por maksimun em 03 Abr 2008, 18:25
Vlw Elara, eu queria tentar postar tudo de uma vez, mas umas idéias mirabolantes foram surgindo e eu acabei por reescrever o conto INTEIRO! Espero que gostem. Aqui vai a segunda parte!
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Parte 2
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Amanhece, é mais um dia! O Sol estava batendo fixo em seu rosto, não havia nuvens no céu. Levantou-se espreguiçando gostoso. Olhou pela janela, viu três passarinhos que cantavam alegremente no galho de uma árvore à frente de sua casa, enquanto o Sol despontava no horizonte. Levantou-se fazendo uma cambalhota, rolamento no chão e por fim ficando em pé esticando-se. Após um breve alongamento, organiza suas coisas sobre a mesa, tudo organizado de forma sucinta e precisa. Seu material impecavelmente catalogado estava pronto para mais uma manhã de aula, precisava se esforçar muito para manter-se na média da universidade.
Estava no terceiro ano de Química numa das maiores universidades do mundo e sabia que não podia vacilar nem um pouco, já havia tirado notas extremamente baixas na primeira e segunda prova, deveria recuperar na terceira e quarta.
Correu pro banheiro, pegou a toalha que estava pendurada no suporte da porta. Estava contente pois seria um dia de atividades físicas e esportivas, adorava o calor humano, o contato com outras pessoas e principalmente, iria encontrar alguém a qual admirava demais, pois teriam a mesma aula.
Arrumou-se com sua calça jeans e camisa No Stress, pegou seu material, separados previamente dentro de uma mochila, e pôs-se a correr para a universidade. Como não tinha tomado café, resolveu parar numa panificadora para comprar um Donuts e um suco de laranja. Enquanto comia folheava o livro que alugara da biblioteca:
"A ciência química surge no século XVII a partir dos estudos de alquimia populares entre muitos dos cientistas da época. Considera-se que os princípios básicos da química se recolhem pela primeira vez na obra do cientista britânico Robert Boyle: The Sceptical Chymist (1661). A química, como tal, começa um século mais tarde com os trabalhos do francês Antoine Lavoisier e suas descobertas em relação ao oxigênio, à lei da conservação da massa e à refutação da teoria do flogisto como teoria da combustão."
"Hum, alquimia... queria que eles não tivessem desistido de seus sonhos. Será que é possível criar a pedra filosofal?", Parou para pensar uns instantes. Dispersou seu pensamento lembrando-se de uma frase célebre de Lavoisier: "Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". "Ele deveria ter sido um ótimo cozinheiro", pensa, rindo para si mesma, enquanto come. E continuou a leitura:
"Um ponto crucial no desenvolvimento da química como ciência foi a racionalização dos conhecimentos empíricos obtidos, procurando criar leis racionais e simplificar de forma coerente as informações obtidas. O principio de conservação da massa e o entendimento da influência da composição da atmosfera nos experimentos, ambos amplamente disseminados a partir dos trabalhos de A. Lavoisier no final do século XVIII, permitiram que os experimentos se tornassem cada vez mais rigorosos e precisos, em oposição ao caráter qualitativo das experimentações alquimistas.
A partir desse momento, a medição de massas assume um caráter fundamental na história da química, tendo sido esse o principal impulsor para o desenvolvimento da balança a partir da época de Lavoisier, tendo ele próprio construído os equipamentos mais precisos desse período..."
Acabou de comer seu donut. Paga e põe-se a correr para universidade. Chegando ao campus, procura logo pela garota a qual lhe inspira e lhe fascina a cada aula, não conseguia lembrar-se do nome dela, tinha uma memória muito ruim para nomes. Procurou por todos os 'grupos sociais' que haviam, não a encontrou. De repente a campa toca lá longe, tem que ir para a sala.
Correndo e topando rapidamente entre os demais alunos do campus, chega à sala de aula, pega a última carteira mais próxima à janela e fica inclinada balançando esperando pelos demais alunos entrarem.
Ela observa um a um a entrada dos demais alunos: Willian, o chato; Tânya, a metida; Charlles, o nerd, poderia colocar rótulos em todos eles facilmente bastava um tempo mínimo com a pessoa para saber qual seria seu apelido. Era boa em observar e associar as coisas (embora tivesse dificuldade com os nomes). O relógio marcava na parede oito horas de dois minutos, a estudante entra: calça jeans e camisa rosada. Era ela, lembrou-se do nome: Naomi. Quis chama-la para sentar ao seu lado, porém ela sentou-se logo na carteira oposta da sala e ficou de cabeça baixa até a chegada do professor.
O tarado entra, sim, este é a característica deste professor, ele fica olhando descaradamente para Naomi. Dez e vinte, o professor faz uma pergunta impossível para um ser humano comum responder, quando ele perguntou, rapidamente ela tenta pegar o livro de cálculo para procurar a resposta antes que Naomi falasse. Para espanto de todos, ela respondeu antes que sequer achasse a página do capítulo referente à resposta no livro e ainda falou as páginas e o parágrafo corretamente.
Seu espanto só não era maior que sua admiração por Naomi. "Senhorita Kely.", chama o professor. Kely olha assustada. "Em que implica a Fatoração completa". Kely olha pro lado, olha para o outro, coça a cabeça. "Valendo Um ponto e meio para sua prova". Ela começa a suar, os demais alunos começam a dar risadinhas ridículas e provocativas. Alguém fala: "Implica na união de todos os métodos de fatoração de polinômios para tornar um polinômio fatorado ao máximo, ou seja, que não pode ser mais fatorado. Alguns polinômios não podem ser fatorados normalmente, estes são chamados de polinômios irredutíveis". Naomi levanta-se e fala: "Vou ao banheiro".
A aula continua sem mais perguntas aos alunos.
A campa toca e todos se dispersam, Kely se desloca para o prédio dos armários. Ela guarda seus materiais todos organizados e dobrados dentro armário mil trezentos e treze. Ela pega suas roupas de ginásticas fornecidas pela universidade e as veste. "Será que ela vai nadar hoje? Ou será que vai jogar queimada?", pensa imaginando o que Naomi faria. Kely Corre para o pátio de atividades esportivas. Procurou por todo lugar, sem sucesso. Já eram dezesseis horas quando finalmente desistiu... "É...", pensou, "acho que ela foi pra biblioteca."
Caminhou até a biblioteca, sem prestar atenção que já estava ficando tarde. O relógio marcava dezoito horas, o período vespertino já havia acabado a algum tempo. Porém uma luz ainda estava acessa em uma mesa da biblioteca. Único lugar do campus que fica aberto até onze horas da noite, mesmo sem ter ninguém.
Entrando, pôde reparar em algumas pilhas de livros que estavam arremessados ao chão, alguém murmurava: "Onde está esta merda, onde ele está? Cadê esta porcaria quando mais se precisa.". Naomi estava vasculhando freneticamente as estantes da biblioteca. "Maldito livro, maldito, maldito...".
Kely aproximou-se lentamente, não queria assustá-la. Olhou ao redor e perguntou baixinho: "Posso ajudar em algo?". Naomi sequer olhou. "Se você me disser qual livro procura, talvez eu possa ajudar.". Kely retraiu-se ainda mais com o silêncio da garota, que segurava a testa com ambas as mãos. "NÃO É POSSÍVEL! MERDA...", esperneou Naomi.
Naomi olhou para o lado, completamente diferente da escandalosa que havia acabado de berrar, estava com um ar mais calmo. "O que você quer?", perguntou. "Ajudá-la a achar o que procura.", respondeu Kely. "Ninguém pode me ajudar, procuro por um livro que só tem um único exemplar nesta universidade. No mundo só foram escritos 27, um está no congresso norte americano, outros dois estão com colecionadores e um está nesta universidade, os outros estão destruídos ou perdidos para sempre. Eles contam a estória e segredos da alquimia. Agora o que você estava dizendo mesmo? Que podia me ajudar?", respondeu ironicamente Naomi.
"Por acaso não seria um livro de capa cinzenta e letras avermelhadas de autor com nome em Latim o qual eu não me recordo?", Naomi, arregá-la os olhos, não seria possível que aquela pessoa que estava à sua frente fosse aquela que estivesse com o livro. E de fato, durante a conversa que seguiu, Nomi descobre que Kely não alugou o livro.
Na verdade seu avô possuia um dos exemplares.
"Você pode enganar algumas pessoas por algum tempo, mas não pode enganar a todos o tempo todo." - Bob Marley, Get up Stand Up.