Na minha visão, isso é, em grande parte, culpa da antiga Dragão Brasil, que adorava passar exatamente essa idéia sobre o RPG. Até mesmo quando tentavam fazer uma matéria dizendo que havia vários tipos de jogo e que o que importava era se divertir, uma rápida análise de discurso revelava facilmente que eles deixavam subentendido - de forma bem clara - qual consideravam o estilo "mais evoluído".
Explicando melhor para quem não pegou a época. A muito tempo atrás quando o Trio ainda trabalhava para a DB, eles não haviam ido para a moda do anime, infantilização e matérias fáceis (adaptações mensais do filme/desenho do mês) e D&D não era a nova onda, Storyteller e seus títulos (e jogos de clima punk-gótico-metido-a-besta) dominavam.
Naquela época, em vez da matéria mensal para D&D, era matéria mensal para algum jogo de Storyteller. Normalmente mais de uma. Teve de tudo, até vampiro biônico.
E eles mantinham o discurso 'seja feliz como quiser', mas sempre que começavam a falar sobre os diferentes sistemas, caia para um ar condescendente quando se tratava de Ad&d. Algo como 'E de vez em quando, é divertido ATÉ jogar um hack´and slash(Ad&d) sem preocupação.' (ênfase no "até"). Ou seja, o topo em termos de rpg eram jogos 'sérios' e 'adultos' enquanto D&D (e similares) era o que você ia fazer quando queria jogar algo sem cérebro e que envolvia somente chutar a porta.
E o engraçado é que logo depois eles colocavam uma matéria sobre armas flamejantes para Storyteller ou algo do tipo.
Não que esse pessoal metido a besta tenha aparecido só aqui. Isso é algo que surgiu em muitos lugares, infelizmente incentivado pela própria White Wolf e pela moda (e o Trio adora estar 'na moda'). Mas considerando o pequeno acesso a Internet e a material importado na época, muito da culpa desse pessoal ter aparecido até aqui no Brasil foi da DB da época e a facilidade com que são influenciados pelo que é a 'onda' (vide Cassaro ser fã de Eberron hoje em dia e tentar defender que Tormenta é seu 'Eberron brasileiro').