Spell RPG

Sim Yuka, o Pendragon pode ser adaptado pra fantasias genéricas sem problemas. Mas eu esperaria o One Ring que, ao que tudo indica, vai ser ainda mais simples e coeso do que o Pendragon.

Armitage escreveu:

Bom, isso implica em passagens de tempo bem grandes mesmo. Por acaso passagens deste tipo são superestimuladas? Digo... o jogo foi feito focado em campanhas épicas e longas ou há suporte para aventuras oneshot?

Meu exemplo foi só um chute. Acho que esse tipo de campanha super-épica (do hobbit até a guerra do anel) só vai ser possível depois que os 3 livros saírem. Estamos no primeiro ainda.

Não consigo ver como esta mecânica [de passar o tempo] poderá prejudicar o jogo. Parece que ela existe apenas para conduzir e formalizar ações que normalmente já são tomadas em jogos padrões de fantasia, entre uma aventura e outra, ou até entre uma dungeon e outra.

Mais ou menos. Vou da rum chute aqui, mas um chute baseado em Pendragon, que é de onde vem a idéia :

A Fellowship phase (e o tempo que passa com ela) não é algo totalmente opcional, do tipo que o grupo pode escolher ignorar completamente e continuar jogando. Ela DEVE ser utilizada entre aventuras, pois possui mecãnicas importantes atreladas a ela (aprimoramento do personagem, reabastecimento de Hope, evolução do aspecto geo-político do mundo, etc). O que possivelmente existirá é a possibilidade de o grupo utilizá-la em intervalos maiores ou menores entre aventuras, de acordo com sua preferência e os planos do mestre. Ou seja, num momento o grupo pode fazer 1 fellowhip por aventura realizadas, e noutro pode fazer 1 fellowship pra cada 3 aventuras., etc.

Quanto ao combate, se também for inspirado em Pendragon, deve ter um aspecto de “pedra-papél-tesoura” forte, só que com roupagem tolkienesca. Leandro, dá pra dar uma canjinha ?

É isso ai, a Fase de Sociedade (Fellowship) não pode ser pulada. A medida de tempo dentro do jogo depende do Mestre e dos jogadores. Praticamente tudo que não é combate poderia ser considerado assim.

Então esperarei pelo One Ring ansioso. Mas seria legal ter como adaptar pra cenários diversos e tal

Ok, recebi o livro (em PDF) hoje de manhã. Chegou um email e me mandou para o download através da RPGNow. Tudo certo no delivery do PDF.

Chegaram os dois livros e dois mapas em PDF.

Os mapas só cobrem a parte de Wilderlands, o que me decepcionou um pouco. O primeiro map é uma versão estilizada do mapa, muito semelhante aquelas que temos nos livros do Senhor dos Aneis. O segundo mapa é uma versão com divisão em hexagonos provavelmente construida para facilitar o controle de viagens durante a campanha. Uma coisa que achei bacana, ele tem divisões que mostram a dificuldade de viagem em cada região e também a "facção" que exerce influência naquela região.

O design no livro é bacana, as ilustrações são bonitas e sóbrias, bem o que se esperaria de um cenário de Tolkien. A tipografia do livro é excelente. Apesar de ser uma letra estilizada ela não é difícil de ler em momento algum. Os livros são relativamente pequenos. O Adventurers tem 192 e lida em grande parte com a criação dos personagens e como jogar o jogo. O Loremaster tem 144 e lida com o cenário e se aprofunda em algumas mecânicas que são atenientes ao Mestre. Além disso este segundo livro contém uma aventura introdutória.

Uma coisa no entanto me desapontou de cara. Os livros parecem ser em grande parte compostos por regras de jogo. Você vai encontrar pedaços de lore espalhados por todo o livro e uma sessão específica de sobre o cenário de campanha com 43 páginas. Porém para um cenário tão rico quanto a Terra Média me parece bem pouco. Outra coisa que pode desapontar alguns é que só existem 5 tipos de adversários (monstros) no livro. Temos Orcs, Trolls, Lobos, Aranhas e Vampiros. Dentro destes temos algumas variações, porém não tipos diferentes de criaturas. Ao passo que isso está dentro do Lore Tolkeniano eu consigo ver isso incomodando alguns.

Ainda não tive tempo de ler o livro e avaliar o conjunto de regras. Vou jogar ele no meu Kindle e começar a ler. Quando eu acabar posto um review do sistema.

Hermes escreveu:Ok, recebi o livro (em PDF) hoje de manhã. Chegou um email e me mandou para o download através da RPGNow. Tudo certo no delivery do PDF.

Chegaram os dois livros e dois mapas em PDF.

Os mapas só cobrem a parte de Wilderlands, o que me decepcionou um pouco. O primeiro map é uma versão estilizada do mapa, muito semelhante aquelas que temos nos livros do Senhor dos Aneis. O segundo mapa é uma versão com divisão em hexagonos provavelmente construida para facilitar o controle de viagens durante a campanha. Uma coisa que achei bacana, ele tem divisões que mostram a dificuldade de viagem em cada região e também a "facção" que exerce influência naquela região.

O design no livro é bacana, as ilustrações são bonitas e sóbrias, bem o que se esperaria de um cenário de Tolkien. A tipografia do livro é excelente. Apesar de ser uma letra estilizada ela não é difícil de ler em momento algum. Os livros são relativamente pequenos. O Adventurers tem 192 e lida em grande parte com a criação dos personagens e como jogar o jogo. O Loremaster tem 144 e lida com o cenário e se aprofunda em algumas mecânicas que são atenientes ao Mestre. Além disso este segundo livro contém uma aventura introdutória.

Uma coisa no entanto me desapontou de cara. Os livros parecem ser em grande parte compostos por regras de jogo. Você vai encontrar pedaços de lore espalhados por todo o livro e uma sessão específica de sobre o cenário de campanha com 43 páginas. Porém para um cenário tão rico quanto a Terra Média me parece bem pouco. Outra coisa que pode desapontar alguns é que só existem 5 tipos de adversários (monstros) no livro. Temos Orcs, Trolls, Lobos, Aranhas e Vampiros. Dentro destes temos algumas variações, porém não tipos diferentes de criaturas. Ao passo que isso está dentro do Lore Tolkeniano eu consigo ver isso incomodando alguns.

Ainda não tive tempo de ler o livro e avaliar o conjunto de regras. Vou jogar ele no meu Kindle e começar a ler. Quando eu acabar posto um review do sistema.

Lembram nos meus primeiros posts que disse que o O Um Anel foi criado aos moldes dos jogos MMORPGs? Esse é um dos motivos: realmente a caixa inicial está TRAVADA para apenas uma parte do cenário de Tolkien. Eles criaram uma espécie de pacote de aventuras para personagens do nivel X ao Y. Tudo que existe dentro deste lançamento é o que ele julgaram necessário para os jogadores se acostumarem ao sistema. Esse é apenas o primeiro lançamento nessa linha. As outras caixas terão mais inimigos e mais mapas DESTRAVADOS. Bem como a Green Ronin está fazendo com o Dragon Age. Parece que é a pedida do mercado: criar partes do jogo para não assustar aos jogadores iniciantes.

duncansalazar escreveu:Lembram nos meus primeiros posts que disse que o O Um Anel foi criado aos moldes dos jogos MMORPGs? Esse é um dos motivos: realmente a caixa inicial está TRAVADA para apenas uma parte do cenário de Tolkien. Eles criaram uma espécie de pacote de aventuras para personagens do nivel X ao Y. Tudo que existe dentro deste lançamento é o que ele julgaram necessário para os jogadores se acostumarem ao sistema. Esse é apenas o primeiro lançamento nessa linha. As outras caixas terão mais inimigos e mais mapas DESTRAVADOS. Bem como a Green Ronin está fazendo com o Dragon Age. Parece que é a pedida do mercado: criar partes do jogo para não assustar aos jogadores iniciantes.

Entendo a idéia, porém não gosto da aplicação dela. Tudo bem, o cenário apresetando é bem amplo. Na verdade eu conseguiria facilmente imaginar uma campanha inteira nesta parte do mapa, porém a idéia ai me parece ser ter a possibilidade de lançar suplementos cobrindo outras áreas do cenário, com o objetivo óbvio de ter uma linha de produtos. Até ai nada de errado, porém um grupo mais experiente pode desgostar de um cenário que é em grande parte limitado.

Cara, um grupo experiente não vai precisar de mais material se eles realmente quiserem jogar além do que tem na caixa. Material crú (eu disse cRú) do mundo de Tolkien é abundante e fácil de achar.

Não é exatamente a questão. Eu sei que qualquer jogador de RPG experiente vai simplesmente preencher as lacunas que ele encontrar da forma que melhor lhe convier. Isso é uma analise do livro como fonte de material. Infelizmente, como fonte de material, o livro me pareceu fraco.

Só para ter uma idéia, são 21 adversários divididos em 5 tipos de criaturas. Isso é tudo que temos de possíveis adversários no livro inteiro. Esta parte eu achei um pouco fraco.

Hermes escreveu:Entendo a idéia, porém não gosto da aplicação dela. Tudo bem, o cenário apresetando é bem amplo. Na verdade eu conseguiria facilmente imaginar uma campanha inteira nesta parte do mapa, porém a idéia ai me parece ser ter a possibilidade de lançar suplementos cobrindo outras áreas do cenário, com o objetivo óbvio de ter uma linha de produtos. Até ai nada de errado, porém um grupo mais experiente pode desgostar de um cenário que é em grande parte limitado.

Ah é, isso é um fato. Mas assim como a WotC, as outras empresas estão em busca de novos jogadores. Os veteranos são considerados público já conquistado e, pelas pesquisas, já tiveram o BOOM de compra de suplementos. O que vier dos jogadores mais experientes, é lucro. O O Um Anel é realmente feito para gente nova no RPG de mesa.

duncansalazar escreveu:Ah é, isso é um fato. Mas assim como a WotC, as outras empresas estão em busca de novos jogadores. Os veteranos são considerados público já conquistado e, pelas pesquisas, já tiveram o BOOM de compra de suplementos. O que vier dos jogadores mais experientes, é lucro. O O Um Anel é realmente feito para gente nova no RPG de mesa.

O que eu acho, por sua vez, fantástico. Macaco velho de SDA não compra sistema novo, continua no MERP.

Não é exatamente a questão. Eu sei que qualquer jogador de RPG experiente vai simplesmente preencher as lacunas que ele encontrar da forma que melhor lhe convier. Isso é uma analise do livro como fonte de material. Infelizmente, como fonte de material, o livro me pareceu fraco.

Quanto a questão de "fluff", é uma postura razoável e comum entre quem publica material de RPG sobre séries famosas em deixar o conteúdo sobre isso implícito ou supor que a maioria dos que vão jogar aquilo tem uma boa familiaridade com o mundo ambientado. Star Wars: SAGA por exemplo, também fazia isso - e fez esse mortal que não entendia coisa alguma da série (e que detesta Star Wars) ir atrás de outros locais para entender o mundo dele (vulgo, Wookiepedia).

Contudo, por outro lado eu não gosto dessa volta á tendência de fragmentar material essencial para conduzir uma campanha completa de um RPG em diversos livros ou "sets" - como alguém que começou a jogar na época onde essa estratégia foi abandonada em prol de 'livos únicos com tudo que você precisa" (GURPS, Rules Cyclopedia, Vampire: Masquerade), eu acho um saco essa tendência (vide Dragon Age RPG e a Wizards voltou a ter uma linha "básica" (Essentials) e uma "para "veteranos").

Elven Paladin escreveu:

Não é exatamente a questão. Eu sei que qualquer jogador de RPG experiente vai simplesmente preencher as lacunas que ele encontrar da forma que melhor lhe convier. Isso é uma analise do livro como fonte de material. Infelizmente, como fonte de material, o livro me pareceu fraco.

Quanto a questão de "fluff", é uma postura razoável e comum entre quem publica material de RPG sobre séries famosas em deixar o conteúdo sobre isso implícito ou supor que a maioria dos que vão jogar aquilo tem uma boa familiaridade com o mundo ambientado. Star Wars: SAGA por exemplo, também fazia isso - e fez esse mortal que não entendia coisa alguma da série (e que detesta Star Wars) ir atrás de outros locais para entender o mundo dele (vulgo, Wookiepedia).

Contudo, por outro lado eu não gosto dessa volta á tendência de fragmentar material essencial para conduzir uma campanha completa de um RPG em diversos livros ou "sets" - como alguém que começou a jogar na época onde essa estratégia foi abandonada em prol de 'livos únicos com tudo que você precisa" (GURPS, Rules Cyclopedia, Vampire: Masquerade), eu acho um saco essa tendência (vide Dragon Age RPG e a Wizards voltou a ter uma linha "básica" (Essentials) e uma "para "veteranos").

Bom, dizem por aí que é por causa do preço do material completo... #SabeDeus

Ok, chegou meu pdf. Seguem minhas impressões:

Antes de mais nada, a estática do livro é simplesmente SENSACIONAL. Layout, fontes, distribuição de textos, arte, etc. de primeiríssima qualidade e totalmente evocativo do cenário. Percebe-se que houve uma pesquisa séria por parte dos artistas com o intuito de retratar elementos, trechos e fatos do mundo na forma dos desenhos e figuras. Pra alguem que acabou de ler O Hobbit (pela primeira vez na vida, diga-se) a estética é breathtaking, de perder a respiração. Ver na forma de imagens (de altíssima qualidade) a casa de Beorn, a passagem pelas Montanhas Enevoadas, a Floresta e Mirkwood, o dragão Smaug, a Cidade sobre o Lago, etc. é absurdamente excitante. Não vejo a hora de jogar o jogo.

Quanto ao sistema, por enquanto etou gostando bastante (ainda não li tudo), parece uma mescla de rpgs mais tradicionais com algumas sensibilidades "indies". O que é realmente digno de nota, é a forma como o sistema evoca o cenário a cada regrinha que se lê. Ou seja, assim como a parte estética, dá pra ver que o autor também se preocupou a todo momento em criar um sistema que retrate o cenário, e histórias passadas nele. Em outras palavras: The One Ring não é D&D na Terra-Média, nem Gurps, nem Vampiro. The One Ring is its own thing, e uma das melhores mesclas cenário-sistema que já vi. (até por esse motivo, não sei como seria adaptá-lo para outros cenários - como perguntou o Yuka ali atrás - já que o sistema é tão atrelado aos contos de Tolkien).

Por hora é isso, depois posto mais impressões.

hermes escreveu:Os mapas só cobrem a parte de Wilderlands, o que me decepcionou um pouco.

Hermes, o marketing do One Ring deixou isso claro desde o início: serão 3 livros "core", com o primeiro ("Adventures over the Edge of the Wild") cobrindo a região de O Hobbit, enquanto os outros 2 livros ( "The Errantries of the King" e "The War of the Ring") cobrindo o restante das regiões e cronologia do cenário. De minha parte, estou muito satisfeito. Acho melhor abordar partes pequenas em profundidade, do que uma parte grande superficialmente.

Silva, eu sei que você ainda não leu tudo, mas tem como dar aprofundada em como o sistema evoca o cenário? Citar uns exemplos talvez. Essas coisas me deixam bem curioso...

Armitage escreveu:Ok, chegou meu pdf. Seguem minhas impressões:

Antes de mais nada, a estática do livro é simplesmente SENSACIONAL. Layout, fontes, distribuição de textos, arte, etc. de primeiríssima qualidade e totalmente evocativo do cenário. Percebe-se que houve uma pesquisa séria por parte dos artistas com o intuito de retratar elementos, trechos e fatos do mundo na forma dos desenhos e figuras. Pra alguem que acabou de ler O Hobbit (pela primeira vez na vida, diga-se) a estética é breathtaking, de perder a respiração. Ver na forma de imagens (de altíssima qualidade) a casa de Beorn, a passagem pelas Montanhas Enevoadas, a Floresta e Mirkwood, o dragão Smaug, a Cidade sobre o Lago, etc. é absurdamente excitante. Não vejo a hora de jogar o jogo.

Quanto ao sistema, por enquanto etou gostando bastante (ainda não li tudo), parece uma mescla de rpgs mais tradicionais com algumas sensibilidades "indies". O que é realmente digno de nota, é a forma como o sistema evoca o cenário a cada regrinha que se lê. Ou seja, assim como a parte estética, dá pra ver que o autor também se preocupou a todo momento em criar um sistema que retrate o cenário, e histórias passadas nele. Em outras palavras: The One Ring não é D&D na Terra-Média, nem Gurps, nem Vampiro. The One Ring is its own thing, e uma das melhores mesclas cenário-sistema que já vi. (até por esse motivo, não sei como seria adaptá-lo para outros cenários - como perguntou o Yuka ali atrás - já que o sistema é tão atrelado aos contos de Tolkien).

Por hora é isso, depois posto mais impressões.

hermes escreveu:Os mapas só cobrem a parte de Wilderlands, o que me decepcionou um pouco.

Hermes, o marketing do One Ring deixou isso claro desde o início: serão 3 livros "core", com o primeiro ("Adventures over the Edge of the Wild") cobrindo a região de O Hobbit, enquanto os outros 2 livros ( "The Errantries of the King" e "The War of the Ring") cobrindo o restante das regiões e cronologia do cenário. De minha parte, estou muito satisfeito. Acho melhor abordar partes pequenas em profundidade, do que uma parte grande superficialmente.

Realmente o lançamento é tão bonito que enobrece a estante de RPG. Começo o playtest a partir de 2a feira.