tanto a do Konungr, quanto à da vila. As casas estavam situadas ao redor de um morro, e ia subindo a encosta, um pouco íngreme, de acordo com a função dos homens que as habitava.

Há alguns metros da base do morro, distando da primeira casa cerca de 20 metros, estava uma muralha, feita de madeiras de carvalho, com uns oito metros de altura, sem muitas falhas. Há 10 metros do topo da inclinação havia uma barricada, com em torno de um metro e meio, feita de pedra, fixada com barro.

No topo da colina estava a casa fortificada de Hadagash, o Konungr dos Vanir-Aesires. Era algo colossal.

Tomava quase o topo inteiro do morro, quase o tamanho de três das outras casas. Tinha as paredes reforçadas com rochas, e as vigas de madeira que faziam a parede propriamente dita eram justas entre si. Estendia para o céu como nenhuma outra, tendo mais de dois andares. Nas pontas do teto havia estátuas de deuses, assim como logo à frente da casa. O grande Lobo Chifrudo, o senhor dos mortos e das tempestades, era o protetor da casa. Infelizmente a estátua encontrava-se em pedaços, cercada, há uma distancia segura, de curiosos incrédulos.

À frente da casa, sentado sobre o que era a cabeça do deus, estava o irado Hadagash, observando o ritmo da vila, e a chegada de seus Jarls. À frente dois passos dele estava uma das mais belas mulheres já vista.

Altiva, de porte nobre, olhos cinzas, pele alva, longos cabelos negros, caídos pelo seu busto numa bela e enfeitada trança. Trajava um vestido azul e uma longa túnica verde-musgo. A idade parecia não ter efeito sobre sua pele, e seus lábios finos encontravam-se contraídos em alguma espécie de desgosto imperceptível.

Preso a cintura estava o molho de chaves, em seu pescoço havia um pesado colar de prata, com um belo pingente que lembrava uma lua minguante deitada.

Com passos curtos ela dirigiu-se até a comitiva, que assustada, desmontava com destreza.

Parou frente aos lideres, beijando levemente suas frontes.

- Jarls dessas e d’outras paragens, digo-vos em nome do nosso alto Konungr, devem se dirigir ao Ciclo dos Sábios. Logo mais ao chegar da lua, terá inicio a reunião convocada pelo teu rei e senhor.

Os homens ficaram parados encarando os olhos autoritários da mulher por instantes, ora desviando por segundos para Hadagash. Um a um eles se retiraram, indo em direção a base do morro, atrás da casa.

Ao final, estavam ali, apenas Fangral e Sleipnir, ambos com os olhos sobre o furioso pai. Por duas vezes Fangral tentou aproximar-se do seu Konungr, e em ambas tentativas fora barrado pelo olhar da mulher.

Sleipnir observava aquilo, seus olhos brilhavam com uma fúria muda. Imaginava o que estava para acontecer. Com uma vênia despediu-se da mãe, seguindo em direção do local da reunião.

Por muito tempo Fangral manteve-se parado, até dar uma gargalhada, acompanhada de um breve sorriso da mulher. Depois ele girou nos calcanhares e retirou-se da presença dos reis.


(...)
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Mensagempor Dahak em 05 Set 2007, 23:32

Loboooooo
Cá estou!
Um pouco mais tarde do que eu gostaria, mas cá estou!

Vamos lá!

Achei as duas partes melhores que a introdução, lol.
Acho que você conseguiu passar sua mensagem melhor.
Fora que conforme tudo vai se desenrolando (ou ficando mais enrolado), aumenta também a expectativa.

Mas vou pegar no seu pé, ou melhor, no pé da sua gramática.
Claro, não é em toda revisão que conseguimos eliminar os erros ou acertar o que soa estranho. Pode passar desapercebido, mas acho que em caso de dúvidas, devemos sempre optar pelo o que temos certeza, pelo o que é seguro.

O que quero dizer com isso?
Tem algumas passagens que você alterna entre segunda e terceira pessoa e acaba ficando estranho. Aumenta o risco de se atrapalhar e tal
E algumas passagens que você poderia reescrever, não usando a inversão de algumas palavras e tal.
Daria o conselho que ás vezes "menos é mais".
;)

Abraço.


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Mensagempor Tupac amaru em 07 Set 2007, 18:35

Branco,eu ja havia lido essa parte,e como é de costume suas narrações são empolgantes.

So quero fazer duas observações sobre dois personagens,não fui com a cara do Sleipnir ele me lembra muito o Teodoro vc lembra dele? pois eu lembro muito bem daquele sacana.

E a rainha me lembra muito a mulher de leonidas no livro Portões de fogo.
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Mensagempor Lobo_Branco em 09 Set 2007, 14:38

Dahak,

Quem bom que achou que essas duas partes foram melhor que o prólogo. Evolui alguma coisa nesses últimos dois anos. rs

Pode pegar no pé mesmo chefe, de preferência mostrando os erros e como corrigi-los. Só assim irei evoluir mais e mais.

Tupac

Nunca li Portões de Fogo, então, não sei dizer ao certo quão parecidas elas são. A única referência da mulher de Leônidas que eu tenho é da HQ - não conto o filme p/ referência - e ela só aparece em dois quadrinhos.

Sleipnir tem semelhanças com Teodoro, mas acho que Teodoro é mais sacana.


Bem, essa parte é bem curta, assim como haverão outras tão curtas quanto. Logo, posto a parte 4.

Boa leitura e Abraços!

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Parte III



As gargalhadas podiam ser ouvidas a metros de distancia da casa que as pessoas usavam para moer a cevada. Ali também era um dos locais onde os homens se reuniam para beber e jogar.

Em meio aos risos e gritos eufóricos se destacava os do gigante Fangral. Sua voz grave, explodia em gargalhadas intermináveis em meio a batidas de copos contra uma mesa improvisada, antes usada como carroça.

A decisão do Konungr de marchar contra as paragens do oeste, tomar as férteis terras sombrias para o seu povo, agradara a poucos, porém, Fangral era um deles.

Aquelas terras e pântanos ficavam próximos a uma das divisas das terras dos jönttin, e o alvo mestiço queria mais uma vez se colocar a prova contra seus parentes de sangue gelado.

Apesar da diversão, Fangral levantou-se, derrubando a moça que estava sentada em seu colo, e silenciosamente andou para fora da casa. Enquanto passava pelos homens bêbados, estes se silenciavam e observavam a saída do guerreiro.

- Hei Puro, aonde pensas que vais? Está a nos abandonar em meio à comemoração? - grunhiu um dos homens que servia ao Jarl.

- Já retornarei Hoggun, apenas me deu ânsias de ver a lua. - respondeu friamente o gigante, enquanto saia em direção a noite escura.

Fangral andou por metros, como se estivesse perdido, parando próximo a cerca externa da vila. Naquele ponto ele olhou contra o morro e a casa de sua família, com a mão no rosto ele desabou sentado sobre a lama gelada.

- Pai, o que pensas que estas a fazer? Se for uma guerra que queres, não precisa marchar contra teu próprio povo. - Fangral sussurrou à noite suas preocupações, enquanto um vento gélido trazia nuvens carregadas para açoitar aquelas paragens.


(...)
Editado pela última vez por Lobo_Branco em 15 Set 2007, 15:59, em um total de 2 vezes.
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Mensagempor Dahak em 12 Set 2007, 00:05

Bom, vamos lá!

"Em meio aos risos e gritos eufóricos se destacava a do gigante Fangral. Sua voz grave, explodia em gargalhadas intermináveis em meio a batidas de copos contra uma mesa improvisada, a partir de uma velha carroça inutilizada. A decisão do Konungr de marchar contras as paragens do oeste, e tomar as férteis terras sombrias para o seu povo, agradara a poucos, porém, Fangral era um desses poucos."

Ficou mal organizado. Esse eu sugiro que você repense como um todo.
A sensação que tive é que você se atrapalhou com sua própria pontuação, dentre outras coisas.


"Enquanto passava pelos homens bêbados, eles silenciavam e observavam a saída do guerreiro."
Silenciavam a quem?
A eles mesmos?
;)

"Está abandonar-nos em meio à comemoração?"
Nos abandonando.


Tipo, se fosse passar por uma correção incisiva, mais outros pontos poderiam ser colocados. Não necessariamente erros, mas passagens que poderiam ter sido melhor elaboradas.

De modo geral, gostei do andar da carruagem. Aliás, bem levinha essa parte =)

Abraço!



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Mensagempor Gehenna em 12 Set 2007, 11:16

Putz, o início da parte 2 é show, cara. Já te falei isso, mas tenho de repetir. A humanização da corsa foi uma jogada genial.
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Mensagempor Tupac amaru em 13 Set 2007, 19:48

O ritimo do conto contiua na mesma branco,não tenho muita coisa pra acrescentar.

So uma coisinha,vc falou em botar as partes curtas mas eu achei curtas demais,esses contos tão mais curtos que ejaculação precoce.

Abraçãoooo velho e eterno amigo.
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Mensagempor Lobo_Branco em 17 Set 2007, 01:52

Gehenna

É uma das parte que eu mais gosto. Realmente é algo satisfatório ver que eu consegui passar essa impressão.

Mas sei que vc irá gostar mais dessa parte de agora. rs

Dahak

Dei um mexida, uma mudada. Talvez tenha ficado melhor.

Terão mais partes assim, sem acrescentar muito, apenas mostrando mais dos protagonistas. Espero que o nível continue fluindo.

E não se contenha com os comentários - faz muito bem ao escritor aqui.

Tupac

Bem meu querido, terão mais partes assim. Curtinhas, curtinhas. Mas é bom, deixa no quero mais, e vc volta p/ ler.rs

Abraços!

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Parte IV



O sol não seria visto naquele dia. Como para anunciar maus agouros, o céu se encontrava carregado e negro, sendo esporadicamente iluminado por clarões seguidos de trovões ensurdecedores.

As pessoas vagavam silenciosas pelas ruas, buscando fazer seus afazeres diários, encarando silenciosamente a estátua destruída de Ennock, o Lobo da Morte e Senhor do Inverno e das Tempestades.

Com o torso nú, ignorando o vento gélido, Hadagash cortava grandes toras de lenha, com a facilidade que uma criança parte gravetos. Seus longos cabelos ruivos, presos numa trança, voavam ao prazer do vento, enquanto ele realizava aquele serviço braçal, com a mente longe.

- Papai, papai! - uma voz fina, infantil, despertara Hadagash, fazendo-o parar por um breve momento, olhando para trás, vendo uma pequena garota correndo até ele.

A jovem, aparentando ter seus oito anos, de cabelos ruivos como o gigante, olhos azuis, algumas sardas claras, vestido de lã azul. Parou em frente ao seu pai, entre toras cortadas, encarando-o, com os olhos marejados e uma raiva crescente.

- Tu mentiste para mim! Prometeu-me levar ao Vale de Druggbär na primavera, e vais partir! - a garota encarava o pai sem piscar, controlando-se para não deixar as lágrimas escaparem - E o pior, obrigarás Sleipnir e Fangral a te acompanharem, não terei quem me leve, nem quem proteja nossa casa! És um ser vil, papai!

Hadagash observava a audácia da filha, soltando o machado. Ele se agachou, olhando a jovem nos olhos, com um meio sorriso nos lábios, afagou pesadamente a cabeça da filha, que curvara um pouco com o peso da mão do Konungr.

- Fa-lo-ei apenas aquilo que deve ser feito jovem Brunnhild, hora alguma obriguei nenhum dos meus jarls a me acompanhar.

- Obrigaste sim meu senhor, obrigaste! _ gritava a jovem, com a intenção de intimidar o pai _ Os jarls tem as obrigações, e não seria um jarl de nosso clã que se provaria desonrado de ir contra seus juramentos!

- Não devias falar com teu pai assim pequena Brunnhild. - a voz serena e fria da mulher que se aproximava, fez a jovem abaixar a cabeça por um momento, como se avaliasse o que estava fazendo. - Apesar de sermos o que sustenta essas paragens, devemos aceitar e apoiar as decisões de nossos senhores, não foi isso que eu e teu pai lhe ensinamos?

- Sim mamãe, porém ele prometeu! – choramingou a pequena ruiva.

- Garanto-lhe que a promessa de Hadagash é lei minha filha. Agora vá, pois há muito que tecer, e logo, a chuva e a névoa deixará tudo mais difícil de ser realizado.

Com uma vênia para a mulher e outra direcionada ao homem, a garota retirou-se, ainda emburrada com o pai.

- A jovem Brunnhild se revela um tanto geniosa. Tenho pena do marido que eu arranjar a ela. - disse Hadagash, enquanto erguia-se, encarando os frios olhos cinzas de sua esposa.

- Sabes que tua medida não é das mais corretas, não é meu marido? Assim como sabes que desagradar os jarls daquelas paragens pode acarretar em vários problemas, problemas esses não resolvidos pelo fio de um machado.

- Sim Skuld, eu sei. Porém, não ficarei parado enquanto minha vida se esvai, fa-lo-ei aquilo que estou predestinado a fazer. Aumentarei o reino e unificarei mais tribos, e então quando Sleipnir, Fangral ou qualquer outro indicado da vossa família assumir o cargo de Konungr, ele poderá viver uma vida que nem os mortos querem. - a voz fria e imutável do ruivo, soou num tom próximo ao de adulação, enquanto ele dava as costas e mais uma vez pegava seu machado.

- Tu és mais que um rufião que maneja bem armas e homens em uma guerra, Konungr. E há algo a mais que almejas nas terras do oeste, pois já deveria ter aprendido, sei ler teus pensamentos tão bem, quanto tu sabes dás ordens no caos da peleja. – disse firmemente, a altiva mulher.

Hadagash ria ao ouvir a sentença da mulher, deixando o machado cair pesadamente contra uma tora a sua frente, a partindo em duas.

- Sim minha senhora, marcharei pelo oeste, tomarei a Floresta da Noite Eterna e então poderei ir livremente a ilha dos loucos, onde encontrarei Mormmir, o anão. - Hadagash, manteve sua atenção voltada para a madeira cortada. Deitou os olhos sobre a esposa lentamente, apenas para vê-la retornar para casa.

Um clarão seguido de um trovão, emudeceu as palavras da mulher, que já se encontrava passos distantes do marido.

Como se obedecesse ao rugido dos céus, uma tempestade caiu sobre a região, açoitando-a com ventos frios e raios poderosos. Sozinho, mais uma vez, Hadagash perdeu-se em seus pensamentos, enquanto continuava a cortar a lenha.


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Mensagempor Dahak em 17 Set 2007, 11:00

Hun...podexá que não faltarei com comentários ^^"

Tava começando a reler, mas tenho de sair para a facu =/
Outrora teço mais comentários ;)

Abração!

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