[Adulto] Capuccino

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Mensagempor Yuskeleton em 16 Abr 2008, 14:07

Acabou? Jurava que tinha continuação...
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Mensagempor Ermel em 16 Abr 2008, 20:07

Até o momento esse é o fim, não tenho certeza se continuarei. Mas uma continuação é uma boa ideia, que ja montei e remontei varias vezes na cabeça mas ainda não passei pro papel.

Enfim, obrigado por ler e Yusk, escreve algo rapidinho pra gente ter a honra de seus contos =D
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Mensagempor Ermel em 01 Mai 2008, 19:27

Bem, pensei em uma continuação que vai se estender por mais alguns capitulos.
Obrigado a todos.

=-=-=-=
Sexta Parte:

Peguei a vassoura. Não poderia partir sem nem ao menos dar uma limpa nesse lugar. Lugar, santuário que serviu para minha iluminação. Para que eu enxergasse além, enxergasse meu futuro promissor e belo.

Na estante peguei um pano de chão velho, todo furado, e o detergente na prateleira. Mordisquei levemente o lábio inferior - pra causar certo ar de dúvida - e olhei para o chão ensanguentado.

Olhei para a vassoura e o pano, que me fitaram com cara de vítima. Como que, mesmo que nascidas para aquilo, não quisessem ter o árduo trabalho de limpar a sujeira. O pano relutou, dançando ao vento, em abraçar a vassoura.

- Oh tarefa ingrata! Sempre que acontece merda quem se fode somos nos! Por que nos? Já tentou se enroscar em uma vassoura e limpar o chão? Uma tarefa nada legal - disse entre suspiros tristes o pano -.

Naquele momento eu senti pena, a vassoura quieta não lutava contra sua obrigação. Mas notava-se em seu olhar certa tristeza.

- Não ha nada que eu possa fazer em seu favor! É como pedir para um médico que trabalhe como advogado, ou um jornalista para que trabalhe como veterinário! É ridiculo! Simplesmente cale-se e faça aquilo para que veio ao mundo!

E decidido, como aquele que tem toda a razão, o enrolei na vassoura que, encoberta murmurou algo que eu não pude escutar. Joguei o detergente no pano colorindo-o de um azul fraco que logo se misturou ao vermelho no ladrilho do chão.

...

Levou algumas horas de trabalho. Muita sujeira. Cansaço. Mas enfim, valeu a pena. Não parecia novo, mas também não parecia que alguem tinha alguma vez algum sangue escorrera por ali.

Foi quando me lembrei. Em um certo seriado - muito legal até - qual o nome me fugia da cabeça no exato momento, lembro-me apenas que começa com três letras... Enfim, onde eles encontravam tudo! A miníma pista, o simples fato d'eu ter pisado nesse chão os faria saber quanto eu calço e com qual tênis eu estava naquele dia e, só para incrementar, saberiam da minha cirurgia no joelho. "Merda!". E eles me encontrariam. Senti meus pelos eriçarem até a nuca num arrepio sútil e gélido.

- Até parece! - rugiu a casa - Até parece que aqui, nesse páis onde vivemos, eu e você, nessa cidade que não é santa nem o rio do mês, sem falar que ela nem burguesinha era, vão se dar ao trabalho de procurar alguem como você. Me poupe!

- Mas... Mas não deixa de ser um assassinato... - desviava meus olhos de sua entrada como que envergonhado, parecia tolo, mas a casa era realmente intimidadora -.

- Isso não traz credibilidade nem muvuca pra mídia, eles não estão interessados em notícias tolas, talvez você seja, no minímo, citado no jornal das sete, muito menos no jornal que é nacional. Eles querem estardalhaço, algo com repercussão, sensacionalismo! Você não é nada! - e num grito final ela se calou, como pontuando o fim da discussão. E assim foi -.

"Não sou nada...?" Balela. O mundo ficaria sabendo de mim. E da minha vida. A minha biografia - que não sera escrita por agora já que, toda biografia tem que terminar em morte - será a mais vendida. E a minha vida, minha verdadeira vida com meus verdadeiros prazeres e vocações começa agora!
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Mensagempor Elara em 05 Mai 2008, 14:05

Talvez ele saísse na página policial de um jornal local.^^

Chero!
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Mensagempor Yuskeleton em 15 Mai 2008, 03:17

Os diálogos são bem realistas e os objetos retrucam sempre com negatividade e pressão contra o personagem. Isso faz levantar a hipótese de que o personagem é mentalmente doente e as vozes dos objetos possam ser seu subconsciente. Gostei dessa parte pelo vai e vem dos diálogos internos do assassino.

O assassino começa a ficar tenso... A continuação promete.
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Mensagempor Ermel em 08 Jan 2009, 08:13

Um bom tempo se passou. Eu escrevi alguns capitulos. Não ficou com a mesma qualidade dos anteriores, mas eu gostei e me diverti.

=-=-=-=-=
Sétima Parte

Olhei para o horizonte onde o sol desaparecia lentamente. Com uma olhar reprovador, como quando se peida alto em um consultório, e todas aquelas senhoras que liam uma revista saltam um olhar tomado de ódio e reprovação. Mas eu não tinha peidado.

Um frio estranho tomou conta da minha barriga. Sabe, quando você sabe que tem de fazer alguma coisa, mas não sabe exatamente o que? Quando você acha que esqueceu alguma coisa, mas não sabe o que? Ou quando algo, aparentemente, vai dar errado, mas não pode? Foi isso que desceu junto com a saliva e ficou quieto em meu estomago enquanto o sol terminava sua leitura com olhares reprovadores acima da capa da revista.

E o silêncio? Um estranho silêncio predominou. E eu peidei. Alto. E o silêncio foi cortado por risos frenéticos da casa, do carro, e de todos aqueles meu amigos, não que perfeitos, mas naquele momento de descontração, me senti abraçado por uma felicidade plena. Sem a preocupação de um amanhã problematico ou conturbado. É hoje.

E entre risos e lágrimas, que as gargalhadas provocaram, fui em direção ao carro, segurando o estomago que doia, e já quente, de tanto rir. Sequei uma lágrima que escorreu do meu rosto antes mesmo de dar alguns passos pelo meu rosto.

Sentei no banco do motorista, segurei o volante e ainda rindo e arfando pela falta de ar - e a casa tossia fortemente - apoiei minha cabeça ali, entre os braços, enquanto o riso meu, e todos nos, se extinguia. Melhor impossível.

- Melhor impossível - repeti -.

Liguei o motor. Olhei no retrovisor. Olhei para a casa com um olhar triste. Talvez fosse nosso ultimo encontro. A ultima vez que nos veriamos. Mas... Mas as pessoas boas sempre se vão primeiro. Por que? Naquele momento senti meus olhos marejarem.

E segui meu caminho pela estrada com um sorriso para disfarçar os olhos molhados.

- Cara eu preciso de um nome! - disse o carro com uma felicidade ímpar -.

- Como assim?

- Cara! Agora somos inseparáveis! Eu e você, você e eu, juntinhos nessa nova vida de aventuras. Como o morcego e o pardal, sabe? Preciso da porra de um nome! - e se pos a rir loucamente -.

Ele tinha um ponto. Eu não gastaria com um outro carro no momento, e estar acompanhado de alguem que conhecemos ha tempo, ter certa intimidade, essas coisas, sabe? É bom.

- Deixe-me pensar... Tem de ser algo chamativo, grande, bombástico e genial. Não pode ser um nome qualquer.

Enquanto dirigia pensava em um nome. Eu sabia poucas linguas, tinha pouca criatividade... E um nome, qualquer, em português soaria banal, e sem graça.

- Porra, e nada de nomes em outras linguas só por causa da sonoridade ou de um significado emblemático e metaforico que vai mexer com a cabeça do povão! Nada disso. Já me decidi. Vai ser Jim. Simples e fácil.

Então Jim seria. Adolfolindo e Jim. A dupla. Uma história a dois é mais divertido.
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