Ragnarockk escreveu:E galera, qual é o problema das salas grandes afinal? Peguem os melhores e mais interessados dentre os alunos, usem o RPG em horários alternativos. Quem disse que só é educação quanto é dentro da sala de aula, com todos os alunos, dentro de todas as burocracias? Eu mesmo vou tentar aplicar meu projeto de RPG e educação moral, quase pronto, num orfanato aqui em Marília - um grupo de 4 crianças de cada vez.
Essa idéia de pegar os melhores e mais interessados alunos é no mínimo tola.
Se o RPG é para ser uma ferramenta que atraía a atenção dos alunos e os faça aprender, então por que querer logo particularizar para os mocinhos da sala? As novas metodologias precisam ser voltadas não só para os que querem aprender, mas para aqueles que não querem ou não estão nem aí para nada, estes são os que mais precisam. Um professor ensinar aquele aluno super aplicado e disciplinado é mamão com açucar e adoçante, mas ensinar aquele aluno que não presta atenção e ainda instiga o caos e gera discórdia na sala, esse sim, se a metodologia pode mudar essa situação, então que seja usada. Mas há de se analisar que o mesmo método não é possível em todas as situações, colocando em pauta a necessidade de profundas modificações no modo como se trabalha a metodologia em questão em determinados locais.
O meu ponto de vista, o ponto de visto que tenho formulado nos meus estudos na faculdade de Pedagogia, é de que o RPG pode sim ser utilizado como ferramenta didática, mas as condições as quais se encontram o ensino público brasileiro é muito improvável que a metodologia funcione do modo como idealizamos que aconteça. Por isso, não é propor em toda aula uma sessão de jogo para passar o conteúdo curricular (diga-se de passagem, deveras limitado!). É muito mais interessante que o RPG, seja divulgado aos alunos como uma atividade que eles podem fazer em grupo com os amigos, algo que pode substituir aquelas horas de ócio sentado na calçada vendo a vida passar. O professor pode muito fazer o seguinte:
Tocou o sino pro recreio - "Galera, vocês já ouviram falar de RPG? O RPG é um hobby, tal tal tal, muito bacana, dá pra se divertir bastante, tal tal tal... então, aos sábados eu e alguns amigos estamos com um projeto aqui na escola, para no fim de semana ensinar os alunos a jogar. Todos podem participar."
Alguns vão se interessar e outros não. O professor pode convidar os alunos que tenham historico de baderneiros e dizer: "Cara, aparece aí na escola no sábado pra participar. Se não tiver se interessado apenas ouvindo falar do jogo, talvez se interesse vendo a galera jogar."
O Professor (RPGista) acaba fazendo no sábado o que em boa parte das vezes faz, curtir um RPG com os amigos, pronto!
Sobre o RPG ser Arte, dialoguei um pouco com o Lederon sobre isso. Estava pensando na idéia dos Roleplaying games não como Arte, mas como veículo de apreciação de Arte. No entanto, cheguei a conclusão de que não é possível, seria interessante se fosse, mas não é. RPG não é arte, é um jogo de interpretar papéis, um hobby e é bom do jeito que é.