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Embate de bravos guerreiros (futebol+idade média)

MensagemEnviado: 29 Jan 2008, 17:49
por laharra
Não é um conto, mas sim uma matéria que fiz pro jornal onde trabalho, aqui de Recife. Diferente do normal, usei um texto mesclando temas medievais com o futebol para o clássico entre Sport X Náutico, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado. A idéia era focar nos artilheiros Bala e Acosta, como se fossem campeões dos exércitos. Fui com eles no castelo de Brennand e fizemos fotos legais com as armaduras. Meus chefes gostaram, mas vê aí se vocês acharam legal...

Embate de bravos guerreiros
Publicado em 23.09.2007

Carlinhos Bala e Acosta podem se tornar heróis após a partida de hoje. Basta que um ou outro faça gols e dê a vitória ao seu time

Era uma vez, em um reino chamado Pernambuco, a história de dois clãs que se enfrentavam em um esporte chamado futebol. De um lado, envergando o pendão rubro-negro da Ilha do Retiro, estavam os guerreiros leoninos do Sport, liderados por Carlinhos Bala. Do outro, sob o estandarte vermelho e branco da Avenida Rosa e Silva, os cavaleiros timbus do Náutico, guiados pelo uruguaio Acosta. Hoje, após uma semana vivendo a expectativa do grande encontro, cantado pelos bardos como Clássico dos Clássicos, os aldeões terão a chance de presenciar a mais um duelo, marcado para as 16h, no campo de batalha dos Aflitos.

O tempo livre foi usado para afiar as chuteiras e ter um contato com o adversário. Bala e Acosta ficaram frente a frente no Castelo do Instituto Ricardo Brennand, em um encontro proporcionado pelos escribas do Jornal do Commercio. No entanto, nada de olhares intimidadores ou xingamentos, mas sim um clima de respeito mútuo entre os campeões dos exércitos.

“Ele é um grande jogador, que cresceu de rendimento nas últimas partidas, assim como todo o time do Náutico. Temos que ficar atentos com isso”, anuncia Bala, esperando, talvez, insuflar o estrangeiro com seu próprio ego.

Mas Acosta é um combatente experiente e não escorrega nem no desafio de palavras. “Todo clássico é marcado pelo equilíbrio. Estamos em uma seqüência boa, mas ninguém ganha antes de entrar no campo”, responde o gringo, aproveitando para deixar claro que está bem “tranquilo” (sem o trema no u), na pronúncia espanhola, e deve mesmo enfrentar o Sport, apesar de ter sentido dores na coxa esquerda durante a semana.

Mesmo com a negação do uruguaio, o que mais se fala nas tavernas é de seu favoritismo. Acosta decidiu os últimos confrontos dos timbus, com sete flechadas certeiras nas últimas três batalhas. “Ninguém ganha um clássico sozinho, mas é claro que vou tentar fazer meus gols”, explica.

Por outro lado, há quem aposte suas moedas de ouro na velocidade de Bala, que promete furar a parede de defensores adversárias com sua agilidade.

Ele, que está invicto contra o Náutico desde 2005, admite que não tem um momento especial antes dos grandes encontros. “Sou uma pessoa que não tem uma preparação específica. Não vou deixar de fazer o que faço todos os dias por causa de um jogo. Aproveito o tempo que tenho principalmente com minha mãe e com os amigos”, declara.

E como em toda boa história épica, os estudiosos de cada um dos lados já começam a analisar os números para avaliar se os presságios são favoráveis. Todos chegaram no conceito de que a batalha será regida pela mística do número 14. A marca condiz com a quantidade de gols que Bala já fez contra o Náutico, nas 21 vezes que o enfrentou, além de representar os gols marcados por Acosta nesta temporada, no torneio de maior prestígio das terras brasileiras: a Série A do campeonato nacional. Se fizer mais um, torna-se o maior artilheiro do clã alvirrubro em uma edição do grande evento, ultrapassando Jorge Mendonça.

Terminada a prévia do Clássico dos Clássicos, os guerreiros voltaram a se cumprimentar e prometeram um duelo na bola e na paz, como manda as regras do futebol. Hoje, quando os times entrarem em campo, eles vão ser o centro das atenções, sabendo que uma vitória será a glória. E a derrota, além de uma queda na classificação, pode render também uma situação bem incômoda. O papel de bobo da corte.

Infográfico com os mascotes usando armaduras:
http://img503.imageshack.us/img503/231/infowo5.jpg

Foto dos jogadores no castelo:
http://img177.imageshack.us/img177/3168 ... staqp1.jpg

Embate de bravos guerreiros (futebol+idade média)

MensagemEnviado: 29 Jan 2008, 18:08
por Lady Draconnasti
Que mal te pergunte, criatura. Estás trabalhando no JC?

Bom, vamos ao conto. Muito bom, e olha que isso vem de alguém que detesta futebol!

Descrições, narrativas, até mesmo a adaptação =P

Meus parabens

Embate de bravos guerreiros (futebol+idade média)

MensagemEnviado: 31 Jan 2008, 16:08
por laharra
Lady, na verdade estava de "férias", já que o estágio acabou, mas a turma me chamou para prestar serviço agora, por mais quatro meses (uma ótima notícia pré-carnaval). E ainda bem que você gostou da mescla, mesmo detestando futebol. Obrigado pelo comentário :cool:

Embate de bravos guerreiros (futebol+idade média)

MensagemEnviado: 31 Jan 2008, 18:04
por Lady Draconnasti
Mesmo assim, maldito seja =P

Ei, eu quero ver como anda a produção do seu romance ¬¬

Embate de bravos guerreiros (futebol+idade média)

MensagemEnviado: 03 Fev 2008, 23:42
por Dahak
Faço coro com a Draconnasti, você é bem lúcido em seus dizeres.

Sabe dispor de forma ordenada seus pensamentos, seus parágrafos são convidativos.
Não duvido que você venha a se tornar um dos comentaristas esportivos XD
Futuro, de certo, você teria :aham:


Dahak Out

Embate de bravos guerreiros (futebol+idade média)

MensagemEnviado: 06 Fev 2008, 16:40
por laharra
Dahak, obrigado pelo comentário e elogios. Não sei se viro comentarista esportivo, porque não sou muito bom falando em rádio e TV, prefiro mesmo o jornal impresso. Mas quem sabe... :cool: hehehe

Abraços

Embate de bravos guerreiros (futebol+idade média)

MensagemEnviado: 07 Fev 2008, 02:15
por Dahak
Ainda pode ser aqueles caras que fazem uma coluna com a opinião sobre determinado esporte :cool:

Dahak Out